sexta-feira, 26 de setembro de 2008

The Big Switch - From Edison to Google


Recentemente recebi a recomendação de um amigo com relação ao livro "The Big Switch - Rewiring the World, From Edison to Google". O autor, Nicholas Carr, é velho conhecido do mundo de TI devido a um artigo que ele escreveu para a Harvard Business Review em Maio de 2003, com o título de "IT Doesn't Matter", posteriormente transformado em livro... livro este bastante polêmico entre o pessoal de TI de todo o mundo. Naquele trabalho, ele questionou profundamente o papel da Tecnologia da informação no mundo de negócios atual, colocando-a muito mais como uma commodity do que algo com "valor agregado". Ou seja, nitroglicerina pura... Altos executivos de grandes empresas de TI manifestaram-se radicalmente contra o trabalho.

Cinco anos depois ele ataca novamente, desta vez com um trabalho que procura analisar uma das mais profundas transformações pela qual a indútria de TI vem passando... a de transformação em "utility". E, para colocar esta transformação em perspectiva, ele volta ao século XIX e acompanha desde o início um processo semelhante pelo qual passou o setor de energia elétrica. Era comum, naquela época, que empresas que necessitassem de energia elétrica tivessem sua própria "usina"... fosse ela eólica, hidroelétrica, com base no carvão ou outra fonte qualquer.

O livro foi muito bem recebido pela crítica especializada. É leitura recomendada para qualquer um interessado em entender melhor, mesmo que seja por uma perspectiva peculiar, as transformações pelas quais a indústria de TI vem passando e como pode vir a ser seu futuro... futuro este, na visão do autor, não muito distante... São analisadas implicações em nossas vidas, na sociedade, na cultura e, é claro, no mundo da Tecnologia da Informação.

Summary

Nicholas Carr strikes back with his new book, "The Big Switch - Rewiring the World, From Edison to Google", again visiting the IT industry and trying to analyze this big transformation it is going through, changing from its traditional business model into the Utility Industry one. He anticipates some of the changes we can expect to see in the next years, putting everything in a historical perspective, comparing all the changes with the ones the electricity industry went through. Companies like Google, Salesforce.com and others are analyzed in this context like "new players" in a "new IT landscape".

Highly Interesting...

Mais detalhes/More details...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Isto não é certo/This is not correct

SEM COMENTÁRIOS

Não há necessidade de ver o vídeo, é violento demais. Mas por favor assine a petição clicando no link abaixo e faça chegar esta mensagem a todos que considere sensíveis a esta causa.


segunda-feira, 22 de setembro de 2008

"In Google we Trust"


Os tempos mudaram, a tecnologia mudou, as pessoas mudaram. No entanto, alguns alicerces de nossa civilização, como a fé, continuam de pé, mais fortes do que nunca. Neste novo mundo, uma das empresas mais onipresentes é a Google... Ela está em todo lugar em que olhamos, em cada computador, em cada domicílio e, em breve, em muitos celulares. É onipresente... Tão onipresente a ponto de surgirem diversas discussões comparando a Google com Deus...

Nos últimos anos, inúmeras reportagens abordaram este tema... O New York Times publicou uma materia em 2003 com este mesmo título (1). Em 2006, Douglas Coupland lançou um novo livro, "JPod" onde, em alguns momentos, ele compara a empresa com Deus novamente (ver entrevista do autor em 2).

Diversos Blogs também discutiram o assunto. O controvertido escritor Nicholas Carr, autor do famoso livro "Does IT Matter?" onde ele questiona duramente o papel da área de Tecnologia da Informação nos dias de hoje, foi um pouco mais longe e questionou se a Google era Deus ou o Diabo! (3). A lista é longa...

O mais incrível é que existe até mesmo uma Igreja do Google... A Igreja, que tem o nome de "The Church of Google", defende que o Google é o mais próximo que a humanidade já chegou "de um Deus". E relaciona 9 razões para suportar a sua linha... (4). Um destes pontos mostra, por exemplo, que o termo Google é mais pesquisado do que "God", "Jesus", "Allah", "Buddha", "Christianity", "Islam", "Buddhism" e "Judaism", combinados!
The Church of Google - Googlism - Proof Google is God!
A onda questionando o papel da Google neste novo mundo chegou até mesmo à Igreja Presbiteriana... vejam o quadro de anúncios da Igreja abaixo! Trata-se da Igreja de Banff, no Canadá, foto tirada pelo meu amigo Djalma, em viagem à Costa Oeste do Canadá.

