A revista Exame desta semana (30 de julho) publica uma matéria com o título "Um Império em Liquidação". Ela fala sobre o atual momento do mercado internacional em que o dólar fraco tem permitido que empresas de outros países comprem empresas americanas. Nos dias 18 e 20 de março deste ano publiquei dois posts exatamente sobre este assunto (1) e (2).
A reportagem volta aos anos 80, época em que, por outros motivos, empresas japonesas invadiram o mercado norte-americano, principalmente com seus carros muito mais baratos do que os carrões beberrões produzidos por suas irmãs americanas. Agora os motivos são outros. Basicamente dois... a desvalorização do dólar e a valorização das commodities, muito em função do aumento mundial da demanda por estes produtos.
O movimento é real e, aparentemente, estamos assistindo a apenas seu início, uma vez que nada no horizonte de curto prazo indique uma reversão nestas duas tendências. A queda do dólar continua a passo firme no mundo todo. No Brasil já igualamos o valor de 1998, isso sem levar em consideração a inflação do período, o que poderia representar um retrocesso ainda maior. Não se vê, também, alteração na demanda por commodities. O crescimento da China, apenas para citar o maior comprador de commodities, não para.
O último grande exemplo deste processo foi a compra, pela Belgo-Brasileira InBev, da tradicional cervejaria americana Anheuser Bush por $ 52 Bilhões, um valor surpreendente para uma cervejaria e que dá bem uma noção do que é esse business.
Interessante notar que, conforme citado pela reportagem, atualmente na lista das 500 maiores empresas mundiais da revista Fortune, aparecem apenas 153 empresas americanas, a pior participação em uma decada. Enquanto isso, surgem empresas de países que tinham participação pífia a menos de 10 anos, como Índia ( com 7 empresas), Rússia (5), México (5) e Brasil (5).
Por fim, a matéria argumenta que as aquisições feitas até agora tem sido em setores que de alguma forma demandam pouca inovação e desenvolvimento tecnológico. Seriam empresas prontas para um choque de administração, com cortes e aumento de eficiência.
Não estou tão certo disso... é fato que frigoríficos e cervejarias são empresas em setores bem estabelecidos e com poucas mudanças em processos de produção. No entanto, por debaixo dos panos, sem aparecer na mídia nem fazer muito barulho, muitos investidores estrangeiros estão comprando empresas de outras áreas, seja diretamente ou indiretamente, via bolsa de valores.
É cedo para qualquer previsão, mas seguramente estamos testemunhando uma mudança na composição do cenário de negócios internacional. Mudança esta que poderá marcar uma geração norte-americana como aquela que "vendeu os EUA".
(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/on-sale.html
(2) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/usa-on-sale-2.html
O movimento é real e, aparentemente, estamos assistindo a apenas seu início, uma vez que nada no horizonte de curto prazo indique uma reversão nestas duas tendências. A queda do dólar continua a passo firme no mundo todo. No Brasil já igualamos o valor de 1998, isso sem levar em consideração a inflação do período, o que poderia representar um retrocesso ainda maior. Não se vê, também, alteração na demanda por commodities. O crescimento da China, apenas para citar o maior comprador de commodities, não para.
O último grande exemplo deste processo foi a compra, pela Belgo-Brasileira InBev, da tradicional cervejaria americana Anheuser Bush por $ 52 Bilhões, um valor surpreendente para uma cervejaria e que dá bem uma noção do que é esse business.
Interessante notar que, conforme citado pela reportagem, atualmente na lista das 500 maiores empresas mundiais da revista Fortune, aparecem apenas 153 empresas americanas, a pior participação em uma decada. Enquanto isso, surgem empresas de países que tinham participação pífia a menos de 10 anos, como Índia ( com 7 empresas), Rússia (5), México (5) e Brasil (5).
Por fim, a matéria argumenta que as aquisições feitas até agora tem sido em setores que de alguma forma demandam pouca inovação e desenvolvimento tecnológico. Seriam empresas prontas para um choque de administração, com cortes e aumento de eficiência.
Não estou tão certo disso... é fato que frigoríficos e cervejarias são empresas em setores bem estabelecidos e com poucas mudanças em processos de produção. No entanto, por debaixo dos panos, sem aparecer na mídia nem fazer muito barulho, muitos investidores estrangeiros estão comprando empresas de outras áreas, seja diretamente ou indiretamente, via bolsa de valores.
É cedo para qualquer previsão, mas seguramente estamos testemunhando uma mudança na composição do cenário de negócios internacional. Mudança esta que poderá marcar uma geração norte-americana como aquela que "vendeu os EUA".
(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/on-sale.html
(2) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/usa-on-sale-2.html
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