sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Explora! Pesquisa: Que dispositivos você utiliza para acessar a Redes Sociais?

No início de março iniciei uma pesquisa aqui no Explora! para ter uma visão mais clara sobre quais seriam os dispositivos mais utilizados para acesso às Redes Sociais. Durante os últimos seis meses recebemos mais de 30 mil acessos e responderam a pesquisa 6.127 visitantes. Obviamente os resultados abaixo não podem ser encarados como sendo fruto de uma pesquisa com rigores acadêmicos formais mas é uma boa mostra dos caminhos que estão sendo utilizados para acesso às Redes Sociais Abertas. Vejam, abaixo, a fotografia final, tirada hoje, 31 de agosto.


Interessante notar que o acesso através de Notebooks ou Desktops ainda prevalece quando o comparamos de forma individual com outras alternativas, com 36% das respostas. No entanto, 64% dos usuários já acessam as RSs através de outros dispositivos, em sua maioria móveis. Em um distante segundo lugar vem o iPad (14%) e, logo na sequência, o iPhone (13%) e smartphones rodando Android (13%). Esta mudança no comportamento confirma solidamente os sinais que vem sendo apresentados pelo mercado de crescimento no uso de dispositivos móveis para acesso à Internet e às Redes Sociais.

Impactos no mundo corporativo

Há bem pouco tempo, quando falavamos no uso de um aparelho celular para acesso a um sistema corporativo imaginavamos uma interface pobre e preparada para ser utilizada em ambientes com baixa velocidade de acesso e qualidade. Isto mudou e, atualmente, os dispositivos móveis, principalmente Smartphones e Tablets, transformaram-se em poderosas ferramentas de trabalho. Mais do que isso, ao serem utilizadas da forma correta podem contribuir para o aumento da produtividade, ao permitir acesso aos sistemas corporativos 24x7.


Na IBM, por exemplo, aproximadamente 100 mil funcionários (quase 25% da força de trabalho global) utilizam smartphones ou tablets para comunicar, colaborar e para se conectar. Para que se tenha uma força de trabalho realmente engajada e flexível, é fundamental definir uma estratégia, um roadmap, com ações que tratem de questões de Infraestrutura, Integração de Sistemas e Segurança, por exemplo. 

Os resultados apresentados na pesquisa apontam na mesma direção que outros estudos realizados recentemente. Este é um sinal de que mobilidade deve integrar a lista de projetos de qualquer CIO. Conhecer metodologias e tecnologias (como a IBM Mobile Enterprise) para suportar este novo ambiente de trabalho é, portanto, fundamental.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

FecomercioSP discute a formação de capital humano

Um dos temas mais importantes e discutidos atualmente no Brasil está relacionado com a qualidade da mão de obra. E todos sabemos da importância de uma boa formação acadêmica para que o mercado tenha os profissionais com o nível necessário de qualificação. Este é um dos nossos grandes desafios e mobiliza tanto o governo quanto entidades não-governamentais. 

O "Conselho de Criatividade e inovação" da FecomercioSP realizará no dia 4 de setembro um debate para discutir este tema. Fui convidado para participar apresentando como as Redes Sociais Corporativas podem ajudar no desenvolvimento profissional e, consequentemente, fomentar inovação e competitividade.

Participarei do debate junto com:

Adolfo Melito                  - Presidente do Conselho de Criatividade e Inovação
André Sacconato             - Diretor de Pesquisas da Brain
Luiz Felipe D’Avila          - Presidente do Centro de Liderança Pública
Luiz Edmundo Rosas      - Diretor de Educação da ABRH
Claudia Coelho Hardagh  - Professora doutora do Centro Universitário Senac

O uso de Redes Sociais Corporativas tem auxiliado muitas empresas no processo de formação profissional. Ao incentivar as conexões entre profissionais de áreas e, em alguns casos, até mesmo países distintos, a empresa faz com que conhecimento seja compartilhado aumentando a inteligência coletiva da empresa.

Uma das formas mais utilizadas de Redes Sociais Corporativas para formação profissional é atraves do coaching, onde profissionais mais experientes contribuem para o desenvolvimento daqueles que ainda estão em início de carreira. O coaching é feito via compartilhamento de documentos, discussões em fórums ou através de blogs temáticos. Pode ser formal ou informal, acontecendo de forma expontânea. 

