segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Feliz 2009! E um balanço do ano que passou...

Chegamos ao final de 2008, um ano difícil onde testemunhamos transformações profundas como a crise financeira mundial e a eleição de Obama como presidente dos EUA, o primeiro negro a assumir a posição. No Brasil, a "marolinha" de nosso líder (!?) vem se transformando em uma onda com impactos ainda incertos em nossas vidas... Vamos ter que aguardar mais alguns meses para ver o que nos é reservado.

De qualquer forma, o final de um ano é um momento de reflexão, de análises de nossas conquistas bem como de nossos fracassos durante o ano que se passou. Com este post fecho este ano e faço um rápido balanço do que fiz e do que ajudei a fazer, ou seja, do valor que agreguei.
  1. Tive minha primeira experiência de carreira internacional. Fui convidado para participar, na IBM, do time da Lotus América Latina. Participei ativamente da execução da estratégia de Lotus para Canais e Pequenas e Médias Empresas na região.
  2. Conheci em detalhes a operação de Canais da IBM para a região, contribuindo para a execução da estratégia de Marketing, Enablement e Incentivos de Canais.
  3. Participei ativamente do processo de gestão de Distribuidores de Software (VADs) para a América Latina, obtendo crescimeto ano a ano de 40%, o maior de todas as regiões do mundo!
  4. Participei do processo de lançamento de um novo produto na região, o Lotus Foundations, planejando, executando e/ou participando de eventos no Brasil, Mexico e Argentina.
  5. Completo 1 ano e meio de "blogueiro" e meu Blog foi mencionado no IBM SWG Notícias.
  6. Orientei como mentor a 3 IBMistas, conversando sobre carreira e os desafios do nosso dia-a-dia.
  7. Por fim, em Dezembro, fui convidado para juntar-me ao time da Branch de Energy e Industrial Pruducts da IBM Brasil, reportando ao Diretor da Unidade e cuidando da gestão dos principais projetos de crescimento (PMO), bem como do desenvolvimento de negócios (BDE).
Quanto ao meu blog, segue a já "tradicional" lista dos Top 10:
  1. Março - TI Uma Indústria Temática:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/ti-uma-indstria-temtica.html
  2. Abril - Viver ou Morar no Rio:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/morar-ou-viver-no-rio.html
  3. Abril - Viver ou Morar no Rio Parte 2:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/morar-ou-viver-no-rio-parte-2.html
  4. Maio - Reputação online:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/05/reputao-online-personal-enterprise.html
  5. Junho - Brincando de Deus:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/06/brincando-de-deus.html
  6. Julho - O Boeing 777. o taxista e o Brasil:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/07/o-boeing-777-o-taxista-e-o-brasil.html
  7. Setembro - Canais - Marketing, Capacitação e Incentivos:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/09/canais-marketing-capacitao-e-incentivos.html
  8. Setembro - In Google we Trust:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/09/in-google-we-trust.html
  9. Novembro - Há vinte anos, cavalos mais rápidos:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/11/h-vinte-anos-cavalos-mais-rpidos.html
  10. Dezembro - Férias, Entretenimento Infantil e Violência:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/12/frias-entretenimento-infantil-e.html
E o "Voto Popular" vai para... "Viver ou Morar no Rio"... postado em abril, foi o campeão em comentários recebidos levantando polêmica ao discutir a diferença entre Morar e Viver nas cidades do Rio e São Paulo.

É isso! 2008 foi um ano de muito aprendizado, crescimento e com muitos novos desafios. Que venha 2009, com muito otimismo, garra e vontade de crescer, de agregar muito valor!

Que em 2009 possamos, todos, Fazer a Diferença!

Férias, Entretenimento Infantil e Violência

Época de férias e, portanto, mais tempo com as crianças em casa. E mais tempo em casa significa, nos dias de hoje e na maioria das vezes, mais tempo na frente da televisão ou de jogos eletrônicos. A indústria de entretenimento definitivamente descobriu as crianças como público alvo e a quantidade de seriados direcionados para eles é enorme. Até aí, tudo bem... afinal, é natural o aumento na oferta para um público cada vez mais exigente e até mesmo formador de opinião. O problema está na mensagem e na qualidade da programação.

Acompanhei meus filhos durante uma dessas "tardes vazias"... muitos programas especiais na TV e, quase todos, de qualidade bem duvidável. E, pior de tudo, em canais que, teoricamente, deveriam ser reflexo de boa qualidade e de exemplo como a Disney Channel e o Discovery Kids. Estes são canais que, em tese, teriam boa reputação e que deveriam ter programação de alto nível. E olha que não estou nem cobrando conteúdo pedagógico... apenas vocabulário decente, pouca violência e exemplos de respeito ao próximo e, principalmente, aos mais velhos.

Diversas Correntes...

O mais surpreendente é que existem diversas correntes, como quase tudo na vida... temos aqueles que acreditam que este tipo de programação pode causar problemas no processo educacional de crianças com menos de 5 anos. Outra, radicalmente oposta e com base em pesquisas há mais de 50 anos, aposta que o efeito é exatamente o contrário.

