domingo, 24 de março de 2013

Pencourage, Twoo e outras... Mais do mesmo?



Na última semana recebi convite para participar de duas "novas" redes socias, a Twoo e a Pencourage. A proposta da primeira é ser um ponto de encontro, para conhecer novas pessoas. A segunda tem como  objetivo funcionar como um diário pessoal e, teoricamente, ser um lugar onde só se fala o que realmente acontece, a verdade.

Fico me perguntando... o que elas tem como "proposta de valor" para atrair usuários? Será que um internauta comum participa de mais de uma ou duas redes sociais? É um trabalho grande manter tudo atualizado.

Em utilizo basicamente 3 redes abertas: o Facebook, o LinkedIn e o Twitter. Cada uma delas tem uma proposta diferente. Utilizo o FB primordialmente para assuntos pessoais, o LinkedIn para temas profissionais e o Twitter para comunicação, para informar e ser informado de assuntos relacionados ao meio profissional. Além destas, utilizo o Connections no meu dia-a-dia profissional, na Intranet Social da IBM.

Estou seguro de que o equilíbrio pode mudar rapidamente, com um novo entrante mas, em minha opinião, em termos de rede social aberta, o Facebook criou um lock-in bem forte. Claro que a questão da mobilidade pode alterar este equilíbrio mas, em minha opinião, o responsável por este novo capítulo ainda está para aparecer.

Gostaria muito de conhecer a opinião de quem utiliza estas novas redes. Você utiliza alguma delas?

sábado, 16 de março de 2013

"O que Steve Jobs faria?"


Steve Jobs é um dos maiores ícones dos nossos tempos quando o assunto é inovação. Fundou a Apple, foi diretor executivo da Pixar e maior sócio individual da Disney Studios. Faleceu em Outubro de 2011. Sua marca na Apple é indelével. Poucas empresas no mundo tem sua história tão associada a uma pessoa. E este é um grande problema, ou desafio, se você preferir, para a empresa. Até hoje, para cada ação tomada pela empresa, se ouve a pergunta "o que Steve Jobs faria?".

A Apple, apesar de inovadora, é uma empresa fechada. Seus produtos sempre apresentaram uma arquitetura proprietária. Todos eles. Desde o primeiro computador, o Apple I, lançado no "dia da mentira", primeiro de abril de 1976, até o iPod, o iPhone e o iPad. Trata-se do maior lock-in da história contemporânea. Sou admirador e usuário dos produtos da Apple. Não os largo, pelo menos no momento, por nada. Mas a empresa enfrenta seus problemas e o cenário, em 5 anos, pode ser bem diferente.

Transparência é uma característica corporativa cada vez mais valorizada. E as novas tecnologias de Social Business podem contribuir muito para seu desenvolvimento. Quanto mais transparente uma empresa é, mais comprometidos seus funcionários são. Veja a IBM, por exemplo, que durante décadas foi vista como uma empresa fechada e conservadora, carregando a imagem do representante de vendas com um terno azul, gravata e camisa branca. Atualmente a IBM emprega mais de meio milhão de pessoas em todo o mundo. E procura valorizar cada um deles como sendo único. Cada funcionário é visto como um colaborador, como alguem que pode contribuir, com seu conhecimento e experiência, para a construção do "conhecimento coletivo" da empresa. Este conhecimento, no fim do dia, contribui para que a empresa possa entregar mais "valor" para seus clientes. É uma equação do tipo ganha-ganha. Ganham os funcionários, que tem mais visibilidade, tanto dentro da IBM quanto no mercado. Ganham os clientes, que podem se beneficiar de um conhecimento de ponta. E ganha a IBM em relação a seus concorrentes.

Artigo recente escrito por Mark Fidelman, na Forbes, discute este tema. Como o desempenho de Apple e IBM tem seguido estradas distintas e como a IBM vem se transformando em um Social Business e liderando o mercado com inovação. Ao valorizar seu corpo de profissionais, a IBM cria um ambiente propício para inovação. E segue como líder mundial de patentes, tendo alcançado a marca de 20 anos de liderança em patentes e inovação.

Incentivar profissionais a colaborar é complicado. Sempre uso a mesma analogia. Implementar um sistema ERP em uma empresa, além de um processo extremamente doloroso, é complicado. No entanto, a partir do momento em que o sistema está instalado e operacional, não existe mais escolha. Se sua função passou a ser suportada pelo sistema, você tem que usá-lo. Em contrapartida, implementar uma Rede Social Corporativa é um processo muito mais complexo. Você consegue obrigar pessoas a utilizar um sistema ERP mas você não consegue obrigar profissionais a colaborar. Ou você já ouviu alguem dizer "você tem que colaborar 3 vezes por dia" ou "já colaborou hoje"?