Outra forma utilizada para desenvolvimento profissional acontece através da participação em comunidades especificamente criadas para este fim. É bastante comum em processos de onboarding, por exemplo, quando novos funcionários são convidados para participar de comunidades específicas para apresentá-los à empresa e a seus novos colegas de trabalho. Tipicamente, profissionais podem serguir um roteiro de atividades que vai acelerar seu processo de integração a nova empresa ou função. 

E na sua empresa, como você imagina que uma Rede Social Corporativa pode auxiliar no processo de formação de melhores profissionais?

Participe!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

IBM anuncia intenção de adquirir a Kenexa, líder em soluções de RH


A IBM anunciou, segunda-feira, 27 de agosto, a intenção de adquirir a empresa Kenexa, líder em soluções para recrutamento e gerenciamento de talentos, por US$ 1.3 Bilhão. Com escritórios em 21 países e mais de 8900 clientes (entre eles, mais da metade das companhias listadas na Fortune 500), a empresa oferece uma ampla gama de serviços de RH como, por exemplo:
  • Recrutamento
  • Onboarding
  • Compensação
  • Gestão de Educação e Treinamento
  • Gestão de performance
  • Soluções governamentais
A aquisição fortalece o posicionamento da IBM na área de Social Business, um dos seus pilares estratégicos de crescimento, e vai suportar empresas em sua jornada social, conectando funcionários, parceiros de negócio e clientes de forma única. As soluções da Kenexa são oferecidas como uma combinação de serviços em nuvem e consultoria, para integrar pessoas e processos, permitindo que empresas utilizem métricas e ferramentas de business analytics para criar uma Smarter Workforce.

Segundo o último IBM CEO Study, 57% dos CEOs identificaram Social Business como uma prioridade e mais de 73% estão fazendo investimentos na área. Além disso, 70% dos entrevistados citaram "capital humano" como sendo o fator isolado mais importante para suportar valor economico. Empresas de todos os tamanhos e indústrias estão procurando formas de aumentar a eficiência de sua força de trabalho e, ao mesmo tempo, obter mais informações e insights sobre informações de negócio.

"The Kenexa acquisition will complement IBM's social business and HR business services leadership. More than 60 percent of Fortune 100 companies have licensed IBM's solutions for social business. Through its combination of social software, analytics, content management, and deep industry expertise, IBM is uniquely positioned to help organizations capture information, create insights and generate interactions that translate into real business value."

É importante entender este movimento da IBM como uma demonstração clara de que a empresa planeja posicionar-se como a principal fornecedora de soluções para Smarter Workforce no mundo. Para isso, integrará suas linhas de Social Business, Cloud e Business Analytics com as soluções da Kenexa e suas práticas de consultoria.

Mais informações em:

Obs.: A IBM espera que a transação seja efetivamente fechada no último trimestre deste ano, sujeita a aprovações de entidades reguladoras, dos acionistas da Kenexa. O atual anúncio é de Intenção de Compra e segue as regras da SEC sobre empresas com ações listadas nas bolsas de valores americanas.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Redes Sociais e Protetor Solar com FPS 100



Você está pronto para se expor no Facebook compartilhando informações sobre sua vida pessoal? Você publica fotografias de família? Fala sobre suas férias e os lugares que visitou? E em uma Rede Social Corporativa (RSC), também está disposto a mostrar quem você é compartilhando projetos e experiências profissionais? Você participaria de grupos de trabalho colaborando com seu conhecimento para o atingimento de objetivos de negócio? Parecem perguntas similares, mas no fundo são bem diferentes. As motivações em uma rede social aberta são distintas daquelas que sustentam uma RSC. E essa "pequena" diferença, faz com que o resultado da sua exposição ou não seja radicalmente diferente.

