sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Extra! Extra! Notícias de Ontem!!!

Você compraria um jornal para se "atualizar" sobre as notícias de ontem? Calma, pense bem antes de responder a esta aparentemente simples e inocente pergunta... pense novamente. Pronto... a resposta é, "sim". Na realidade, quase todos fazem exatamente isso ao ler um jornal diariamente.

Estranho pensar assim, mas essa é a realidade. Todos nós, ao lermos nossos jornais "do dia", estamos lendo notícias "de ontem". E isso é natural, ou pelo menos era... o ponto aqui é que desde que temos a Internet para acesso as últimas notícias, ler o jornal pela manhã passou a ser extremamente redundante. As notícias costumam ser as mesmas já publicadas no site do jornal desde o dia anterior.

No início do século XX ainda era comum termos jornais "matutinos" e, outros, "vespertinos". A idéia era incluir no vespertino as mais frescas notícias do dia, em primeira mão, não sendo necessário aguardar pelo dia seguinte para incluí-la no matutino... Com o tempo e a mudança no perfil dos leitores de jornais, hoje temos poucos jornais com o perfil "vespertino". O que ajudou a "matá-los"? Provavelmente a televisão e seus tele-jornais. Com o passar do tempo, com a disseminação da televisão e com o surgimento dos tele-jornais, criou-se um hábito de assistir ao jornal da noite. Este, por ser mais dinâmico do que o jornal impresso, acabou por reduzir a demanda pelos "vespertinos". Você leria um jornal ou prefere que o William Bonner e a Fátima Bernardes te contem as últimas notícias do dia?

Aparentemente estamos assistindo a um fenômeno semelhante. No entanto, a vítima da vez é o matutino e seu algoz, além da televisão e seus canais dedicados 24hs a notícias, é a Internet. O processo ainda está em seu estágio inicial mas muitas pessoas já se atualizam online, diretamente nas páginas Web dos principais jornais, praticamente em tempo real... Quando recebem o jornal no dia seguinte já leram muitas das notícias publicadas.

Além disso, a indústria do "jornal impresso" ainda sofre um outro golpe bem forte. O processo de imprimir, tanto a parte da gráfica quanto o jornal em si, é muito pouco "green". Gasta-se muita energia e, principalmente, muita tinta e papel... Você já parou para pensar quantas páginas absolutamente inúteis vem no jornal aos domingos??? Quantas árvores são derrubadas??? Claro, atualmente boa parte da matéria prima vem de árvores plantadas especificamente para esta finalidade, não são derrubadas matas virgens (pelo menos, assim espeto) mas, ainda assim o processo como um todo deixa a desejar...

O fato é que, neste cenário, a circulação dos principais jornais no Brasil e no mundo tem caído (1) e, apesar de alguns atribuirem a queda à crise (2), o grande desafio do jornal impresso e descobrir novas formas de atrair e manter público. Alguns tem optado por concursos, coleções e/ou benefícios adicionais. O mercado está mudando. A maioria dos jornais já sente uma redução na demanda por edições impressas, principalmente aqueles voltados para as classes mais abastadas, que tipicamente possuem acesso a Internet. Nos próximos anos, com o maior uso da Internet, esse cenário pode mudar bastante e ter impacto forte na circulação destes jornais.

Como você pretende acompanhar estas mudanças, lendo o jornal pela manhã ou online, praticamente em tempo real, na Internet?

(1) http://www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4952%3Aivc-aponta-queda-na-circulacao-de-jornais&catid=1%3Atimas-notas&Itemid=117&lang=br
(2) http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/06/01/a-queda-na-circulacao-dos-jornais/

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Impressoras Verdes X Automóveis Baratos

Faz pouco tempo recebi um email com o anúncio de uma impressora em promoção. Até aí, tudo bem pois recebo diariamente mensagens com esse tipo de oferta. O que me chamou a atenção foram dois pontos...

Preço

O primeiro foi o preço... era uma impressora colorida de um fornecedor de primeira linha, com alta resolução por inacreditáveis US$ 19,99. Isso mesmo, menos de vinte dólares ou ainda, menos de 40 reais.

O modelo de vendas de impressoras de jato de tinta já é conhecido há vários anos... a impressora é vendida a preço baixo e o cartucho a um preço maior. Ou seja, ao comprarmos uma impressora ficamos "refens" do cartucho do mesmo fornecedor, onde ele obtem uma margem maior. Até aí, tudo bem. Mas "vender" uma impressora por menos de vinte dólares... foi quebrada uma barreira de preço...

Impressora Verde

O segundo ponto que me chamou a atenção foi o aumento da participação no mercado das Impressoras "verdes". Basicamente são impressoras em que boa parte do material utilizado para sua fabricação é reciclável. Não estou falando do material de consumo, e sim do material utilizado em sua fabricação.