Não resta dúvida de que esta é uma discussão polêmica, muito polêmica... até mesmo, talvez, descabida. Mas não se pode ignorar o tema. Nas décadas de sessenta e setenta o homem cansou de pensar que poderia criar robos "quase humanos". Nas décadas de oitenta e noventa vieram os estudos de Inteligência Artificial e a possibilidade de se criar um computador que "pensasse" exatamente como um ser humano, mas muito mais rápido e com menos chances de erro. Nos dias de hoje os estudos com relação a uso de embriões para criação de novos seres são discussões polêmicas...

Tecnologia e Religião, de alguma forma, sempre andaram em caminhos paralelos, assim como Razão e Fé, Prova e Dogma. Em alguns momentos, no entanto, eles "se tocam", e o resultado, normalmente, em vez de "uma resposta definitiva", são mais "perguntas sem resposta"...

Summary

The question that goes around is if Google is God or not! Although it may look like a silly question, more and more is written and discussed on this theme. If you "Google it" you will find millions of links that discuss it. And we are talking about "big fishes" like New York Times, Publishing 2.0, Nicholas Carr and others.

It is also incredible to find some religious links here, like "The Church of Google"! And some answers from more traditional religions, like the St Paul church, in Banff, Canada. After all, Google is Omnipresent... it is "Omnigoogle"...

Throughout history, man have always tried to Play God... during the seventies the idea was to build a robot that could mimic the humans... during the eighties and nineties, Artificial Intelligence came to provide computers with human intelligence. Nowadays we are playing with stem cells to "create" new beings...

The point here is that Religion and Technology, somehow, always walk together, in parallel lines... sometimes they touch one another. And the results, instead of one “answer”, are more "questions with no answer".

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

To post in English or not?

To post in English or not? To post in Portuguese or not? To post in Spanish or nor? Tough question that came to my mind one of this days... For sure, posting in English makes it easier for more people to read the posts... Probably it will make it possible to share my thoughts with more people and to collaborate more. The problem is that English is not my native language and may rise some issues regarding the way I write and what I write... 

That said, and after discussing with some colleagues, I decided to include a small summary in English for each post. My goal is to share the idea behind a post and make it possible for more people to understand what I am talking about.

In advance, I apologize for my English. Any comments as well as corrections will be more than welcome. I ask you please to tell me whenever I did a mistake. It will be a valuable contribution.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A Era do Browser 2.0

Faz pouco tempo, assisti a uma apresentação de um executivo da Google. Ele disse adotar o "Modelo da Macarronada" para desenvolvimento de novos produtos. Obviamente ninguem entendeu o que ele queria dizer e, logo em seguida, ele explicou... "é como cozinhar macarrão... para ver se está bom, pega-se um pouco e joga-se na parede. Se colar, está bom...". Como não sou especialista em cozinha, confesso que fiquei surpreso em conhecer esta apurada técnica gastronômica... mas entendi a mensagem.

O ponto dele é o seguinte... A idéia é que todos na empresa podem "inovar". Se vai dar certo ou não, se vai "colar" ou não, é outra história. O exemplo que ele deu foi o do "Google Mars". A idéia parecia brilhante (?) e por isso foi colocado em "beta" público... mas não deu certo... O problema é que é comum se ter interesse em buscar um endereço... mas na terra! e não em Marte. Não deu certo, ou seja, pelo Modelo da Macarronada, não colou, e foi retirado de "produção".

Google Chrome

Agora eles vem com um novo navegador, o Chrome. Aparentemente, ele é realmente muito mais rápido do que o Internet Explorer e o Firefox. E, principalmente, Inovador em muitos aspectos. Neste momento, o Chrome é o browser mais bem posicionado nesta nova fronteira da Web 2.0. Não pretendo fazer, aqui, mais uma avaliação sobre o produto.