Um estudo realizado no ano passado por dois professores da Boston University identificou quais são os principais motivos pelos quais pessoas usam o Facebook (ou redes sociais abertas, de forma mais ampla). Sua conclusão mostrou que os usuários procuram atender a duas necessidades básicas do ser humano: (1) a necessidade de pertencer a um grupo e (2) a necessidade de auto-apresentação (entenda-se, por auto-apresentação, todo o processo por trás da criação de um profile, representando uma personalidade idealizada online). Basicamente, a característica agregadora do ser humano atrai as pessoas para as redes sociais abertas, onde buscam entretenimento, informação e amizades.

Já as principais motivações em uma Rede Social Corporativa são colaborar, inovar e aumentar a produtividade. Como se vê, o que atrai um profissional para uma RSC é a possibilidade de produzir de forma mais efetiva, mais rapidamente e gerando resultado para a sua empresa. Neste contexto, São motivações distintas.

O problema é que em ambos os casos existe o fator "exposição". Ao produzir um texto, publicar uma foto ou até mesmo ao comentar uma publicação, a pessoa se expõe a críticas de terceiros. Minha experiência tem  mostrado exatamente isso nos últimos 4 ou 5 anos. Eu iniciei este blog em 8 de agosto de 2007, portanto há exatos 5 anos. Frequentemente recebo comentários para os posts que publico, ou por escrito ou pessoalmente. O mesmo se passa no Facebook, no Twitter e no Instagram. Para cada publicação, reações de terceiros são as mais variadas. Existem aqueles que elogiam e também aqueles que criticam.

Tanto no mundo corporativo quanto na vida pessoal, é fundamental estar preparado para este tipo de coisa. A "exposição" faz parte do processo e, mais importante ainda, faz com que saibam quem você é, qual sua proposta de trabalho, que valor pode agregar e muito mais. Atualmente, proteger-se desta exposição não é um comportamento valorizado. Profissionais que não compartilham seu conhecimento são cada vez menos procurados, como já discutimos aqui anteriormente no post "Informação é Poder X Compartilhar é Poder". No mundo virtual das redes sociais diferentes personalidades convivem, como vimos em "A Personalidade do seu Avatar". 

Já encontrei "avatares" de todos os tipos. No entanto, os que vejo ganhar mais destaque são os que sabem se posicionar, se promover e, principalmente, criar os relacionamentos adequados em uma RSC. Proteger-se, escondendo-se nos labirintos da sua RSC pode prejudicar sua carreira. Já pensou nisso? Você conhece seu potencial? Sabe posicionar-se da forma correta? Ou utiliza um protetor solar com FPS 100?

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Rowan Gibson, o Mr. Innovation, no IBM Forum 2012


Rowan Gibson tem o apelido de "Mr. Innovation". Ele escreveu dois livros que se transformaram em bestsellers, o primeiro em 1996, "Rethinking the Future" e o segundo em 2008, "Innovation to the Core", que Já foram traduzidos para 25 idiomas. Poucos profissionais chegaram ao seu nível de reconhecimento quando o assunto é inovação. Exatamente por causa disso, ele é um dos palestrantes mais disputados no mundo. Nos últimos quatro anos ele fez apresentações e participou de seminários e aulas em 51 países. Hoje, 15 de agosto, ele fez a palestra de abertuda do primeiro dia do IBM Forum 2012. O tema? Inovação.

Sua apresentação foi centrada em mostrar que para que uma empresa tenha crescimento sustentável, tem que inovar, sempre. A inovação é um processo contínuo e deve ser pervasivo, atingindo a todos e não ficar restrita ao departamento de Pesquisa & Desenvolvimento. Ele criou o modelo das "4 Lentes". Basicamente, sua idéia é que, para ser inovador, um profissional deve lançar mão deste modelo. Seus quatro pontos são:
  1. Seja questionador (challenging Orthodoxies) - A inovação está diretamente associada com aqueles que questionam, que desafiam o status quo, que aceitam os riscos de pensar diferente. Quantas vezes ouvimos "isso não vai dar certo"? Esta frase é a representação perfeita do momento em que a inovação é descartada, não incentivada.

    Como exemplos de empresas que souberam utilizar esta lente ele cita a Dyson (eletrodomésticos com design e funcionalidades inovadoras), a Swatch, a Southwest Airlines e a Pringle Prints. Este último merece destaque especial. Afinal, batata frita é batata frita. Quem iria pensar em literalmente imprimir textos em uma simples batata frita? Pois a P&G fez isso e lançou uma linha especial de batatas com textos impressos (records, piadas, curiosidades, etc).

