Será que minha empresa está pronta para implementar uma Rede Social Corporativa (RSC)? Esta é uma pergunta complexa e que demanda uma análise criteriosa. Respostas fáceis podem levar por caminhos tortuosos e também a um alto custo, tanto financeiro quanto de imagem, com potenciais danos a reputação da empresa. Como saber, então, se uma empresa está ou não pronta para um projeto de uma RSC? Vamos analisar alguns destes pontos.
Em primeiro lugar, é fundamental ter uma Cultura Aberta, Transparente. Uma das principais características de uma RSC é tornar a empresa mais transparente ao permitir o compartilhamento de informações de uma forma simples e rápida. Se sua empresa já tem uma cultura de distribuir informações abertamente, vai aderir com mais facilidade a uma RSC. Caso contrário, a rede pode acabar expondo problemas internos de comunicação e ganhar resistência. Usando a IBM como exemplo, sempre cultivamos a transparência nos relacionamentos tanto internos quanto externos, com clientes e parceiros de negócio. Isso ajudou muito a fazer com que os funcionários da IBM adotassem a "intranet social" em suas rotinas de trabalho. Já faz algum tempo que compartilhamos informações internamente via email, chat, comunidades ou pela antiga intranet, qiue funcionava como um ponto de referência para todos.
Ainda com relação a transparência, o Departamento de Comunicação teve um papel fundamental, assumindo uma liderança ativa. Ao usar a Intranet Social como canal para difusão de informações, ele "abriu" um novo caminho, um novo canal para todos os funcionários. Assumindo o papel de líder desta transformação, coube ao Departamento de Comunicações explorar todas as possibilidades, indo além da Intranet e buscando ferramentas externas como o Twitter e o Facebook. Hoje a comunicação é feita por diversos canais, dependendo de seu objetivo e público alvo. Todas as comunicações são devidamente alinhadas e personalizadas.
Um segundo ponto importante para analisar se uma empresa já está pronta para navegar por uma RSC está relacionado com o Perfil Etário dos Funcionários. As gerações mais novas estão mais "abertas" para as tecnologias sociais pois já estão acostumadas a usá-las fora do ambiente de trabalho. Quando encontram um ambiente similar em suas empresas, tem facilidade no uso e as adotam como ferramentas de trabalho, da mesma forma que já adotamos outras tecnologias no passado como o telefone, por exemplo. É algo absolutamente natural. Empresas com um perfil etário mais jovem tem vantagens. No caso da IBM, por exemplo, 50% da força de trabalho tem menos de 5 anos de IBM e uma grande parcela tem menos de 28 anos. Ao mesmo tempo em que eles adotam com mais facilidade as novas tecnologias, também agem como difusores, ajudando na adoção por outras "gerações".
Empresas com funcionários mais jovens tem tendência a ser mais ágeis e colaborativas. Um dos pontos mais comuns na adoção de uma RSC é exatamente para reduzir o tempo necessário desde a criação até a colocação de um novo produto ou serviço no mercado. Este é um processo complexo, que demanda pesquisa e interação e, quando inserido dentro de uma RSC permite a criação de comunidades de profissionais que podem estar em localidades distintas e até mesmo uma maior interação com clientes. Citando a IBM como exemplo, mais uma vez, recentemente realizamos o "Innovation Jam", uma enorme sessão de brainstorm social, ou de crowdsourcing, A idéia era abrir um espaço para novas idéias. Durante a realização do mesmo, em poucos dias, obtivemos a colaboração de mais de 150 mil funcionários, clientes e familiares, gerando mais de 46 mil idéias de novos produtos ou serviços. Em quanto tempo uma empresa conseguiria tantas novas "idéias"?
Apenas para que se tenha uma idéia, atualmente a IBM conta com cerca de 400 mil funcionários em todo o mundo. Mais de 350 mil possuem um perfil personalizado na Intranet. São mantidos cerca de 18 mil blogs, 34 mil comunidades, 170 mil atividades são registradas e acompanhadas, 255 mil arquivos compartilhados, além de 1.1 milhão de bookmarks. Complementando a Intranet Social da IBM, com o Sametime são trocadas cerca de 12 millhões de mensagens internas por dia.
