sábado, 22 de setembro de 2012

Por favor, não conta pra ninguém, vou contar só para você!


Na última quarta-feira, dia 19, participei de um evento organizado pela Prodesp, o Seminário de Tecnologia Prodesp 2012. Um evento muito bem organizado onde, durante dois dias, gestores e profissionais técnicos do governo e especialistas do mercado de TI, se reuniram para discutir desafios, tendências e soluções no uso das tecnologias da informação e comunicação no setor público. Fiz  apresentação sobre Redes Sociais Corporativas (RSC) no setor público. Quando terminei, fui procurado por um dos participantes que estava preocupado com a questão da privacidade neste novo ambiente. Conversamos, então, sobre um dos temas mais complexos e espinhosos em relação às redes sociais.

Alcance e Velocidade

Em primeiro lugar, é importante entender que esta preocupação não nasceu devido ao surgimento das Redes Sociais. Privacidade é uma questão antiga, que acompanha a evolução da humanidade. Durante os últimos séculos assistimos a transformações mais fortes no seu significado, principalmente devido ao surgimento de novas tecnologias e mídias, que tem a capacidade de levar informações mais longe e, principalmente, mais rápido. 

Até meados do século XV, os livros eram escritos a mão, o que consumia muito tempo e fazia com que o número de cópias de cada unidade fosse baixo. A posse de informação era de poucos e a mesma não era compartilhada. Neste cenário, informações pessoais e confidenciais eram mantidas em um círculo muito restrito de pessoas. Porém, como já disse, desde sempre o ser humano teve problemas com privacidade e, mesmo naqueles longínquos tempos, algumas vezes, as fofocas dos vizinhos e amigos mais próximos fazia com que um determinado assunto "caísse no ventilador", tornando-se público e causando danos a reputação de alguns. Obviamente, o tamanho do estrago era relativamente pequeno pois o alcance da fofoca ficava restrito a uma comunidade ou vila.

A invenção dos tipos móveis por Gutemberg, por volta de 1439, marcou o início de um movimento sem volta.  Ela permitiu a produção em escala de livros e, mais tarde de revistas, como as especializadas em fofoca, que cumprem o papel de jogar ao vento informações pessoais, papel antes restrito aos amigos mais próximos e com alcance limitado. O impacto social das revistas de fofoca, específicamente, foi enorme. Pessoas passaram a serem tratadas como "figuras públicas" e até hoje existe uma enorme discussão sobre a privacidade destas pessoas. Atualmente, políticos e artistas são tratados desta forma, causando inúmeros constrangimentos à eles e a sociedade. As revistas de fofoca, e os livros, em geral, aumentaram o alcance das informações, sejam elas públicas ou não, para uma nova escala.

Coube às redes sociais o último movimento, ao amplificar em uma escala exponencial, o alcance das informações. Atualmente, uma informação colocada no Facebook, por exemplo, pode atingir literalmente dezenas de milhões de pessoas, em questão de minutos. Alcance e velocidade são duas variáveis importantes no mundo das redes sociais e que estão ajudando a dar um novo significado a palavra "privacidade".

Privacidade

Neste cenário, toda uma nova geração está crescendo, consumindo redes sociais em casa, na rua, nas escolas e universidades. Com uma facilidade impar, compartilham informações que poderiam ser facilmente consideradas "privadas", há menos de uma década. As informações são então colocadas no enorme ventilador que é o Facebook e, em menos de um segundo, deixam de ser "segredo".

Não sou sociólogo e nem tenho pretensões de fazer uma análise profunda, mas é nítido que estamos assistindo a uma transformação significativa na história da humanidade que terá impactos na forma como vivemos daqui pra frente. Esta nova geração chega ao mercado de trabalho com um conceito de privacidade totalmente modificado em relação ao das gerações anteriores. E, neste cenário, é fundamental que se tenha um processo de educação corporativa. É claro que existem diferenças entre os segredos pessoais e os corporativos. Porém, nos dois casos, o vazamento de informações pode causar danos. Para o indivíduo, pode afetar sua reputação, empregabilidade e até mesmo sua posição social. Para uma empresa, os danos podem até mesmo causar seu fim.