  2. Estude e pegue carona nas tendências (harnessing trends) - Mais do que simplesmente identificar quais são as principais tendências no mercado, estude-as e entenda como é possível literalmente "pegar carona" nelas. Seu principal exemplo aqui é a eBay. Todos sabemos que guardamos objetos em casa que raramente são utilizados. Nos EUA, é bastante comum vermos as Garage Sales, onde estes objetos são vendidos alí mesmo, na garagem. Que tal se existisse um local, online, onde fosse possível vender estes objetos? A eBay trouxe o conceito para o mercado e se transformou em referência.

  3. Conheça e utilize seus recursos (leveraging resources) - Quais são suas principais competências? Quais são seus assets estratégicos? Conhecendo-os bem, pergunte-se, você realmente está utilizando-os da melhor forma possível? Está subutilizando-os? 

    A Disney é citada como empresa que soube identificar bem suas competências e inovar abrindo outras áreas de negócio. Que tal participar de aulas de inglês com os personagens da Disney? Pois foi exatamente o que eles fizeram e abriram uma linha de negócio inteiramente nova. E não se limitando a aulas de inglês. Criaram um programa internacional, totalmente alavancado pelo mundo mágico que eles criaram.

  4. Conheça seu cliente (understand the client) - parece simples, mas será que todos conhecemos bem nossos clientes? Sejam eles internos, externos, diretos ou indiretos, será que sabemos exatamente o que ele quer? Existem muitas oportunidades ainda não exploradas aí. Alguem, algum dia, pediu para a Google inventar uma ferramenta de buscas? Quem pediu para a Apple inventar o iPad? E quem pediu para a IBM inventar o PC? Todos estes exemplos mostram empresas que inovaram com base no conhecimento que tem do mercado, com base em insights com objetivos claros.

    Os tempos mudaram. No passado, dizia-se que "o cliente é rei". A versão do século XXI desta frase é "o cliente é Deus".
As quatro lentes, quando bem utilizadas, podem ser uma ferramenta importante para auxiliar na inovação em empresas de qualquer porte, de qualquer segmento. E como fazer para que tudo isso aconteça e para que tenha valor para uma empresa?

Segundo Rowan Gibson, basicamente são necessárias três condições:
  1. Time and Space for Innovation - É preciso dar tempo, espaço, condições para que a inovação ocorra.
  2. Diversity of thinking - "se você pretende competir globalmente, precisa entender que 80% do mundo não é branca e que metade não é composta por homens".
  3. Connection and conversation -  De acordo com o Professor Ronald Burt, da Universidade de Chicado, "Employees who are better connected across the organization generate higher quality ideas than those with limited connections".
Não há como ignorar o enorme potencial que existe ao unirmos sua teoria com as redes sociais corporativas (RSC). Ao implementar uma RSC criamos as condições para que cada funcionário utilize as "quatro lentes" e transforme-se em um inovador, trazendo valor para a empresa.

O IBM Forum 2012

O primeiro dia do IBM Forum 2012 foi super interessante. Começou com a palestra de Rowan Gibson, seguiu com Bruno di Leo apresentando o CEO Study 2012 e encerrou a parte da manhã com um painel de CEOs. Participaram Edson Bueno, da Amil, Fabio Barbosa, do Grupo Abril, Horácio Lafer Piva, da Klabin, Pedro Wongtschowski, do Grupo Ultra e Thomaz Menezes, da Sul América.

Na parte da tarde, dentre inúmeras sessões, destaque especial para a Petrobras e a Cemex, que compartilharam suas experiências. Miguel Angel Lozano, Corporate Innovation Executive da Cemex apresentou seu Projeto Shift, um enorme sucesso em termos de Rede Social Corporativa suportado pela tecnologia IBM Connections. Um verdadeiro show mostrando como uma RSC pode influenciar diretamente na Inovação Corporativa.

