segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Feliz 2009! E um balanço do ano que passou...

Chegamos ao final de 2008, um ano difícil onde testemunhamos transformações profundas como a crise financeira mundial e a eleição de Obama como presidente dos EUA, o primeiro negro a assumir a posição. No Brasil, a "marolinha" de nosso líder (!?) vem se transformando em uma onda com impactos ainda incertos em nossas vidas... Vamos ter que aguardar mais alguns meses para ver o que nos é reservado.

De qualquer forma, o final de um ano é um momento de reflexão, de análises de nossas conquistas bem como de nossos fracassos durante o ano que se passou. Com este post fecho este ano e faço um rápido balanço do que fiz e do que ajudei a fazer, ou seja, do valor que agreguei.
  1. Tive minha primeira experiência de carreira internacional. Fui convidado para participar, na IBM, do time da Lotus América Latina. Participei ativamente da execução da estratégia de Lotus para Canais e Pequenas e Médias Empresas na região.
  2. Conheci em detalhes a operação de Canais da IBM para a região, contribuindo para a execução da estratégia de Marketing, Enablement e Incentivos de Canais.
  3. Participei ativamente do processo de gestão de Distribuidores de Software (VADs) para a América Latina, obtendo crescimeto ano a ano de 40%, o maior de todas as regiões do mundo!
  4. Participei do processo de lançamento de um novo produto na região, o Lotus Foundations, planejando, executando e/ou participando de eventos no Brasil, Mexico e Argentina.
  5. Completo 1 ano e meio de "blogueiro" e meu Blog foi mencionado no IBM SWG Notícias.
  6. Orientei como mentor a 3 IBMistas, conversando sobre carreira e os desafios do nosso dia-a-dia.
  7. Por fim, em Dezembro, fui convidado para juntar-me ao time da Branch de Energy e Industrial Pruducts da IBM Brasil, reportando ao Diretor da Unidade e cuidando da gestão dos principais projetos de crescimento (PMO), bem como do desenvolvimento de negócios (BDE).
Quanto ao meu blog, segue a já "tradicional" lista dos Top 10:
  1. Março - TI Uma Indústria Temática:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/ti-uma-indstria-temtica.html
  2. Abril - Viver ou Morar no Rio:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/morar-ou-viver-no-rio.html
  3. Abril - Viver ou Morar no Rio Parte 2:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/morar-ou-viver-no-rio-parte-2.html
  4. Maio - Reputação online:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/05/reputao-online-personal-enterprise.html
  5. Junho - Brincando de Deus:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/06/brincando-de-deus.html
  6. Julho - O Boeing 777. o taxista e o Brasil:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/07/o-boeing-777-o-taxista-e-o-brasil.html
  7. Setembro - Canais - Marketing, Capacitação e Incentivos:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/09/canais-marketing-capacitao-e-incentivos.html
  8. Setembro - In Google we Trust:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/09/in-google-we-trust.html
  9. Novembro - Há vinte anos, cavalos mais rápidos:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/11/h-vinte-anos-cavalos-mais-rpidos.html
  10. Dezembro - Férias, Entretenimento Infantil e Violência:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/12/frias-entretenimento-infantil-e.html
E o "Voto Popular" vai para... "Viver ou Morar no Rio"... postado em abril, foi o campeão em comentários recebidos levantando polêmica ao discutir a diferença entre Morar e Viver nas cidades do Rio e São Paulo.

É isso! 2008 foi um ano de muito aprendizado, crescimento e com muitos novos desafios. Que venha 2009, com muito otimismo, garra e vontade de crescer, de agregar muito valor!

Que em 2009 possamos, todos, Fazer a Diferença!