Desta forma, e pensando no mundo corporativo, é fundamental que se deixe claro o que pode e o que não pode ser feito, com uma política corporativa, um guia de comportamento e etiqueta. Vazamento de informações corporativas é algo que sempre pode acontecer, seja em um bar com amigos, pelo telefone um em uma reunião social qualquer. Com a devida educação, problemas desse tipo podem ser reduzidos.

De qualquer forma, o elemento mais importante no processo de garantia de privacidade é e sempre será cada um de nós. A quebra de privacidade vai sempre iniciar por uma ação individual (ou em grupo). Comportamento adequada é, portanto, a chave para minimizar problemas. 

Afinal, quantas vezes não ouvimos "por favor, não conta para ninguem, vou contar só para você!".

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

IBM Connections 4 e as "Embedded Experiences"

A IBM acaba de lançar a versão 4 do Connections (O IBM Connections 4, IC4), a plataforma para Social Business, para o desenvolvimento de Redes Sociais Corporativas. O IC4 vem recheado de novidades que refletem um extenso trabalho em conjunto com clientes em todo o mundo, que participam do desenvolvimento do produto com sugestões extremamente ricas. Uma das grandes novidades é a implementação das Embedded Experiences (EE) diretamente no Activity Stream (AS). Trata-se de uma sacada super interessante que tem como objetivo simplificar a vida do usuário final e facilitar o desenvolvimento de interfaces para integração do produto com outros sistemas.

Quando falamos de Redes Sociais Corporativas é fundamental entender que uma solução deve ser capaz de se integrar com outros sistemas já em uso em um cliente. Redes Sociais abertas como o Facebook, por exemplo, não tem essa necessidade, nem mesmo compartilham do mesmo objetivo de se integrar com outros ambientes. No entanto, caso um cliente tenha um ERP como o da SAP, por exemplo, ele pode desejar que o Connections se comporte como a principal interface, onde o usuário possa executar sua ação, sem precisar mudar para o cliente do SAP. Com as EEs, isso é possível. Basta que se clique sobre a entrada publicada no mural (Activity Stream) e, na janela que se abre, tome a ação desejada, suportado por informações contextualizadas. Na figura abaixo, vemos a janela da EE aberta e um formulário do SAP apresentado para preenchimento pelo usuário. Sem ter que sair do Connections, o membro da rede pode resolver tudo alí mesmo. E, em tese, esse comportamento pode ser o mesmo para qualquer sistema ou aplicação (desde que, é claro, se respeitem as regras de desenvolvimento).


As EEs são uma forma extremamente elegante de organizar o trabalho no Connections, flexibilizando a solução, ao permitir integração com outros sistemas, e mantendo uma interface simples e limpa para o usuário final. Ao oferecer um formato único para a integração de outras aplicações, também facilita a vida do desenvolvedor. Ele conta com uma forma simplificada e, principalmente, bem estruturada para desenvolver a integração de outros sistemas com o Connections.

Uma forma de se entender melhor as EEs é fazer uma analogia com a ação "clicar no botão direito do mouse". Nos dois casos, o que aparece é um conjunto de ações e informações contextualizadas. Na prática, os dois modelos são bastante similares. As EEs, no entanto, ainda são mais poderosas pois são mais do que simplesmente um menu top-down. 

Embedded Experiences utilizam Open Authorization (OAuth) para autenticação. OAuth faz parte da especificação OpenSocial e, basicamente, permite que um widget tenha acesso a conteúdo seguro em outros sistemas, depois que um usuário tenha delegado acesso ao widget. Para entender mais sobre EEs e aprender a desenvolver widgets no padrão, visite Embedded Experiences.