Na semana passada foi publicado artigo escrito por mim na Convergência Digital, do Grupo UOL, onde trato da implementação de uma Rede Social Corporativa para os Arranjos Produtivos Locais, os APLs. Segue a íntegra:
As redes sociais estão modificando estruturas de nossa
sociedade e estão permitindo a criação e o registro de conhecimento em novos
patamares. Uma das maiores
promessas está relacionada à possibilidade de compartilhar conhecimento de alto
valor com comunidades, empresas e pessoas, muitas delas ainda sem acesso
adequado à informação. Esta transformação é comparável em abrangência à produzida
pela invenção da prensa móvel pelo alemão Johannes Gutemberg, por volta de
1440, que tornou possível a distribuição de conhecimento em uma nova escala.
As redes sociais
que suportam estes movimentos são aquelas consideradas “abertas”. Na prática,
são ambientes de uso geral, sem um objetivo específico. Facebook e Twitter são
dois exemplos. Governos e empresas já identificaram o poder deste tipo de
ambiente de comunicação e colaboração e começam a utilizar tecnologias
relacionadas em projetos específicos. São as “redes sociais aplicadas”.
A Rede Social dos
Arranjos Produtivos Locais
No Brasil, sob a liderança da Coordenação-Geral de
Arranjos Produtivos Locais (APLs), o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) -
em parceria tecnológica com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT) e trabalhando com tecnologia de social business da IBM e com
projeto da Arpia Tecnologia da Informação - está desenvolvendo uma rede social
aplicada para suportar os cerca de 1,4 mil Arranjos Produtivos Locais
espalhados pelo Brasil. Um APL é uma
aglomeração de empresas de um mesmo setor produtivo, localizadas em um mesmo
território, que mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e
aprendizagem entre si e com outros membros locais, tais como governo,
associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.
O projeto é extremamente ambicioso. A rede vai
permitir o desenvolvimento econômico e social de cada APL e de todo o
ecossistema ao seu redor. Comunidades inteiras serão beneficiadas simplesmente
por terem acesso a conhecimento de alto valor e a especialistas, que poderão
contribuir com melhores práticas, por exemplo.
Grande parte das empresas que faz parte das APLs são
pequenas e, muitas vezes, familiares. Sem acesso a treinamento de qualidade,
sua produção, tipicamente artesanal, acaba por apresentar baixa qualidade. Erros
comuns são repeditos em toda a cadeia, criando um modelo que apresenta muitos
desafios para seu crescimento. A proposta da Rede Social das APLs é única e
pretende levar informação de qualidade para elas, permitindo seu crescimento. Muitas
podem beneficiar-se, por exemplo, de uma produção em maior escala ou até mesmo
da exportação de produtos.
O governo federal e governos estaduais já mantêm uma
série de iniciativas para suportar estes arranjos produtivos. O objetivo
principal é criar um espaço para potencializar a integração e o desenvolvimento
dos APLs e estimular as empresas a criarem um canal de interação com seus
pares. Um APL do Rio Grande do Sul, por exemplo, pode estar passando pela mesma
dificuldade de um de Minas Gerais para desenvolver algum produto.
Hoje, são 500 participantes, e a meta é chegar a 2015
com 100 mil pessoas. Nesse primeiro momento, a estratégia tem sido incluir na
rede os gestores de cada APL. Juntos, eles poderão achar uma solução com maior
rapidez e, com isso, passarão a dividir experiências que possam auxiliá-las a
resolver problemas e melhorar sua produtividade.
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