Férias, Entretenimento Infantil e Violência

Época de férias e, portanto, mais tempo com as crianças em casa. E mais tempo em casa significa, nos dias de hoje e na maioria das vezes, mais tempo na frente da televisão ou de jogos eletrônicos. A indústria de entretenimento definitivamente descobriu as crianças como público alvo e a quantidade de seriados direcionados para eles é enorme. Até aí, tudo bem... afinal, é natural o aumento na oferta para um público cada vez mais exigente e até mesmo formador de opinião. O problema está na mensagem e na qualidade da programação.

Acompanhei meus filhos durante uma dessas "tardes vazias"... muitos programas especiais na TV e, quase todos, de qualidade bem duvidável. E, pior de tudo, em canais que, teoricamente, deveriam ser reflexo de boa qualidade e de exemplo como a Disney Channel e o Discovery Kids. Estes são canais que, em tese, teriam boa reputação e que deveriam ter programação de alto nível. E olha que não estou nem cobrando conteúdo pedagógico... apenas vocabulário decente, pouca violência e exemplos de respeito ao próximo e, principalmente, aos mais velhos.

Diversas Correntes...

O mais surpreendente é que existem diversas correntes, como quase tudo na vida... temos aqueles que acreditam que este tipo de programação pode causar problemas no processo educacional de crianças com menos de 5 anos. Outra, radicalmente oposta e com base em pesquisas há mais de 50 anos, aposta que o efeito é exatamente o contrário.

Talvez o maior defensor da linha dos "do contra" seja o Professor Alison Schwartz. Em artigo publicado na edição de outubro do Early Childhood Education Journal (1), ele garante que o efeito da violência dos cartoons nas crianças com menos de 5 anos pode não ser tão negativo quanto se espera e sustenta a sua tese por dois motivos: o primeiro, pelo fato das crianças nesta idade não terem um entendimento completo do conteúdo apresentado. O segundo seria uma compreensão sofisticada pelas crianças do que seria certo e errado. Segundo ele, o conteúdo destes programas é tão desconexo da realidade que seria óbvio para estas crianças que se trata de ficção.

Apostando que existe uma relação entre a violência dos cartoons e a formação de adolescentes existe um outro grupo com muitos representantes. Um dos mais notáveis é o Professor John Murray, da Kansas State University. Ele defende que a violência apresentada nestes programas é sim um dos componentes que pode criar adultos agressivos.

Você é a favor ou contra?

Claro que as duas pesquisas tomam por base grandes grupos de crianças mas, ao mesmo tempo, ainda existe muito a ser descoberto com relação ao assunto. Um recente artigo, publicado no Media Awareness Network, "Research on the Effects of Media Violence" (2) fornece uma visão bem ampla das diferentes interpretações que este tema vem recebendo de estudiosos. Na tentativa de melhor entender os potenciais efeitos da violência na formação dos adolescentes até mesmo uma escala de violência foi criada...

Depois de alguma pesquisa e conhecendo melhor os argumentos de cada uma das diferentes linhas, o que fica mais claro é que quem pode fazer toda a diferença são os pais. Uma coisa é certa e acompanhar, vigiar e orientar como o tempo das crianças é gasto faz toda a diferença principalmente com um entretenimento televisivo de qualidade bem questionável...

Saudades da "Liga da Justiça"...

(1) http://www.springerlink.com/content/g28nw6878017k142/?p=62334cf3b2e04c3982e2c62c0ff7ce5a&pi=0
(2) http://www.media-awareness.ca/english/issues/violence/effects_media_violence.cfm

domingo, 14 de dezembro de 2008

"USA" on Sale 4 - Como parar um trem em movimento...

Em março e em julho deste ano, escrevi três posts sobre a crise global e seus impactos na economia norte-americana. O tema destes 3 blogs foi um dos reflexos da crise na sua economia... a compra de empresas norte-americanas por suas concorrentes. Nos primeiros seis meses deste ano, diversas empresas foram compradas e passaram a ser administradas por gestores europeus ou, mais comumente, orientais. O processo foi doloroso, principalmente para o orgulho do povo americano que assistiu a diversos ícones de sua indústria passarem para a administração de outros países.