E amanhã tem mais, com Jim De Piante - Executivo do IBM Research que participou da criação do Watson, um sistema de inteligência cognitiva que marca uma nova era no uso de inteligência artificial. Jim apresentará os bastidores de sua criação e seus impactos na forma como a tecnologia será usada pelas empresas e pela sociedade. Depois um painel com CIOs. E muito mais na parte da tarde, com clientes apresentando casos de sucesso.

Para quem não esteve presente, abaixo o vídeo apresentado na abertura do evento. 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Weak Links - O valor social dos elos fracos


Faz muitos anos que vou para o trabalho seguindo o mesmo caminho: a praia de Ipanema (na foto, acima, vista do Arpoador), o Arpoador e logo em seguida, a praia de Copacabana e a Avenida Princesa Isabel. Faço o percurso diariamente quase no mesmo horário e, por mais curioso que possa parecer, vejo algumas pessoas regularmente. Uma corredora, que vai do Leme ao Posto 10 (baseado em minhas observações), um pedinte no sinal para entrar na Princesa Isabel, uma entregadora de jornais no sinal do cruzamento da Princisa Isabel com a Av. Nsa Sra de Copacabana e um fiscal de uma companhia de ônibus que pode estar em qualquer lugar entre o posto 5 e a Princesa Isabel, sempre caminhando com sua gravata e uma prancheta para anotações. Nunca parei para falar com eles. Não sei seus nomes e nem o que fazem da vida. Mas sei que eles estão ali, na periferia da minha "rede social".

A prática

Hoje resolvi parar para tentar conversar com o fiscal de ônibus. Muito simpático, o convidei para tomar um cafezinho em um bar na Princesa Isabel. Seu nome é Arnaldo Cintra, tem 53 anos e realmente trabalha como fiscal de transportes. Seu escritório é ali mesmo, na rua, todos os dias, das 6 às 11 da manhã, quando ele faz um intervalo para almoço. Depois, vai para a garagem da empresa, onde presta contas do movimento da parte da manhã. Ele conhece a dinâmica do trânsito naquela região muito bem. Sabe em quais horários o volume de carros aumenta, em que horário se pode trafegar com mais facilidade e até mesmo os dias da semana e do mês em que é melhor nem sair de casa, se seu percurso passa por alí. Ele tem um conhecimento bem interessante sobre mobilidade urbana (pelo menos naquele trecho da cidade) obviamente não estruturado, não formal. Depois do café, fiquei me perguntando se seu conhecimento é devidamente utilizado pela empresa para a qual trabalha.

A teoria

Nicholas Christakis, além de ser um renomado professor de Sociologia em Harvard, é um Cientista Social. Ele estuda os relacionamentos humanos muito antes dos efeitos das Redes Sociais. Grande parte dos seus estudos está direcionado para entender a capacidade de se influenciar outras pessoas, em uma rede qualquer. Sua teoria analisa os elos formados pelos participantes de uma rede e sua intensidade. Com base nisso, ele consegue identificar aqueles que mais contribuem em uma rede e como sua influencia é exercida. 

Em qualquer rede social, seja aberta ou privada, vamos sempre encontrar algumas "personalidades" típicas. Elas convivem quase que harmoniosamente, em um "equilíbrio social", cada um executando seu papel. Assim como temos aqueles que são facilmente identificados como principais influenciadores, também conhecidos como Tippers, temos aqueles que são mais "tímidos", que registram menos conhecimento e que, em um desenho de uma RSC aparecem na periferia, sem conexões com o restante da rede.


Como ligar a teoria com a prática?


O conhecimento coletivo de uma empresa está distribuido pelos elementos que formam sua rede social corporativa. Cada componente tem sua parcela de conhecimento, que pode ser compartilhada ou não. Aqueles que são mais tímidos ou que, por algum motivo, acabam posicionando-se na periferia e sem conexões, também possuem conhecimento e, principalmente, valor para a empresa. É um conhecimento que está, de alguma forma, isolado do restante da rede, não sendo devidamente utilizado pelo restante da empresa.

E aí está um dos grandes desafios de um projeto de uma RSC (Rede Social Corporativa), identificar os elos fracos e seus elementos, e fazer com que eles participem mais ativamente da dinâmica social da empresa. Eles não somente podem contribuir com o conhecimento que tem, mas podem também beneficiar-se de tudo o que já está registrado e sendo compartilhado na RSC. 