Talvez o maior defensor da linha dos "do contra" seja o Professor Alison Schwartz. Em artigo publicado na edição de outubro do Early Childhood Education Journal (1), ele garante que o efeito da violência dos cartoons nas crianças com menos de 5 anos pode não ser tão negativo quanto se espera e sustenta a sua tese por dois motivos: o primeiro, pelo fato das crianças nesta idade não terem um entendimento completo do conteúdo apresentado. O segundo seria uma compreensão sofisticada pelas crianças do que seria certo e errado. Segundo ele, o conteúdo destes programas é tão desconexo da realidade que seria óbvio para estas crianças que se trata de ficção.

Apostando que existe uma relação entre a violência dos cartoons e a formação de adolescentes existe um outro grupo com muitos representantes. Um dos mais notáveis é o Professor John Murray, da Kansas State University. Ele defende que a violência apresentada nestes programas é sim um dos componentes que pode criar adultos agressivos.

Você é a favor ou contra?

Claro que as duas pesquisas tomam por base grandes grupos de crianças mas, ao mesmo tempo, ainda existe muito a ser descoberto com relação ao assunto. Um recente artigo, publicado no Media Awareness Network, "Research on the Effects of Media Violence" (2) fornece uma visão bem ampla das diferentes interpretações que este tema vem recebendo de estudiosos. Na tentativa de melhor entender os potenciais efeitos da violência na formação dos adolescentes até mesmo uma escala de violência foi criada...

Depois de alguma pesquisa e conhecendo melhor os argumentos de cada uma das diferentes linhas, o que fica mais claro é que quem pode fazer toda a diferença são os pais. Uma coisa é certa e acompanhar, vigiar e orientar como o tempo das crianças é gasto faz toda a diferença principalmente com um entretenimento televisivo de qualidade bem questionável...

Saudades da "Liga da Justiça"...

(1) http://www.springerlink.com/content/g28nw6878017k142/?p=62334cf3b2e04c3982e2c62c0ff7ce5a&pi=0
(2) http://www.media-awareness.ca/english/issues/violence/effects_media_violence.cfm

domingo, 14 de dezembro de 2008

"USA" on Sale 4 - Como parar um trem em movimento...

Em março e em julho deste ano, escrevi três posts sobre a crise global e seus impactos na economia norte-americana. O tema destes 3 blogs foi um dos reflexos da crise na sua economia... a compra de empresas norte-americanas por suas concorrentes. Nos primeiros seis meses deste ano, diversas empresas foram compradas e passaram a ser administradas por gestores europeus ou, mais comumente, orientais. O processo foi doloroso, principalmente para o orgulho do povo americano que assistiu a diversos ícones de sua indústria passarem para a administração de outros países.

Chegando ao final do ano vemos agora um novo reflexo... inúmeras empresas começaram a apresentar problemas sérios de caixa devido, principalmente, a redução do volume de dinheiro em circulação. A falta de crédito está levando grandes empresas literalmente para o buraco. GM e Chrysler, por exemplo, estão a poucos passos da concordata.

O Efeito mais nocivo...

E é neste momento que pode aparecer o efeito mais nocivo e cruel da crise: o desemprego. Estima-se que cerca de 3 milhões de americanos possam perder seus empregos caso estas empresas saiam do mercado. Somados aos 500 mil americanos que perderam empregos em novembro, este número é assustador e pode provocar um efeito ainda mais perverso, gerando uma espiral negativa...

Para frear este enorme trem em movimento, o governo americano precisa ser ágil, algo que nos últimos 8 anos só foi quando precisou tomar a decisão de invadir o Iraque em busca de terroristas (e olha que existem questionamentos...). O problema é que mesmo então, a "agilidade" provou-se ineficiente, mal administrada e, principalmente, não atingiu seus objetivos. Os EUA gastaram, e continuam a gastar, uma fortuna no Iraque, sem resultados. Se as lições dos últimos anos não foram devidamente aprendidas, o resultado agora poderá ser bem pior... o governo está titubeando e mesmo dentro do partido de Bush não existe consenso (1). Na última sexta-feira, 12, o vice-presdente Dick Cheney chegou a dizer que o atual governo poderá ser lembrado por gerações da mesma forma que o de Herbert Hoover, trigésimo-primeiro presidente norte-americano e que até hoje é lembrado como o governo que não conseguiu conter a espiral negativa provocada pela crash de Wall Street (2).

O pior de tudo é que mesmo passando por tudo o que ainda precisa ser percorrido, para algumas empresas, nem mesmo crédito abundante pode resolver o problema. A Chrysler, por exemplo, segundo analistas, não sobreviverá nem que receba os US$ 7Bi solicitados ao governo americano. Eles não teriam escala de produção para manter a empresa saudável neste novo mercado, que estima uma redução de 10% nas vendas para 2009 (3). Já a GM, recebendo os US$ 18Bi suportaria os efeitos da crise. A Ford, surpreendentemente, disse estar bem obrigado e dispensou, pelo menos por enquanto, um possível empréstimo do governo.

O cenário é complexo... um enorme trem em alta velocidade caminha para um acidente anunciado. A questão agora é "como parar um trem em movimento"?

(1) http://www.nytimes.com/2008/12/13/business/13auto.html?scp=3&sq=chrysler&st=cse
(2) http://query.nytimes.com/search/query?srchst=ref&query=Herbert%20Hoover
(3) http://dealbook.blogs.nytimes.com/2008/12/11/forecaster-says-ford-and-gm-can-survive-chrysler-not-so-much/?scp=2&sq=chrysler&st=cse