Chegando ao final do ano vemos agora um novo reflexo... inúmeras empresas começaram a apresentar problemas sérios de caixa devido, principalmente, a redução do volume de dinheiro em circulação. A falta de crédito está levando grandes empresas literalmente para o buraco. GM e Chrysler, por exemplo, estão a poucos passos da concordata.

O Efeito mais nocivo...

E é neste momento que pode aparecer o efeito mais nocivo e cruel da crise: o desemprego. Estima-se que cerca de 3 milhões de americanos possam perder seus empregos caso estas empresas saiam do mercado. Somados aos 500 mil americanos que perderam empregos em novembro, este número é assustador e pode provocar um efeito ainda mais perverso, gerando uma espiral negativa...

Para frear este enorme trem em movimento, o governo americano precisa ser ágil, algo que nos últimos 8 anos só foi quando precisou tomar a decisão de invadir o Iraque em busca de terroristas (e olha que existem questionamentos...). O problema é que mesmo então, a "agilidade" provou-se ineficiente, mal administrada e, principalmente, não atingiu seus objetivos. Os EUA gastaram, e continuam a gastar, uma fortuna no Iraque, sem resultados. Se as lições dos últimos anos não foram devidamente aprendidas, o resultado agora poderá ser bem pior... o governo está titubeando e mesmo dentro do partido de Bush não existe consenso (1). Na última sexta-feira, 12, o vice-presdente Dick Cheney chegou a dizer que o atual governo poderá ser lembrado por gerações da mesma forma que o de Herbert Hoover, trigésimo-primeiro presidente norte-americano e que até hoje é lembrado como o governo que não conseguiu conter a espiral negativa provocada pela crash de Wall Street (2).

O pior de tudo é que mesmo passando por tudo o que ainda precisa ser percorrido, para algumas empresas, nem mesmo crédito abundante pode resolver o problema. A Chrysler, por exemplo, segundo analistas, não sobreviverá nem que receba os US$ 7Bi solicitados ao governo americano. Eles não teriam escala de produção para manter a empresa saudável neste novo mercado, que estima uma redução de 10% nas vendas para 2009 (3). Já a GM, recebendo os US$ 18Bi suportaria os efeitos da crise. A Ford, surpreendentemente, disse estar bem obrigado e dispensou, pelo menos por enquanto, um possível empréstimo do governo.

O cenário é complexo... um enorme trem em alta velocidade caminha para um acidente anunciado. A questão agora é "como parar um trem em movimento"?

(1) http://www.nytimes.com/2008/12/13/business/13auto.html?scp=3&sq=chrysler&st=cse
(2) http://query.nytimes.com/search/query?srchst=ref&query=Herbert%20Hoover
(3) http://dealbook.blogs.nytimes.com/2008/12/11/forecaster-says-ford-and-gm-can-survive-chrysler-not-so-much/?scp=2&sq=chrysler&st=cse

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Há Vinte Anos... Cavalos mais rápidos...

Faz pouco menos de vinte anos, mais precisamente era o ano de 1990, e eu trabalhava no Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Havia me formado há pouco tempo e já estava novamente assistindo aulas, desta vez no curso de Mestrado em Ciência da Computação, com especialização em Inteligência Artificial (IA).

Este período da minha vida me traz boas recordações. Era uma vida mais tranquila. Além da ausência dos compromissos financeiros que viria a assumir nos anos seguintes, ainda viviamos muito bem obrigado sem a Internet e, inacreditável, também sem celular. A comunicação era mais “lenta” e seguia protocolos diferentes dos atuais. Um carro enguiçado, por exemplo, nos obrigava a chamar o Touring Club do Brasil, que demorava algo como umas 4 ou 5 horas para chegar ao local... Definitivamente, outros tempos...