Essa á uma nova tendência da indústria, que começou no ano passado. Todos sabemos, ou pelo menos imaginamos, que imprimir é uma atividade bem agressiva ao meio ambiente. O gasto de tinta e de papel é altamente poluente. O ponto aqui é que a fabricação destas máquinas também consome muitos materiais poluentes.

A proposta da indústria é utilizar material reciclável na fabricação delas, além de incorporar normas e padrões internos de uso das impressoras. Com isso, surgiu uma nova categoria de máquinas, as "impressoras verdes". Quer uma definição melhor do que seria uma impressora verde? O site da "Bay Area Green Business Program" (1) pode ajudar. Além disso, também vale uma visita ao site do consultor Joel Malower (2), um especialista que trabalha a mais de vinte anos com o business "green" (2).

No ano passado, a Xerox lançou uma "calculadora" especial, que ajuda uma empresa a definir o quão verde ela é com relação a atividade de impressão (3 e 4).

O mercado de impressoras jato de tinta é um dos mais dinâmicos do segmento de acessórios, movimentando milhões de dólares anualmente.

E os automóveis???

Fico aqui pensando... seria interessante se o mercado de automóveis também seguisse o mesmo modelo utilizado pelos fabricantes de impressoras... No nosso caso, a Petrobras, por exemplo, fabricaria seus automóveis e os venderia por preços bem baixos... mas só poderiamos usar gasolina dela...

(1) http://www.greenbiz.ca.gov/BGPrinter.html
(2) http://www.makower.com/index.html
(3) http://bits.blogs.nytimes.com/2008/03/25/how-green-is-your-printer/
(4) http://www.consulting.xerox.com/flash/thoughtleaders/suscalc/xeroxCalc.html

sábado, 5 de setembro de 2009

Rio de Janeiro, a Cidade mais Feliz do Mundo

Eu já sabia, todo carioca de verdade já sabia... e agora todo mundo sabe... o Rio de Janeiro foi eleito a cidade Mais Feliz do Mundo. A conquista foi obtida em uma pesquisa online feita pela consultoria americana GfK Custom Research North America e pelo consultor Simon Anholt que entrevistou cerca de 10 mil pessoas em 20 países. Discussões a parte com relação ao conceito de "felicidade", é nítida a vantagem que a cidade levou com relação as suas principais concorrentes, Sydney, Barcelona, Amsterdam e Melbourne (1).

Tudo bem que temos nossos problemas, como qualquer outra grande cidade do mundo. Seja Nova Iorque, Paris, Cidade do México, Tokio ou São Paulo. Qualquer cidade que abrigue milhões de habitantes tem seus problemas de logística, segurança, saneamento, etc. Porém, poucas cidades podem dizer que os conhece e que sabe viver com eles. Claro que a convivência é difícil e tem suas crises. Mas, no fim do dia, somos uma população feliz.

A cidade ganhou o título com base no seu cenário único e maravilhoso de montanha e mar, com base na tradição de festejar, seja durante o Carnaval ou durante os inúmeros festivais que agitam a cidade durante o ano.

Os próximos anos prometem mudanças para a cidade... mudanças positivas. A Copa do Mundo em 2014 e a possibilidade de receber as Olimpíadas de 2016 vão, seguramente, aumentar o nível de investimentos públicos e privados na cidade. Temos chances boas de sanar alguns dos nossos principais problemas e atenuar muitos outros.

Além disso, é nítido o aumento do investimento em cultura, com a inauguração de novas salas, como o novo Teatro Casagrande, o Vivo Rio e a Cidade da Música (que, apesar das polêmicas, vai ter papel importante).

É hora de comemorar!

(1) http://www.forbes.com/2009/09/02/worlds-happiest-cities-lifestyle-cities.html

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Lei Seca e educação no trânsito

A lei seca foi sancionada pelo presidente Lula em 19 de junho de 2008 entrando em vigor em todo o país. A lei prevê maior rigor no tratamento do motorista que tiver ingerido bebidas alcoolicas e passa a considerar crime dirigir alcoolizado.

Os resultados, um ano depois, são extremamente animadores e todos os indicadores apontam para redução no número de acidentes nas cidades e nas estradas do país. O número de vítimas fatais caiu acentuadamente. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o número de mortos em acidentes automobilísticos caiu em 22,5% um ano após a implantação da lei (1).

No entanto, ainda existe uma longa estrada pela frente no campo da educação dos motoristas. Prova disso é a foto abaixo, tirada mês passado em Copacabana, bairro da zona sul do Rio de Janeiro.


A adesão dos motoristas em geral, principalmente daqueles que se espera que possam ajudar, dirigindo motoristas que tenham ingerido álcool para casa, é fundamental.

É inadmissível brincar com uma lei que salva vidas.


(1) http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1198940-5598,00-APOS+LEI+SECA+TOTAL+DE+MORTES+NO+TRANSITO+CAEM.html