quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Dia das Crianças, fotos antigas e gamification


Desde o final da semana passada vem chamando a atenção o fato de membros do Facebook mudarem suas fotos de perfil para uma foto da infância. O motivo, é claro, é a proximidade do Dia das Crianças no Brasil. O interessante, no entano, é que este movimento começou naturalmente, sem uma liderança explícita. Também não faz parte de nenhuma campanha de marketing. Simplesmente aconteceu, e viralizou. O ponto aqui é que este simples movimento gerou novas "curtidas", comentários e compartilhamentos. No final do dia, mais usuários estão ativos e participando de outras discussões na rede. Este comportamento característico das redes sociais pode ser usado para explicar o que é gamification.

Teoria de Jogos

Gamification nada mais é do que a aplicação de conceitos e tecnologias de jogos, nas redes sociais (corporativas ou abertas). O exemplo mais claro é o Foursquare, onde usuários são premiados com "títulos" de acordo com o que conquistam. Ou seja, se você vai muito a um determinado restaurante, pode virar o "prefeito" dele. E por aí vai.

No fundo, gamification tem a ver com o conceito de Behavior Roadmap, algo que é estudado pela sociologia faz muito tempo. A idéia é simples e consiste em definir um conjunto de ações que devem ser cumpridas por uma pessoa para que um objetivo seja atingido. Uma vez que temos um objetivo claro, definimos um roadmap de ações. Para que uma pessoa siga o plano de ações, são oferecidas recompensas a cada passo cumprido. Esta é a idéia do jogo.

Jogos nas empresas

No mundo corporativo este conceito vem ganhando força uma vez que é uma forma lúdica de incentivar profissionais a atingir objetivos, relacionados com a estratégia da empresa. O desenvolvimento destes roadmaps é algo que deve ser feito em conjunto pela unidade interessada, que vai determinar os objetivos a serem alcançados e em que prazo, e pela área de Recursos Humanos, já que tem a ver com carreira, incentivos e remuneração. O resultado final é um plano de trabalho que será implementado e acompanhado rigorosamente para garantir que os objetivos traçados estão sendo alcançados.

Um exemplo bem comum é o uso deste tipo de metodologia para acelerar o onboarding de um novo profissional, que é tempo que um novo contratado demora desde seu primeiro dia até começar a gerar valor para a empresa. Para isso, define-se cada passo que deve ser cumprido, como obtenção de um crachá, de um notebook, de um ramal telefônico, preenchimento de seu perfil na rede social da empresa, escolha de uma fotografia pessoal para aparecer em seu perfil e por aí vai.

Outro exemplo é quando queremos fazer com que o time de vendas alcance seus objetivos. Para isso, as metas são traduzidas em objetivos intermediários e devidamente registrados. A partir deste momento, os vendedores podem seguir os direcionamentos e conquistar resompensas que podem variar de um simples badge virtual até um jantar com a família ou algum prêmio em dinheiro.

Gamification ajuda em uma das fases mais complexas de um projeto de Social Business, a adoção. Para ficar mais clara sua importância, vou usar um exemplo que sempre dou em minhas palestras. Quando trabalhamos com um projeto de uma solução de ERP, normalmente, sua implementação é Top-Down. Ou seja, se sua função passou a ser realizada com o suporte do novo sistema, você precisa utilizá-lo. Simplesmente não existe a opção de continuar a fazer o que você fazia, da mesma forma. Já em um projeto de Social Business, com grande cunho colaborativo, não é possível obrigar pessoas a colaborar. Não dá para chegar para seus funcionários e dizer "a partir de hoje todos tem que colaborar três vezes por dia". Simples assim.

Fornecedores

Algumas empresas de desenvolvimento de software oferece soluções bastante interessantes para implementar um mecanismo de Gamification. Se você está usando o IBM Connections para sua Rede Social Corporativa, pode contar com a Bunchball ou com a BadgeVille, por exemplo.

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Bom, voltando ao início do post, já coloquei no Facebook minha foto preferida da infância. Em pouco tempo recebi algumas dezenas de curtidas e muitos comentários. Divertido, como deve ser, e gerando tráfego, objetivo principal.

Ainda bem que não se comemora Halloween no Brasil... imagina as fotos que iriam aparecer!!!

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