Um dos pontos que mais me marcou naquela época foi a chegada dos primeiros (poucos) microcomputadores com disco rígido ao NCE. Foi um acontecimento único e definitivamente abriu novas portas nas pesquisas que condiziamos em IA no NCE e na COPPE. Agora sim, com um disco de 5MB (isso mesmo, cinco megabytes) e um sistema operacional que gerenciava 640k de memória RAM, era possível utilizar softwares muito mais sofisticados e trabalhar com os complexos e sofisticados algorítmos que nossos projetos demandavam.

Vinte anos depois e a impressão que tenho é que vivemos “no futuro”. A disponibilidade da Internet em banda larga cresce rapidamente, os celulares já são os dispositivos mais vendidos do mundo e, em muitos países, já tém um número de usuários maior do que o de linhas fixas. A comunicação segue outros protocolos e mesmo nossos filhos, com menos de 5 anos de idade, já “conversam” com facilidade usando simples programas para “chat on line”, email e comunidades.

Como será o mundo dentro de 20 anos...?

Recentemente li “The Big Switch”, de Nicholas Karr (1). Um escritor controverso porém de uma clareza absolutamente brilhante. Segundo ele, em mais 5 ou 10 anos já teremos a nossa disposição as primeiras interfaces cérebro-máquina. E isso está longe de ser uma opinião somente dele. Os fundadores da Google, Larry Page e Sergey Brin, pensam da mesma forma e, pasmem, já estariam trabalhando na busca a este objetivo...

Abrindo a edição de novembro da Scientific American sou surpreendido pela matéria principal “Jacking into the brain”. As propostas e idéias são literalmente “radicais” e, se chegarmos ao menos perto delas, teramos dado passos muito largos para um mundo completamente novo.

A idéia é complexa para os padrões de hoje e bem desafiadora. Basicamente, seria possível, de alguma forma, mapear os sinais elétricos de nosso cérebro e transformá-los em comandos para o computador. Um dos modelos mais promissores é aquele que se baseia em “implantes neurais”... algo que hoje aparentemente é ficção científica em poucos anos pode se tornar realidade.

Impossível não pensar no “robô” HAL (2), do filme 2001 Uma Odisséia no Espaço, de 1968, dirigido por Stanley Kubrick. O filme foi um marco na ficção científica e apresentava um cenário totalmente insólito e, para a época, algo provavelmente muito distante. O robô, criação humana, aprendeu a pensar e controlava tudo... Será que estamos neste caminho?

Segundo os fundadores da Google, é um futuro bem provável. Conectar computadores aos nossos cérebros pode trazer enormes benefícios para a humanidade. Primeiramente, os benefícios médicos, para aqueles que sofrem de doenças degenerativas e que não conseguem nem mesmo se comunicar. Esta tecnologia abriria inúmeras portas para eles. Depois, para todos nós... neste momento é quase que impossível imaginar todos os benefícios que poderiamos ter...

A Inovação abre caminhos a cada dia, caminhos completamente novos e desconhecidos, que nos levarão para lugares que não podemos imaginar hoje. Henry Ford, certa vez, foi questionado em uma entrevista se havia feito uma pesquisa com seus potenciais clientes sobre o interesse em carros... sua resposta? “Se tivesse perguntado a eles muito provavelmente me teriam dito que queriam apenas cavalos mais rápidos”.

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/09/big-switch-from-edison-to-google.html
(2) Por coincidência ou não ou nome HAL é formado pelas letras imediatamente anteriores, no alfabeto, as que compoem a sigla da IBM .

sábado, 1 de novembro de 2008

SaaS - Lotus Bluehouse - Parte 1

A definição mais comum para Software as s Service (SaaS) aponta para um modelo de utilização de software onde o mesmo está hospedado em um computador em um lugar qualquer e suas funcionalidades são "entregues" ou "consumidas" pelo usuário final no formato de um serviço, através da Internet. Um leitura comum para esta definição é a de que você "paga por aquilo que consome". Definitivamente não é uma definição completa, ao deixar de fora uma série de pontos importantes.