Gostaria de fechar este post analisando um último fator, a questão da Tecnologia. Já comentei aqui que a adoção de uma RSC está muito mais ligada a questão Cultural do que a questão de Tecnologia. E este é exatamente o ponto... Em termos de tecnologia, sua empresa pode aderir a uma RSC no formato mais adequado a ela. Aquelas que tem como característica manter um Data Center próprio podem internalizar a solução, gerenciando a questão de software, hardware e nível de serviço. As que tem como modelo de TI os ambientes em "nuvem", podem adotar uma solução totalmente em "cloud", sem ter que se preocupar com a questão da infraestrutura. Um terceiro cenário possível é o modelo híbrido, com parte da solução internalizada e parte em nuvem.
O modelo mais adequado vai depender da empresa e de seu perfil de TI. Cada um dos modelos tem suas vantagens e desvantagens.
É sempre importante lembrar que uma Rede Social Corporativa, ou um Social Business, tem como característica principal estar ligada aos processos de negócio de uma empresa. Um bom exemplo é o uso de comunidades para desenvolvimento de novos produtos. Outro exemplo é o uso destas tecnologias para relacionamento com clientes e parceiros. Um terceiro caso frequente é o uso de Redes Sociais em processos de compras e pagamentos. Em todos estes casos, exatamente por estarem associadas a processos de negócio, as RSCs passam a ter uma característica mais crítica para o business e demandam um nível de serviço mais alto, com baixa tolerância a falhas, quedas e problemas em geral. Escalabilidade, alta disponibilidade, segurança e outros pontos mais devem ser observados. Independente da escolha da arquitetura, é fundamental observar a estes pontos.
Cultura, Perfil Etário e Tecnologia, ao mesmo tempo que não são os únicos fatores para indicar se uma empresa está pronta para implementar uma Rede Social Corporativa, são bons indicadores, são bons pontos para iniciar uma análise que dever ser criteriosa.
Em primeiro lugar, é fundamental ter uma Cultura Aberta, Transparente. Uma das principais características de uma RSC é tornar a empresa mais transparente ao permitir o compartilhamento de informações de uma forma simples e rápida. Se sua empresa já tem uma cultura de distribuir informações abertamente, vai aderir com mais facilidade a uma RSC. Caso contrário, a rede pode acabar expondo problemas internos de comunicação e ganhar resistência. Usando a IBM como exemplo, sempre cultivamos a transparência nos relacionamentos tanto internos quanto externos, com clientes e parceiros de negócio. Isso ajudou muito a fazer com que os funcionários da IBM adotassem a "intranet social" em suas rotinas de trabalho. Já faz algum tempo que compartilhamos informações internamente via email, chat, comunidades ou pela antiga intranet, qiue funcionava como um ponto de referência para todos.
Ainda com relação a transparência, o Departamento de Comunicação teve um papel fundamental, assumindo uma liderança ativa. Ao usar a Intranet Social como canal para difusão de informações, ele "abriu" um novo caminho, um novo canal para todos os funcionários. Assumindo o papel de líder desta transformação, coube ao Departamento de Comunicações explorar todas as possibilidades, indo além da Intranet e buscando ferramentas externas como o Twitter e o Facebook. Hoje a comunicação é feita por diversos canais, dependendo de seu objetivo e público alvo. Todas as comunicações são devidamente alinhadas e personalizadas.
Um segundo ponto importante para analisar se uma empresa já está pronta para navegar por uma RSC está relacionado com o Perfil Etário dos Funcionários. As gerações mais novas estão mais "abertas" para as tecnologias sociais pois já estão acostumadas a usá-las fora do ambiente de trabalho. Quando encontram um ambiente similar em suas empresas, tem facilidade no uso e as adotam como ferramentas de trabalho, da mesma forma que já adotamos outras tecnologias no passado como o telefone, por exemplo. É algo absolutamente natural. Empresas com um perfil etário mais jovem tem vantagens. No caso da IBM, por exemplo, 50% da força de trabalho tem menos de 5 anos de IBM e uma grande parcela tem menos de 28 anos. Ao mesmo tempo em que eles adotam com mais facilidade as novas tecnologias, também agem como difusores, ajudando na adoção por outras "gerações".