Meu ponto é outro... Creio que, muito mais do que o lançamento de um novo produto, estamos assistindo a mais um sinal da derrocada do Desktop como o conhecemos... do final da época das aplicações de Desktop... da confirmação que estamos assistindo ao início de uma época onde software vai, cada vez mais, ser entregue como serviço (Software as a Service)... atraves de browsers como o Chrone!

A Era do Gelo

Assim como a Era do Gelo foi um divisor na história do Planeta Terra, os navegadores (browsers) serão divisores na história recente da TI. Entre o lançamento do primeiro browser e o dia de hoje se passaram quase 20 anos... A entrada da Google neste segmento só vem a confirmar que este modelo está realmente mudando e atingindo um nível de maturidade sem precedentes.

A entrega de software pela Internet passa pelo browser e, quem tiver a melhor ferramenta vai dominar este mercado... Aliás, neste segmento, é notável o declínio do Internet Explorer... para quem já teve quase 100% de domínio de mercado, aparecer hoje com 60% é muito pouco...

Uma nova era está iniciando no mundo de TI, a Era do Browser. Não do browser como o conhecemos e que usamos para navegar ou ler emails, mas do browser como uma plataforma para entregar aplicações. O Chrome está se posicionando como "o" browser para o mundo da Web 2.0, diferentemente do Internet Explorer e do Firefox. Ele chega ao mercado em um momento crítico, onde diversas empresas vem fazendo um esforço para se posicionar no mundo de SaaS. Além das já tradicionais, como a Salesforce, a IBM e outras mais vem investindo fortunas no desenvolvimento deste modelo de entrega de software. A IBM já tem ofertas de software neste formato, como o Sametime Unyte, e tem em seu roadmap o lançamento do BlueHouse para o início de 2009. Tudo para ser entregue via browsers.

Convergindo

Além de servir de canal para a entrega dos serviços de um software, a proposta do Chrome é de se transformar no "unificador" das mais diversas plataformas, sejam microcomputadores, telefones celulares ou aparelhos de televisão. Ele vai ter um papel fundamental neste nova fase, representando a Convergência das mais diversas plataformas hoje disponíveis.

Seguramente, nos próximos anos assistiremos a uma avalanche de novas soluções sendo entregues pela Internet, utilizando como plataforma de entrega os browsers.

A Google, um ícone nos últimos 10 anos na história de TI, busca se posicionar nesta nova era, ao lado de outros pesos pesados... a MS, que já está neste terreno há muitos anos, que se cuide...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Canais - Marketing, Capacitação e Incentivos

O modelo de vendas de produtos via Canais é amplamente utilizado. Em qualquer segmento, usualmente o fabricante lança mão de uma Rede de Parceiros de Negócios para fazer com que seus produtos cheguem ao cliente final. Sejam automóveis, tênis, refrigerantes ou, para o caso específico deste post, software.

A Indústria de Software utiliza este modelo, com algumas variantes. Em alguns casos o modelo tem dois níveis (two layers) em outros somente um. No caso de dois layers, o primeiro corresponde ao Distribuidor de Valor Agregado (VAD - Value Added Distributor) e o segundo corresponde ao Parceiro de Negócios (BP - Business Partner).

Seja qual for o modelo utilizado, em primeiro lugar é fundamental garantir que tenhamos a cobertura regional adequada. Por exemplo, se queremos que nosso produto seja comercializado na região sudeste do Brasil, precisamos ter Parceiros de Negócio nesta região. Sem a cobertura adequada, qualquer estratégia de venda via canais vai literalmente por água abaixo.

Uma vez que tenhamos a cobertura regional desejada, devemos dedicar especial atenção a 3 pontos, que são os 3 Pilares necessários para garantir um modelo eficiênte. São eles: Marketing, Capacitação e Incentivos. A seguir vamos abordar cada um destes pilares.

Marketing

Por que você compra um tênis da Nike? Seguramente a opinião de amigos ajudou em muito... No entanto, um dos principais motivadores da compra é o fato de você conhecer a marca... de alguma forma ela está registrada em seu cérebro... Indo um pouco mais longe, se você compra da marca Nike, e não da Adidas, é por que a marca Nike está "mais registrada" em seu cérebro do que a marca Adidas. A isso se dá o nome de "mindshare" e é um dos principais objetivos das campanhas de marketing... (ok, estou simplificando, mas no fundo é exatamente isso).