Para isso, é preciso ter mais do que simplesmente sistemas sofisticados de métricas sociais. É preciso analisar cuidadosamente os resultados delas. É relativamente fácil encontrar os grandes contribuidores. Afinal, eles registram conhecimento de forma ativa e, por isso, aparecem nos relatórios e estatísticas. E aqueles que não aparecem? Como identificá-los? Na IBM, internamente, utilizamos o IBM Small Blue para isso. Dentre as informações que ele pode fornecer, o diagrama abaixo é um bom exemplo.


No diagrama, nota-se claramente aqueles que tem mais conexões e os que estão na periferia. Este quadro acontece em qualquer empresa, em qualquer ecosistema. E é fundamental que se tenha uma visão clara dele pois somente assim podemos identificar os diferentes contribuidores. E, mais além, é possível identificar os que estão na periferia. Eles tem muito conhecimento para ser compartilhado e podem contribuir muito para a Inteligência Coletiva de sua empresa.

Neste cenário, fica a pergunta... Quantas vezes você passa por um colega de trabalho e não fala com ele? Quantos "fiscais de empresa de ônibus" existem em sua empresa?

PS.: O assunto "weak links" é motivo de sofisticados estudos acadêmicos, não apenas em Redes Sociais, mas em Sistemas Complexos. Um bom livro que trata do assunto é o "Weak Links: The Universal Key to the Stability of Networks and Complex Systems", de Peter Csermely.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Cemex e Social Business no IBM Forum 2012


Nos dias 15 e 16 de agosto, quarta e quinta-feira da semana que vem, a IBM vai realizar a sexta edição daquele que é o maior evento da empresa no Brasil, o IBM FORUM 2012. Durante estes dois dias, reunidos no Transamérica Expo Center, em São Paulo, executivos de clientes, de parceiros de negócios e da IBM vão compartilhar visões e tendências de mercado.

No dia 15, teremos como keynote speaker Rowan Gibson, um dos maiores especialistas globais em estratégia aliada ao negócio, autor de diversos best sellers como "Rethinking the future" e "Innovation to the core". É entitulado pela mídia como "um guru entre os gurus" e "mestre da inovação". No dia 16, será a vez de recebermos Jim De Piante - Executivo do IBM Research. Ele participou da criação do Watson, um sistema de inteligência cognitiva que marca uma nova era no uso de inteligência artificial. Jim apresentará os bastidores de sua criação e seus impactos na forma como a tecnologia será usada pelas empresas e pela sociedade.

Ainda no dia 15, na parte da tarde, teremos o prazer de ouvir o Sr. Miguel Angel Lozano, Diretor de Inovação na Cemex. Com muita honra fui convidado para fazer a abertura de sua apresentação. Ele falará sobre o Projeto Shift, implementado para incentivar a Inovação através de uma maior Colaboração entre seus colaboradores. Trata-se de uma oportunidade única de conhecer um pouco mais sobre a visão de um dos grandes líderes da indústria mundial sobre Colaboração, Inovação e Social Business. 

Durante dois dias, a IBM vai trazer especialistas para discutir formas de transformar o seu negócio, otimizando conhecimento e integrando inteligência através da tecnologia. Venha trocar ideias e conhecer as experiências que o ajudarão a escrever novas histórias de sucesso. 

sábado, 4 de agosto de 2012

"O sonho do rato", um retrato das Redes Sociais na China


Todos sabemos sobre as restrições impostas na China ao uso da Internet. Está na mídia, nas redes sociais, em qualquer lugar encontramos notícias sobre a censura vigente neste país. O caso da Google, que briga com o governo Chinês desde 2010, é um bom exemplo. Para continuar "operando" no mercado da China continental, a Google mudou o escritório de seu site de buscas para Hong Kong. De lá para cá, vem perdendo espaço no mercado local.

Mas existe vida dentro das muralhas da China, ou, poderiamos dizer, existe internet, existem Redes Sociais. Eles não tem acesso ao Facebook, mas tem o "renren", também não podem escrever post no Twitter, mas podem no Weibo, não tem o Google, tem o Baidu, e por aí vai.


