quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Redes Sociais e Segurança Pública



Sabemos que a catapora e o sarampo são contagiosas. Aprendemos isso ainda pequenos. E sabemos o que fazer para prevenir sua disceminação. Será que poderiamos considerar a questão da Segurança Pública contagiosa? Segundo Nicholas Christakis, sociólogo de Harvard, e eleito pela revista Time em 2009 como uma das 100 pessoas mais influentes no mundo, a resposta é sim!

Ele estuda o assunto há 20 anos e concluiu que não apenas doenças são contagiosas mas, também, comportamentos. Segundo ele, tabagismo, obesidade, medo e felicidade, também o são. E isso inclui, também, a questão de segurança. No início dos tempos, um dos principais motivos pelos quais nossos antepassados reuniam-se em grupos era exatamente para se defender das ameaças externas. E o mesmo acontece até nossos dias.

Hoje nos debatemos com um grave problema de segurança urbana. A primeira reação adotada pelo governo na cidade do Rio de Janeiro foi por meio da força, da ocupação das comunidades por forças policiais, com as UPPs. Em seguida contemplou ações educacionais e culturais, na forma das "UPPs Sociais". Os resultados, até o momento, podem ser considerados positivos. Temos comunidades mais tranquilas, sem a presença ostensiva dos traficantes. Isso, por si só, já é uma vitória, principalmente pensando nas dezenas de milhares de cidadãos que vivem em regiões que eram dominadas pelo tráfico. No entanto, já é claro que o modelo não é suficiente, nem mesmo sustentável a médio e longo prazos.

Precisamos de políticas sociais mais fortes, aplicadas em um formato diferente. Em todo o mundo vimos o poder das Redes Sociais em transformar a sociedade em algo melhor. No Egíto e na Tunisia, a força da população derrubou ditaduras usando o Facebook, o Twitter, o FourSquare e o YouTube. Alguns governos já identificaram o poder das redes sociais e tentam bloquear ou limitar o acesso da população, como na China. Que lições podemos tirar?

As Redes Sociais podem e devem ser melhor exploradas por governos que buscam melhorias sociais. Toda Rede tem seus membros influenciadores, que provocam mudanças de comportamento em seus contatos. A identificação destes membros e um trabalho diferenciado com eles pode ajudar a suportar a implementação de políticas de longo prazo. O suporte da comunidade é fundamental e, mais importante ainda, contagioso. No fundo, seria como “contaminar” membros selecionados da rede para que eles espalhem o “virus” do conhecimento, da saúde e, principalmente da Segurança, para os outros membros da comunidade.

As Redes forneceriam a plataforma ideal para suportar a implantação e difusão de políticas sociais. Desta forma estariamos, mais uma vez, usando o poder das Redes Sociais para construir um mundo melhor, um Smarter Planet.

2 comentários:

  1. Sabemos também que é até bom pegar essas doenças ainda quando somos crianças. Pois depois piora muito o quadro clínico geral num adulto. A analogia fica por conta do risco da adoção de uma RSC. Vale a pena correr o risco de “se contaminar” com uma rede social, ainda que seja o início. Depois pode ser muito pior e com consequências drásticas.

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  2. Excelente seu ponto, Mauro. Realmente a analogia é válida. Adotar uma RSC quando a empresa é "jovem culturalmente" permite uma aceitação maior e mais fácil. Claro que sempre existem os riscos dessas "doenças contagiosas da infância" mas o lado positivo é que ficamos imunizados para o resto de nossas vidas. A RSC fica mais forte.

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