Empresas com funcionários mais jovens tem tendência a ser mais ágeis e colaborativas. Um dos pontos mais comuns na adoção de uma RSC é exatamente para reduzir o tempo necessário desde a criação até a colocação de um novo produto ou serviço no mercado. Este é um processo complexo, que demanda pesquisa e interação e, quando inserido dentro de uma RSC permite a criação de comunidades de profissionais que podem estar em localidades distintas e até mesmo uma maior interação com clientes. Citando a IBM como exemplo, mais uma vez, recentemente realizamos o "Innovation Jam", uma enorme sessão de brainstorm social, ou de crowdsourcing, A idéia era abrir um espaço para novas idéias. Durante a realização do mesmo, em poucos dias, obtivemos a colaboração de mais de 150 mil funcionários, clientes e familiares, gerando mais de 46 mil idéias de novos produtos ou serviços. Em quanto tempo uma empresa conseguiria tantas novas "idéias"?
Apenas para que se tenha uma idéia, atualmente a IBM conta com cerca de 400 mil funcionários em todo o mundo. Mais de 350 mil possuem um perfil personalizado na Intranet. São mantidos cerca de 18 mil blogs, 34 mil comunidades, 170 mil atividades são registradas e acompanhadas, 255 mil arquivos compartilhados, além de 1.1 milhão de bookmarks. Complementando a Intranet Social da IBM, com o Sametime são trocadas cerca de 12 millhões de mensagens internas por dia.
Gostaria de fechar este post analisando um último fator, a questão da Tecnologia. Já comentei aqui que a adoção de uma RSC está muito mais ligada a questão Cultural do que a questão de Tecnologia. E este é exatamente o ponto... Em termos de tecnologia, sua empresa pode aderir a uma RSC no formato mais adequado a ela. Aquelas que tem como característica manter um Data Center próprio podem internalizar a solução, gerenciando a questão de software, hardware e nível de serviço. As que tem como modelo de TI os ambientes em "nuvem", podem adotar uma solução totalmente em "cloud", sem ter que se preocupar com a questão da infraestrutura. Um terceiro cenário possível é o modelo híbrido, com parte da solução internalizada e parte em nuvem.
O modelo mais adequado vai depender da empresa e de seu perfil de TI. Cada um dos modelos tem suas vantagens e desvantagens.
É sempre importante lembrar que uma Rede Social Corporativa, ou um Social Business, tem como característica principal estar ligada aos processos de negócio de uma empresa. Um bom exemplo é o uso de comunidades para desenvolvimento de novos produtos. Outro exemplo é o uso destas tecnologias para relacionamento com clientes e parceiros. Um terceiro caso frequente é o uso de Redes Sociais em processos de compras e pagamentos. Em todos estes casos, exatamente por estarem associadas a processos de negócio, as RSCs passam a ter uma característica mais crítica para o business e demandam um nível de serviço mais alto, com baixa tolerância a falhas, quedas e problemas em geral. Escalabilidade, alta disponibilidade, segurança e outros pontos mais devem ser observados. Independente da escolha da arquitetura, é fundamental observar a estes pontos.
Cultura, Perfil Etário e Tecnologia, ao mesmo tempo que não são os únicos fatores para indicar se uma empresa está pronta para implementar uma Rede Social Corporativa, são bons indicadores, são bons pontos para iniciar uma análise que dever ser criteriosa.
Otimo post flávio! Meu nome é Leonardo sou aluno da Uni Balsas Faculdade de Balsas MA, estou concluido o curso de Sistemas de Informação esse ano, o tema do meu TCC é O "IMPACTO DAS REDES SOCIAIS CORPORATIVAS NAS EMPRESAS". O Sr. tem mais algum conteudo ou livro sobre esse assunto que possa me indicar? por favor me responda pois não encontrei muita coisa sobre redes sociais corporativas! abraço.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, Leo! Este é um tema bastente interessante e que tem crescido muito nos últimos anos. Como base para seu trabalho e sobre estudos em relação a Redes Sociais, sejam corporativas ou não, recomendo o trabalho de dois autores:
ResponderExcluir1) A Sociedade em Rede, de Manuel Castells
2) Connected, de Nicholas Christakis
Boa leitura!