quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Are you a "Native SaaS Provider"?

Já discuti em outro post o fato da TI ser uma "Indústria Temática" (1). E um dos temas da moda, apontado como forte tendência para os próximos anos, é a onda do Software as a Service (SaaS), também já discutido aqui em (2 e 3). Todos os principais fornecedores querem "surfar" esta onda, ser reconhecidos pelo mercado como empresas de vanguarda. No entanto, poucos podem realmente ser considerados como "Fornecedores Nativos de SaaS"... muitas são empresas tradicionais que tentam adequar seu portfolio de soluções a esta onda. Observando o mercado é possível encontrar empresas em estágios diferentes, com propostas distintas... Basicamente podemos classificar os competidores em 3 grupos distintos.

O Grupo 1 - Nativos SaaS

Salesforce.com é um fornecedor nativo de SaaS... nasceu com esta proposta. Da mesma "linhagem" podemos citar RightNow, NetSuite e SuccessFactors. Todas elas nasceram com a mesma proposição, de entregar software como um serviço, sem a necessidade de instalação, atualização de versões, manutenção, etc. Alcançaram sucesso e são reconhecidas no mercado como tal.

O Grupo 2 - Novas Adesões

Em uma segunda onda vieram companhias novas, mas que não nasceram com esta filosofia... A Google, um gigante da Internet, se enquadra neste grupo. Começaram e cresceram como uma empresa de busca na Internet. Recentemente passaram a oferecer soluções pela Web, como o GoogleDocs, por exemplo.

O Grupo 3 - Adaptando ou Comprando Portfolios

Por fim, o terceiro grupo de empresas é composto por aquelas mais antigas que buscam de toda forma ocupar algum espaço neste "novo mundo". Estas empresas tem adotado duas linhas... a primeira, adaptar seu portfolio a SaaS. A segunda linha, comprar empresas com ofertas SaaS e integrar em seu portfolio.

No primeiro sub-grupo podemos citar, por exemplo, a SAP, com sua oferta Business by Design, com o objetivo de atingir empresas de até 300 funcionários. A Microsoft também está adotando a mesma linha... sua oferta, batizada de de Software plus Services (S+S) é nitidamente uma tentativa de adaptar seu portfolio ao mundo SaaS. Absolutamente nada de novo, nenhuma revolução. Aliás, como ela mesma diz, é um "modelo híbrido".

No segundo sub-grupo, encontramos alguns peso-pesados como a IBM, por exemplo, que iniciou o movimento comprando empresas (a WebDialogs, por exemplo). A IBM está investindo no lançamento de uma solução 100% SaaS, o IBM BlueHouse, que deve estar disponível em 2009, ainda em data a ser confirmada (4 e 5)

Todos querem entrar...

O fato é que todos querem entrar nesta festa, nesta nova onda, neste novo tema da indústria de TI. Diferentemente das disputas anteriores, neste caso as barreiras de entrada são bem menores, o que permite que empresas pequenas, as vezes de uma ou duas pessoas, possam participar da disputa. A briga promete...

Summary

Can you tell you are a "Native SaaS Provider"? A few can... a few were born with this goal in mind. Salesforce.com, RightNow, NetSuite and SuccessFactors are among them. Those belong to the "Group 1", composed by companies that were born with SaaS on it's DNA.

Others are following, trying to "surf the wave"... On "Group 2" you can find new companies that did not born with SaaS on it's DNA, but sooner discovered this is important and moved on this direction. Google is a good example.

On "Group 3" you can find more traditional companies that are fighting to be part of the "New Kids on the Block". Basicaly they adopt two different ways... either they try to adapt their portfolio, like SAP and Microsoft are doing with "Business by Design" and "Software plus Service" (a hibrid model, as MS said) or they buy companies with a SaaS solution, like IBM with WebDialogs. Some, again line IBM, are also investing to have a full SaaS solution... Bluehouse is on the way.

The fact is that everybody wants to join the party and this is a not a Invitation Only Party. You can join it... if you want... the fight promisses to be good.