Michael Anti (também conhecido como Jing Zhao) é jornalista e blogueiro há vários anos. Apesar da censura chinesa, ele escreve sobre a situação do país e sobre a relação de empresas multinacionais com a China. Ele ficou famoso quando a Microsoft simplesmente deletou seu blog no Windows Live Spaces, no final de 2005.

Recentemente, fez uma apresentação no TED em que falou sobre a situação da Internet e das Redes Sociais na China. É uma fotografia bastante impressionante do que está acontecendo por trás da Grande Muralha. A censura existe e regula tudo o que pode ser escrito nas redes sociais. Nomes e palavras especiais não podem ser utilizadas.

No entanto, existem fatos inusitados. O primeiro, a forma como a política foi implementada. Muito me lembrou nossa reserva de mercado. Empresas estrangeiras não podem prestar alguns serviços no país, a não ser que aceitem as regras locais (novamente, vide exemplo da Google). O segundo fato curioso é a forma com que o governo executa a censura. Segundo Michael Anti, em determinados momentos, quando é do interesse do governo, ele libera o uso de alguns recursos restritos. Normalmente, quando em disputas entre o governo central e os regionais, numa versão 2.0 do governo de Mao Tse-tung.

A quantidade de internautas na China assusta, e segue crescendo. Vai ser estranho se um dia acabarmos usando o renren e não o Facebook...

O vídeo, no início do post, é uma rara viagem à China, na voz de um de seus mais ilustres representantes. São 18 minutos muito bem investidos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Town Meeting com Ginni Rometty, IBM CEO, e Social Business


Ontem, primeiro de Agosto, recebemos aqui no Rio de Janeiro, para um encontro interno, Ginni Rometty, Presidente e CEO da IBM. Carismática e incisiva, ela assumiu a posição em janeiro deste ano e é a primeira mulher na história da IBM a ser nomeada para o cargo. Antes disso, ela foi incluida na lista publicada pela Fortune das "50 Most Powerful Women in Business" por sete anos consecutivos, aparecendo em sétimo lugar no ano passado. Ginni Rometty é uma líder nata e compartilhou conosco sua visão da IBM, do mercado global e, principalmente, da oportunidade de crescimento que temos nos próximos anos. Dentre os principais temas discutidos por ela estavam Smarter Cities, Cloud, Analytics e Social Business.

A expressão "walk the talk" é antiga conhecida e indica uma pessoa cujas ações estão de acordo com o que ela fala. Ginni Rometty é um exemplo vivo. Logo em seu primeiro dia como CEO da IBM ela usou nossa Rede Social Interna para comunicar-se com os mais de 400 mil funcionários da IBM em todo o mundo. Criou um blog onde compartilha suas visões e opiniões e, principalmente, onde busca feedback. Seu discurso foi consistente com as ações que estão sendo desenvolvidas internamente na linha de Social Business.

Ao final da apresentação, peguntei a ela qual foi (ou qual está sendo) seu maior desafio com relação ao uso de uma Rede Social Corporativa. Sua resposta foi direto ao ponto: "educação" ("educate, educate, educate"). 

Existe muita confusão no mercado com relação ao valor de uma RSC. Muitos, ao falar sobre o tema, o associam diretamente com as redes sociais abertas como o Facebook. E isso cria uma situação complexa pois para cada um dos dois casos as motivações são distintas. No caso do FB, por exemplo, a principal motivação é compartilhar fatos da vida, fazer contato com antigos e atuais "amigos", mostrar fotos e vídeos divertidos, e por aí vai. Já em uma RSC, a motivação é bastante diferente, sendo muito mais orientada a Colaboração, Gestão de Conhecimento e Inovação, por exemplo.

Ela deixou claro que seu maior desafio foi o de fazer com que algumas pessoas entendessem essa diferença de "motivação". Para ser sincero, em alguns momentos eu me questiono se usar a expressão Rede Social Corporativa se aplica de fato a tudo aquilo que grandes empresas como 3MBoschTD Bank, Basf, Sun Life, Cemex, Sogeti, Rheinmetall AGChildren's Medical Center e muitas outras estão fazendo com o IBM Connections. Social Business é um termo que representa com mais propriedade pois conecta os conceitos de Social e de Business.