Vivemos uma transformação profunda e cada vez mais acelerada no mercado de trabalho. A Colaboração é, agora, central a atividade profissional. Já discuti aqui sobre o tema. Acredito que a transformação está valorizando cada vez mais o compartilhamento de informações, em detrimento daquele profissional que sabe tudo mas não compartilha nada.

O futuro das empresas está em sua capacidade de acompanhar esta transformação, de transformarem-se em agentes de mudança e construirem relações cada vez melhores, mais ágeis e transparentes com seus profissionais, fornecedores e clientes. A Apple tem um grande desafio pela frente e, infelizmente, não é mais possível contar com a liderança visionária de Steve Jobs.

Vou encerrar este post pegando emprestado o último parágrado do artigo citado anteriormente:

"Too many executives still believe in exclusive innovation. That’s a mistake. You can no longer create great products alone – IBM understands this. That’s why their culture and the technology solutions that support it are making them one of the most adaptive companies in the world.

They’re prepared for the future – are you?"

quinta-feira, 14 de março de 2013

Big Data: O próximo "recurso natural" mais valioso do mundo


Cloud, Social, Mobile e Big Data estão alterando profundamente o equilíbrio não somente das empresas de TI, mas de absolutamente todos os segmentos de indústria. A cada dia surgem novas aplicações suportadas diretamente por estes quatro pilares. Empresas de Varejo procuram ficar mais próximas a seus compradores, Bancos tentam entender melhor seus clientes e oferecer serviços cada vez mais personalizados, Hospitais desenvolvem relações mais "humanas" não somente com os pacientes mas, principalmente com suas famílias. Exemplos não faltam de aplicações que trazem benefícios concretos para nossa sociedade e que contribuem para a construção de um novo equilíbrio.

Três destes pilares, Cloud, Social e Mobile, contribuem fortemente para o quarto, o Big Data. A produção de informação pela sociedade aumentou incrívelmente na última década. A cada dia são produzidos 2,5 quintilhões de bytes de informação. Nos últimos dois anos foram produzidos, simplesmente, 90% dos dados já produzidos pelo home.

Ter capacidade para interpretar esta montanha de dados faz toda a diferença nos processos de decisão. A maioria delas ainda é tomada com base no conhecimento acadêmico, profissional e, claro, com análises subjetivas. Este cenário tende a mudar nos próximos anos com a chegada de computadores com maior capacidade (como o IBM Watson) e com o desenvolvimento de algorítmos cada vez mais poderosos.

Em entrevista recente para a Forbes, Ginni Rometty, IBM CEO, chama este universo de informações de "novo recurso natural" a ser explorado pelos líderes das empresas e da sociedade. Segundo ela, este recurso será fundamental e fator chave na liderança competitiva. Empresas com maior capacidade analítica terão vantagem sobre aquelas que baseiam suas decisões na intuição de seus gerentes.

Neste cenário, as redes sociais tem um papel preponderante. Elas serão a nova linha de produção em uma empresa. Nela serão criadas novas conexões, informação será compartilhada e, a partir daí, conhecimento será gerado em uma nova escala contribuindo, no fim do dia, para a criação do "conhecimento coletivo" de uma empresa.

“The social network will be the new production line in a company,” Rometty predicted. The primary benefit of new social platforms, she said, is that today’s knowledge workers have access to each other. In the near future, she believes “your value will not be what you know, but what you share.”

Interessante notar sua última frase quando ela afirma que, em um futuro próximo, o valor de uma pessoa não vai estar naquilo que ela sabe e sim no que ela compartilha. Já abordei este tema aqui, em Julho do ano passado. O que está acontecendo é uma grande transformação que tem, em seu centro, as pessoas, e não documentos.

Explorar este novo recurso natural de forma adequada pode ser a diferença entre acertar ou errar e, neste mundo hipercompetitivo e globalizado, errar pode significar o fim de uma empresa.