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/ti-uma-indstria-temtica.html
(2) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/sofware-as-service.html
(3) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/ibm-e-microsoft-entram-do-os-primeiros.html
(4) http://blogs.computerworld.com/ibm_bluehouse_brings_buzzwords_boggles_brains
(5) http://www-03.ibm.com/press/br/pt/pressrelease/23380.wss

domingo, 5 de outubro de 2008

Assim Falou Zaratrusta 2.0

De Volta ao Passado

Pra começar, vamos voltar 15, 20, 30 mil anos... ou mais. O ser humano tem uma necessidade básica de se relacionar, de criar comunidades, cidades, "instituições sociais". Sempre foi assim, desde os primeiros grupos de hominídeos que se juntavam para se defender, caçar, sobreviver enfim, em um ambiente inóspito, com poucos recursos, pouca comida, poucos amigos... A vida na terra sempre foi difícil, em qualquer época, e foi a capacidade do ser humano de criar comunidades que fez com que a espécie proliferasse... como as formigas, as abelhas, os golfinhos ou qualquer outra espécie que buscou em seus iguais o suporte para a existência, sobrevivência e proliferação.

Portanto, "redes sociais" são um conceito tão antigo quanto a humanidade ou como a vida na Terra. Não vejo motivo para entender uma "rede social" como uma invenção do século XXI. "Redes Sociais" são "instituições sociais" e tem a idade da vida na terra... ou mais, quem sabe...

De Volta ao Futuro

Voltamos ao século XXI... Computadores já se conectam há mais de 40 anos formando redes mundiais que permitem o compartilhamento de recursos, a soma de capacidade computacional, a construção de uma nova sociedade com um poder nunca antes imaginado. O ser humano continua a se unir em "instituições sociais", com fazia há milhares de anos atrás. Será que nada mudou?

Sim, alguma coisa mudou. Claro que sim. Antes as comunidades tomavam como base sinais de fumaça, sons de tambores ou sinais luminosos. Hoje as comunidades tomam como base sinais elétricos, ópticos, todos aqueles que, de alguma forma, contribuem para a formação da Grande Rede, da Internet. Nossa, como progredimos... será?

Continuamos, como a milhares de anos, a formar comunidades com base em "sinais externos" ao nosso corpo. Ainda não conseguimos montar uma "rede social interna", com base em sinais de nosso cérebro e em nossos pensamentos mais íntimos. Continuamos a depender de instrumentos externos para nos comunicar, para montar nossas comunidades.

Social Networks 5.0

Em algum momento nos próximos 5, 10 ou 20 anos, no entanto, chegaremos a um estágio nunca antes imaginado. Chegaremos a um ponto em que será possível nos comunicar, nos conectar, de forma totalmente transparente. Não dependeremos de entidades externas para nos comunicar, para formar nossas comunidades.

Será mais ou menos como foi "2001, uma Odisséia no Espaço" para toda uma geração, uma quebra de paradígma, uma mudança tão radical quanto a evolução. Como disse Nietzsche, em seu livro "Assim falou Zaratrusta", de 1885 (1), "o novo homem estará para o homem atual da mesma forma que o homem atual está para o macaco"... Ele chamou este novo homem, em sua visão, de o "Super Homem", de "Além Homem".


É preciso olhar para frente sem olhar para trás. Somente desta forma conseguiremos quebrar os paradigmas que nos prendem à "redes sociais" antigas possibilitando construir novas formas de conexão, não baseadas na conexão de equipamentos, sejam eles quais forem... fogueiras, espelhos, tambores ou a Internet. A conexão entre seres humanos, efetivamente criando uma "Next Social Network" só vai ser possível quando conseguirmos pensar como "Super Homens", literalmente nos livrando das amarras que nos prendem a um modelo mental ultrapassado.

Será que queremos?

Summary

The "Humam being" always looked for "communities"... to survive, to fight, to reproduce. "Social Network" is a concept as old as life on Earth and applies to ants, bees, dolphins and many other animals. They were the basics for their survival, for our survival. All of this Social Institutions grew based on smoke signs, drum sounds or light signs... Our society, the Internet one, grew based on electrical signs.

To think in a really different "Social Network" is a real challenge. To acchieve this new level it is fundamental to break the links to the old conecpts, to make new conections. Like Nietzsche said in his book "Thus spoke Zarathustra", 1885, this new men should stand to the actual one just as the actual one stands for the apes.

The Next Social Network will come from a new kind of men, the one that thinks in a new fashion. This new wave will connect people directly to people, without using external "signs". This is the challenge.

Do we really want it?