Resumindo, Ginni Rometty deixou uma mensagem clara. "Estamos entrando em uma nova era da Tecnologia da Informação" onde agilidade, transparência e colaboração farão toda a diferença. Utilizar adequadamente tecnologia, respeitando aspectos culturais e integrando com a arquitetura já em uso será um elemento chave e um diferenciador entre o fracasso e o sucesso de qualquer estratégia corporativa.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Social Business Eminence - NYC


Durante a semana passada participei de um evento em Nova Iorque dedicado exclusivamente a Social Business. Foi uma oportunidade única de ouvir alguns dos principais líderes da IBM com relação ao tema. Executivos como Steeve Mills, Bob Picciano, Michael Rhodin, Alistair Rennie e Sandy Carter compartilharam com um seleto grupo suas expectativas para os próximos anos. Um ponto comum no discurso de todos foi a visão clara de que Social Business transformou-se em um componente fundamental da estratégia de crescimento corporativo e que trata-se de muito mais do que simplesmente tecnologia.

Social Business é uma plataforma avançada de Colaboração, é o elemento de software que permite a uma empresa integrar pessoas, departamentos, processos e sistemas de forma única trazendo, ao fim do dia, valor real para o seu negócio. E, quando falamos em uma Plataforma, queremos dizer que a solução como um todo é composta por vários componentes. Quais são eles?
  1. Social Networking

    O primeiro componente é exatamente o software utilizado para montar a Rede Social Corporativa. Cabe a ele fornecer os elementos básicos necessários como perfis individuais, espaço para comunidades, para a produção de Wikis, de Blogs, etc. No caso da Plataforma IBM, este componente é implementado através do IBM Connections.

    Ele fornece toda a infraestrutura de software para que uma RSC seja criada, utilizada e mantida em uma empresa. Pode ser instalado nas dependências da sua empresa ou ser consumido como um serviço na nuvem, a escolha é sua. Na IBM, o utilizamos de forma bastante ampla. Há poucos anos, as duas principais ferramentas utilizadas para comunicação e colaboração na empresa eram o telefone e o email. Com o IBM Connections, surgiu uma nova forma de colaboração, onde funcionários compartilham informação, gerando conhecimento e valor para a empresa. 

  2. Social Content

    O segundo componente é o conteúdo que é gerado na RSC. Neste caso, estamos falando de  comentários, arquivos, apresentações, vídeos e muitos outros formatos.  São eles que, no final do dia, servem de base para pesquisas e trocas de conhecimento. Esta troca somente é possível uma vez que o conhecimento está devidamente armazenado e compartilhado.

    É importante entender aqui que o grande valor do Social Content está na forma como ele é utilizado pelas pessoas. Conteúdo armazenado não tem valor para o negócio sem que seja "processado" por pessoas. E é aí que o IBM Connections Content Edition brilha, ao permitir que pessoas possam não somente consumir o que está armazenado mas, também, contribuir com insights. Desta forma, cada documento, cada arquivo, passa a ter "valor social" contribuindo para a geração da Inteligência Coletiva, o bem maior que uma empresa pode ter e base para a geração de valor. Tudo isso com segurança e integrado a arquitetura corporativa de TI.

  3. Social Analytics

    O terceiro componente está relacionado com métricas, com análise das informações manipuladas pelos membros da RSC. E ele é fundamental para que se tenha uma idéia mais clara do que está sendo produzido e consumido pela empresa. Com Social Analytics, o IBM Connections pode, com base nas informações armazenadas, gerar recomendações de novos contatos ou de comunidades para participar. 

    Mais ainda, é possível ter acesso a um mundo de informações sobre o uso do Connections. Com base nestas informações, podem ser feitos ajustes finos na estratégia de adoção.
O mercado tem apresentado algumas iniciativas interessantes mas todas são pontuais, com a promessa de atender a uma determinada demanda. É fundamental entender que a integração entre os componentes, o fato de fazerem parte de uma única plataforma, apresenta um diferencial significativo para o sucesso de um projeto de RSC. Caso contrário, a tarefa de integração destes componentes vai ficar para a empresa, e ela demanda recursos altos.