Vale uma leitura deste post de Cezar Taurion em que o tema também é explorado: "Convergência: Cloud Computing, Big Data, mobilidade e Social Business". Aliás, fecho este post com uma recomendação. Se você tem interesse nestes temas e em muitos outros relacionados com a indústria, vale acompanhar o blog dele.

segunda-feira, 11 de março de 2013

A força da Grande Rede, a "Arte de Pedir" e reputação online

Não há muitas dúvidas de que um dos grandes benefícios que a Internet pode nos oferecer está relacionado com as conexões que construimos. No entanto, é fundamental entender a sua dinâmica para que estes benefícios possam efetivamente se transformar em algo prático, tangível. Uma pessoa pode ter mais de 5 mil contatos no LinkedIn, por exemplo, e não usufruir nada. Assim como outro profissional pode ter apenas algumas dezenas de conexões, mas participar de uma rede muito mais ativa e, consequentemente, obter mais resultados. A pergunta que precisa ser respondida é, então, como manter uma rede de contatos rica e ativa.

Estou seguro de que a resposta está relacionada em identificar os contatos adequados e em oferecer "valor" em suas atividades. 

Construir as conexões certas é algo trabalhoso. Eu, por exemplo, participo de dezenas de eventos e palestras durante todo o ano e, por conta disso, tenho uma rede relativamente numerosa, principalmente no LinkedIn. Faço questão de divulgar meus contatos em cada uma delas e, depois de cada atividade, é comum receber algumas dezenas de convites. São profissionais que vêem valor no conteúdo que apresento e publico. Outras vezes, também convido para participar de minha rede, profissionais de áreas e empresas que, de alguma forma, tem relação com minha experiência. Este é um trabalho contínuo de construção da rede. E cada uma delas, LinkedIn, Twitter, SlideShare e Facebook, tem sua dinâmica própria.

Ao mesmo tempo, procuro compartilhar com as redes das quais faço parte, conteúdo de qualidade, que pode ser desde uma indicação de um artigo interessante até um post no Explora! ou uma publicação de um blog que eu acompanho. Utilizo as redes para informar quando publico algo. E recebo comentários e sugestões que são extremamente valiosos para mim e, consequentemente, para a rede. O conteúdo produzido, com o tempo, gera confiança, reputação.

Estes dois pilares, as conexões e o valor adicionado, formam a base de uma experiência rica na Internet. Sem eles, não se pode retirar valor de uma rede. A partir do momento que você tenha construido uma base inicial, já pode pensar em explorar o que possui.

O primeiro vídeo abaixo é um exemplo do que procurei explicar. No caso, Amanda Palmer, artista americana, vocalista e pianista da banda The Dresden Dolls, explica em uma recente apresentação no TED, como faz para "pedir" contribuições de sua rede de fans. Durante cerca de 14 minutos, ela mostra como construiu sua rede e como soube pedir seu suporte, quando necessário. Uma palavra chave que ela usa é "confiança" (trust). A relação entre você e sua rede deve ser de confiança, tipo "olho no olho". É preciso existir confiança e, também, estar preparado para ouvir as sugestões, elogios e, claro, as críticas. Mais do que isso, deve-se estar preparado para tratá-las da forma adequada de forma a gerar ainda mais valor para sua rede.

Com base em sua rede, no valor que ela gera para seus fans, ela conseguiu levantar no KickStarter quase US$ 1,2 milhões, de 25 mil fans (veja o segundo vídeo). Nem tudo, no entanto, foi bem recebido pela crítica em geral e surgiram fortes rumores de que ela estaria fazendo uso inadequado das doações que recebeu. Um post em um dos blogs da revista The New Yorker, em outubro do ano passado, a aponta como a "Vilã do Mês da Internet". Ela vive, agora, momentos turbulentos e que podem causar danos a sua reputação.

O futuro dirá como seus fans sentem-se a respeito de tudo isso. Será que eles a suportarão? Terá sido sua reputação virtualmente arranhada?



terça-feira, 5 de março de 2013

Coursera e a Revolução da Educação Social


Já abordei aqui o tema "Redes Sociais na Educação" e acredito, seguramente, que este é um dos segmentos que mais pode se beneficiar das redes sociais. Um exemplo bastante rico de todo este potencial é oferecido pela Coursera, um empreendimento "social" que estabeleceu parcerias com universidades de primeira linha em diversos países para oferecer cursos pela Internet para qualquer um, a custo zero. Os cursos cobrem desde artes, biologia e química até engenharia, matemática e economia. Eles oferecem o que é conhecido como MOOC, "Massive Open Online Courses".