Para que o público em geral compre um determinado produto, antes de mais nada é fundamental saber que este produto existe, que está disponível em uma loja ou revenda próxima, para quê o produto serve e quanto custa, por exemplo.

Com software acontece exatamente o mesmo. Fundamental que tenhamos campanhas de marketing bem direcionadas e nos veículos corretos para garantir que o público alvo de uma determinada solução de software saiba de sua existência, tenha interesse despertado e possa, eventualmente, comprá-lo.

Tipicamente, a missão de definir a estratégia de marketing de um determinado software e de executá-la é do produtor, do desenvolvedor. 

Existem diversas formas de executar uma estratégia de marketing. Anúncios em jornais e revistas especializadas, em sites que tratam de assuntos relacionados ou participando de eventos são algumas das formas mais comuns. Em alguns casos, a execução de uma determinada campanha é tocada 100% pela empresa produtora. Em outras ocasiões as campanhas são tocadas em conjunto, em iniciativas conhecidas como co-marketing.

Seja qual for o modelo utilizado, uma campanha de marketing bem elaborada e executada é fundamental para que tenhamos mindshare de nosso produto e, consequentemente, para que haja interesse no mercado.

Capacitação

Suponha que tenhamos feito uma excelente campanha de marketing e que como resultado principal, nosso produto já tenha levantado interesse em milhares de consumidores. Suponha, também, que estes consumidores ávidos por nossos produtos tenham procurado pelas nossas revendas. E agora?

Caso nossos Parceiros de Negócio não estejam devidamente instruídos em como vender o produto, teremos um problema sério! Imagine que seu Parceiro de Negócios nem conheça o seu produto... como ele vai vendê-lo??? Seguramente, com muita dificuldade, se é que vai conseguir vender alguma coisa...

Capacitação é, portanto, o segundo pilar fundamental para que uma operação de vendas via Canais funcione devidamente. Novamente é responsabilidade do desenvolvedor do produto definir o formato e o conteúdo de treinamentos. Cabe a ele definir agendas, necessidades e prioridades, sempre alinhado com a estratégia de marketing que ele mesmo desenvolveu. Por exemplo, se a estratégia de marketing, neste momento, privilegia determinada funcionalidade do produto, os Parceiros tem que conhecê-la bem... se a estratégia beneficia determinada região, fundamental que os parceiros da região estejam devidamente capacitados.

É importante, também, que o Parceiro de Negócios utilize a solução de software que vende. Por absurdo e mau comparando, seria o mesmo que um vendedor de Nike estar calçando um tênis da Adidas. Ou que um vendedor de assinaturas da Vivo, utilize uma linha da TIM... As chances deste tipo de comportamento criar confusão em potenciais clientes é grande.

Incentivos

Por último, uma vez que tenhamos uma Estratégia de Marketing definida e em execução e que tenhamos Parceiros de Negócio devidamente capacitados para vender nosso software, o último pilar é o "empurrão que falta"... ou seja, Incentivos... 

E não estou falando somente de incentivos financeiros. Existem diversos tipos diferentes de incentivos, que podem ser usados em momentos distintos com igual eficácia.

Tipicamente podemos oferecer "vales" que podem ser convertidos em produtos no mercado, viagens, entradas para eventos, para congressos, placas comemorativas, enfim, uma infinidade de opções.

O objetivo do incentivo deve ser claramente definido. Depois disso, precisa ser efetivamente comunicado aos Parceiros de Negócio. Neste ponto cabe uma avaliação bem cuidadosa da forma da comunicação. Alguns formatos não são adequados para determinadas situações. Por exemplo, enviar uma mensagem por email não garante que a mensagem vai chegar ao "vendedor", ao alvo do incentivo, e pode simplesmente não gerar efeito algum.

Conclusão

Dado que tenhamos uma rede de Parceiros de Negócio bem estruturada, é absolutamente fundamental que tenhamos os três pilares aqui discutidos para garantir que ela funcione adequadamente.

Marketing, Capacitação e Incentivos são os três componentes básicos desta estrutura de vendas.