segunda-feira, 11 de março de 2013

A força da Grande Rede, a "Arte de Pedir" e reputação online

Não há muitas dúvidas de que um dos grandes benefícios que a Internet pode nos oferecer está relacionado com as conexões que construimos. No entanto, é fundamental entender a sua dinâmica para que estes benefícios possam efetivamente se transformar em algo prático, tangível. Uma pessoa pode ter mais de 5 mil contatos no LinkedIn, por exemplo, e não usufruir nada. Assim como outro profissional pode ter apenas algumas dezenas de conexões, mas participar de uma rede muito mais ativa e, consequentemente, obter mais resultados. A pergunta que precisa ser respondida é, então, como manter uma rede de contatos rica e ativa.

Estou seguro de que a resposta está relacionada em identificar os contatos adequados e em oferecer "valor" em suas atividades. 

Construir as conexões certas é algo trabalhoso. Eu, por exemplo, participo de dezenas de eventos e palestras durante todo o ano e, por conta disso, tenho uma rede relativamente numerosa, principalmente no LinkedIn. Faço questão de divulgar meus contatos em cada uma delas e, depois de cada atividade, é comum receber algumas dezenas de convites. São profissionais que vêem valor no conteúdo que apresento e publico. Outras vezes, também convido para participar de minha rede, profissionais de áreas e empresas que, de alguma forma, tem relação com minha experiência. Este é um trabalho contínuo de construção da rede. E cada uma delas, LinkedIn, Twitter, SlideShare e Facebook, tem sua dinâmica própria.

Ao mesmo tempo, procuro compartilhar com as redes das quais faço parte, conteúdo de qualidade, que pode ser desde uma indicação de um artigo interessante até um post no Explora! ou uma publicação de um blog que eu acompanho. Utilizo as redes para informar quando publico algo. E recebo comentários e sugestões que são extremamente valiosos para mim e, consequentemente, para a rede. O conteúdo produzido, com o tempo, gera confiança, reputação.

Estes dois pilares, as conexões e o valor adicionado, formam a base de uma experiência rica na Internet. Sem eles, não se pode retirar valor de uma rede. A partir do momento que você tenha construido uma base inicial, já pode pensar em explorar o que possui.

O primeiro vídeo abaixo é um exemplo do que procurei explicar. No caso, Amanda Palmer, artista americana, vocalista e pianista da banda The Dresden Dolls, explica em uma recente apresentação no TED, como faz para "pedir" contribuições de sua rede de fans. Durante cerca de 14 minutos, ela mostra como construiu sua rede e como soube pedir seu suporte, quando necessário. Uma palavra chave que ela usa é "confiança" (trust). A relação entre você e sua rede deve ser de confiança, tipo "olho no olho". É preciso existir confiança e, também, estar preparado para ouvir as sugestões, elogios e, claro, as críticas. Mais do que isso, deve-se estar preparado para tratá-las da forma adequada de forma a gerar ainda mais valor para sua rede.

Com base em sua rede, no valor que ela gera para seus fans, ela conseguiu levantar no KickStarter quase US$ 1,2 milhões, de 25 mil fans (veja o segundo vídeo). Nem tudo, no entanto, foi bem recebido pela crítica em geral e surgiram fortes rumores de que ela estaria fazendo uso inadequado das doações que recebeu. Um post em um dos blogs da revista The New Yorker, em outubro do ano passado, a aponta como a "Vilã do Mês da Internet". Ela vive, agora, momentos turbulentos e que podem causar danos a sua reputação.

O futuro dirá como seus fans sentem-se a respeito de tudo isso. Será que eles a suportarão? Terá sido sua reputação virtualmente arranhada?



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