O conteúdo é de responsabilidade integral das universidades que participam da iniciativa. Fazem parte, por exemplo, nos EUA, a Berklee College of Music, Columbia University, Princeton University e outras mais. Temos ainda cursos oferecidos pela University of Toronto, no Canadá, pela University of Copenhagen, na Dinamarca, pela Technical University of Munich, da Alemanha, pela University of Tokio, do Japão (clique aqui para uma relação completa). A empresa entra com a tecnologia para suportar a entrega do conteúdo, os testes para os alunos, eventuais certificações e um ambiente para troca de experiências em fórums e comunidades.

A Start-up

Atualmente, participar de um curso presencial em uma grande universidade, além de ter de vencer uma concorrência com outros interessados, vai significar uma despesa enorme. Em alguns casos pode significar um investimento de dezenas de milhares de dólares, algo que fecha as portas para uma enorme massa de interessados em todo o mundo. Neste cenário, surgiu a Coursera.

A empresa foi fundada no dia 18 de abril do ano passado por dois professores de Ciência da Computação de Stanford, Andrew Ng e Daphne Koller. Logo de início, contaram um aporte de US$16 milhões de uma venture capital do Vale do Silício, a Kleiner Perkins Caufield & Byers. Conseguiram, também, parceiros de peso como as prestigiosas universidades de Princeton, Stanford e a Univerdidade da Pennsylvania. Uma formula de sucesso, em um mundo onde a educação ganha cada vez mais importância.

Os cursos oferecidos seguem um formato similar àqueles da Khan Academy, onde conteúdo educacional é disponibilizado no formato de pequenos vídeos, de 5 a 20 minutos. A diferença aqui é que, além de oferecer o material, eles também criam as condições para que os alunos possam trocar experiências, tanto com outros alunos quanto com os professores e tutores. Atualmente existem 2.293 comunidades dedicadas ao estudo dos cursos oferecidos pela Coursera. E, muitas vezes, os membros destas comunidades reunem-se pessoalmente. No Rio de Janeiro, por exemplo, já tiveram 3 encontros e o próximo está sendo marcado.

Todo o conteúdo dos cursos é em inglês, o que não tem se mostrado como um problema. A maioria dos inscritos vem dos Estados Unidos, Inglaterra, Russia, Índia e do Brasil.

A visão

A visão deles é simples, estabelecer parcerias com as melhores universidades do mundo para oferecer cursos pela Internet para quem quiser, sem custo. Desta forma estão contribiundo para o desenvolvimento não apenas daqueles que tem a possibilidade de estudar nestas universidades mas, também, de milhões de pessoas em todo o mundo para ajudar a melhorar suas vidas, a de suas famílias e das comunidades em que vivem.

Trata-se de uma iniciativa de grande valor e que pode, efetivamente, transformar a vida de milhões de pessoas em todo o mundo ao levar educação de qualidade para eles, e não somente para os privilegiados que podem sentar-se em suas salas de aula presenciais.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Social Business Software e Serviços da IBM

Source: ibm.com via Kevin on Pinterest

Infográfico HSM: As redes sociais preferidas no mundo corporativo

Reputation Economy – Keynote speaker Ross Dawson

O tema "Reputação" é sensível, tanto a Corporativa quanto a Pessoal. E deve receber um tratamento adequado. Já abordei o assunto aqui quando falei sobre Reputação Online - "Personal" Enterprise Reputation Management, ainda em 2008. Posteriormente, voltei a abordar em Redes Sociais e o Fator Humano.

Recentemente compartilharam comigo o vídeo abaixo, de Ross Dawson, conceituado autor, empresário e analista de redes sociais, onde ele menciona que uma das principais tendências atuais é o que ele chama de Reputation Economy. É um vídeo curto mas com uma mensagem bem clara. Para pensar no assunto com o devido valor.

Conteúdo original

The rise of the reputation economy is one of the most important trends of our time. In the following video keynote speaker Ross Dawson discusses the rising importance and opportunities of the reputation economy. Some of the issues covered in the video include:
* The amount of data we have now is enabling the measurement of reputation
* Influence and Reputation are different
* Klout, PeerIndex and their peers do not measure reputation, they are trying to measure influence.
* Other players in the emerging reputation space include LinkedIn, Honestly.com and CubeDuel
* Service marketplaces such as Freelancer.com, oDesk and Elance have internal reputation measures
* There is immense value to reputation measures, across many aspects of business
* Reputation is becoming central to business and society
Matéria completa em (See more at): http://rossdawson.com/keynote-speaker/keynote-speaker-videos/reputation-economy/#sthash.pheg20Pd.dpuf