Em março e em julho deste ano, escrevi três posts sobre a crise global e seus impactos na economia norte-americana. O tema destes 3 blogs foi um dos reflexos da crise na sua economia... a compra de empresas norte-americanas por suas concorrentes. Nos primeiros seis meses deste ano, diversas empresas foram compradas e passaram a ser administradas por gestores europeus ou, mais comumente, orientais. O processo foi doloroso, principalmente para o orgulho do povo americano que assistiu a diversos ícones de sua indústria passarem para a administração de outros países.
Chegando ao final do ano vemos agora um novo reflexo... inúmeras empresas começaram a apresentar problemas sérios de caixa devido, principalmente, a redução do volume de dinheiro em circulação. A falta de crédito está levando grandes empresas literalmente para o buraco. GM e Chrysler, por exemplo, estão a poucos passos da concordata.
O Efeito mais nocivo...
E é neste momento que pode aparecer o efeito mais nocivo e cruel da crise: o desemprego. Estima-se que cerca de 3 milhões de americanos possam perder seus empregos caso estas empresas saiam do mercado. Somados aos 500 mil americanos que perderam empregos em novembro, este número é assustador e pode provocar um efeito ainda mais perverso, gerando uma espiral negativa...
Para frear este enorme trem em movimento, o governo americano precisa ser ágil, algo que nos últimos 8 anos só foi quando precisou tomar a decisão de invadir o Iraque em busca de terroristas (e olha que existem questionamentos...). O problema é que mesmo então, a "agilidade" provou-se ineficiente, mal administrada e, principalmente, não atingiu seus objetivos. Os EUA gastaram, e continuam a gastar, uma fortuna no Iraque, sem resultados. Se as lições dos últimos anos não foram devidamente aprendidas, o resultado agora poderá ser bem pior... o governo está titubeando e mesmo dentro do partido de Bush não existe consenso (1). Na última sexta-feira, 12, o vice-presdente Dick Cheney chegou a dizer que o atual governo poderá ser lembrado por gerações da mesma forma que o de Herbert Hoover, trigésimo-primeiro presidente norte-americano e que até hoje é lembrado como o governo que não conseguiu conter a espiral negativa provocada pela crash de Wall Street (2).
O pior de tudo é que mesmo passando por tudo o que ainda precisa ser percorrido, para algumas empresas, nem mesmo crédito abundante pode resolver o problema. A Chrysler, por exemplo, segundo analistas, não sobreviverá nem que receba os US$ 7Bi solicitados ao governo americano. Eles não teriam escala de produção para manter a empresa saudável neste novo mercado, que estima uma redução de 10% nas vendas para 2009 (3). Já a GM, recebendo os US$ 18Bi suportaria os efeitos da crise. A Ford, surpreendentemente, disse estar bem obrigado e dispensou, pelo menos por enquanto, um possível empréstimo do governo.
O cenário é complexo... um enorme trem em alta velocidade caminha para um acidente anunciado. A questão agora é "como parar um trem em movimento"?
(1) http://www.nytimes.com/2008/12/13/business/13auto.html?scp=3&sq=chrysler&st=cse
(2) http://query.nytimes.com/search/query?srchst=ref&query=Herbert%20Hoover
(3) http://dealbook.blogs.nytimes.com/2008/12/11/forecaster-says-ford-and-gm-can-survive-chrysler-not-so-much/?scp=2&sq=chrysler&st=cse
Chegando ao final do ano vemos agora um novo reflexo... inúmeras empresas começaram a apresentar problemas sérios de caixa devido, principalmente, a redução do volume de dinheiro em circulação. A falta de crédito está levando grandes empresas literalmente para o buraco. GM e Chrysler, por exemplo, estão a poucos passos da concordata.
O Efeito mais nocivo...
E é neste momento que pode aparecer o efeito mais nocivo e cruel da crise: o desemprego. Estima-se que cerca de 3 milhões de americanos possam perder seus empregos caso estas empresas saiam do mercado. Somados aos 500 mil americanos que perderam empregos em novembro, este número é assustador e pode provocar um efeito ainda mais perverso, gerando uma espiral negativa...
Para frear este enorme trem em movimento, o governo americano precisa ser ágil, algo que nos últimos 8 anos só foi quando precisou tomar a decisão de invadir o Iraque em busca de terroristas (e olha que existem questionamentos...). O problema é que mesmo então, a "agilidade" provou-se ineficiente, mal administrada e, principalmente, não atingiu seus objetivos. Os EUA gastaram, e continuam a gastar, uma fortuna no Iraque, sem resultados. Se as lições dos últimos anos não foram devidamente aprendidas, o resultado agora poderá ser bem pior... o governo está titubeando e mesmo dentro do partido de Bush não existe consenso (1). Na última sexta-feira, 12, o vice-presdente Dick Cheney chegou a dizer que o atual governo poderá ser lembrado por gerações da mesma forma que o de Herbert Hoover, trigésimo-primeiro presidente norte-americano e que até hoje é lembrado como o governo que não conseguiu conter a espiral negativa provocada pela crash de Wall Street (2).
O pior de tudo é que mesmo passando por tudo o que ainda precisa ser percorrido, para algumas empresas, nem mesmo crédito abundante pode resolver o problema. A Chrysler, por exemplo, segundo analistas, não sobreviverá nem que receba os US$ 7Bi solicitados ao governo americano. Eles não teriam escala de produção para manter a empresa saudável neste novo mercado, que estima uma redução de 10% nas vendas para 2009 (3). Já a GM, recebendo os US$ 18Bi suportaria os efeitos da crise. A Ford, surpreendentemente, disse estar bem obrigado e dispensou, pelo menos por enquanto, um possível empréstimo do governo.
O cenário é complexo... um enorme trem em alta velocidade caminha para um acidente anunciado. A questão agora é "como parar um trem em movimento"?
(1) http://www.nytimes.com/2008/12/13/business/13auto.html?scp=3&sq=chrysler&st=cse
(2) http://query.nytimes.com/search/query?srchst=ref&query=Herbert%20Hoover
(3) http://dealbook.blogs.nytimes.com/2008/12/11/forecaster-says-ford-and-gm-can-survive-chrysler-not-so-much/?scp=2&sq=chrysler&st=cse
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