Dentre os pontos mais significativos temos, por exemplo,:
  1. O usuário final deixa de se preocupar com a aquisição e manutenção da infraestrutura de hardware para suportar o software
  2. O usuário final deixa de se preocupar com a manutenção das versões do software
  3. O cliente passa a utilizar seu orçamento de TI de forma diferenciada, fazendo investimentos em projetos mais ligados ao objetivo final da empresa
  4. O cliente final pode ratear os custos do uso do serviço de forma mais efetiva, da mesma forma que se rateia uma conta de luz ou de água por diversas unidades ou departamentos da empresa
Porém, de todos estes pontos, o mais revolucionário não está no cliente final, e nem na Internet. Acredito que o componente mais importante deste novo modelo está na outra ponta, nas empresas que hoje desenvolvem software e naquelas que vão entrar para o clube. Estas empresas tem o desafio e a missão de oferecer novas soluções que possam ser consumidas por seus clientes.

O modelo é tão revolucionário que todas as empresas estão investindo fortunas em pesquisa e desenvolvimento. O objetivo de todas é ter suas soluções oferecidas neste novo modelo o mais rapidamente possível. Como vimos anteriormente (1), no entanto, muitas empresas estão simplesmente adaptando suas soluções para este novo modelo.

Lotus Bluehouse

Neste cenário, a IBM vem se destacando. No início do ano, na Lotusphere 2008, anunciou o Lotus Bluehouse (2) como a sua plataforma para oferecer software como serviços, principalmente aqueles relacionados com colaboração e redes sociais(2) que, notadamente vem migrando para o ambiente web a passos largos. É um movimento forte para se posicionar neste novo segmento de mercado, onde já estão a Google, a Microsoft e outras mais.

A grande diferença do Bluehouse para as ofertas hoje disponíveis destas empresas é o fato de ter sido construido desde o início para ser oferecido como um serviço. Como dissemos anteriormente (1), poucas empresas podem dizer que efetitamente oferecem uma solução nativa para SaaS. A IBM é uma delas e o Bluehouse vem para ocupar este espaço.

O Lotus Blouhouse é uma solução para mensageria, comunicação, colaboração, compartilhamento de arquivos, web conference e redes sociais. O projeto é ambicioso, começa com um punhado de serviços já bastante interessantes e promete crescer absurdamente nos próximos anos. Espera-se integração com telefonia convencional, VoIP, ERPs, alta mobilidade, independência de plataforma, suporte a padrões abertos e muito mais.

Se entregar tudo o que promete pode revolucionar o mundo de sofware como o conhecemos hoje, principalmente, é claro, o mundo do desktop, dependente de alguns poucos fornecedores, extremamente vulnerável e com pouca ou nenhuma mobilidade.

No próximo post, uma análise mais detalhada do Lotus Bluehouse.

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/10/are-you-native-saas-company.html
(2) http://www.eweek.com/c/a/Messaging-and-Collaboration/IBM-is-Closer-to-Building-Bluehouse-to-Compete-With-Cisco-Google-Microsoft/

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Are you a "Native SaaS Provider"?

Já discuti em outro post o fato da TI ser uma "Indústria Temática" (1). E um dos temas da moda, apontado como forte tendência para os próximos anos, é a onda do Software as a Service (SaaS), também já discutido aqui em (2 e 3). Todos os principais fornecedores querem "surfar" esta onda, ser reconhecidos pelo mercado como empresas de vanguarda. No entanto, poucos podem realmente ser considerados como "Fornecedores Nativos de SaaS"... muitas são empresas tradicionais que tentam adequar seu portfolio de soluções a esta onda. Observando o mercado é possível encontrar empresas em estágios diferentes, com propostas distintas... Basicamente podemos classificar os competidores em 3 grupos distintos.

O Grupo 1 - Nativos SaaS

Salesforce.com é um fornecedor nativo de SaaS... nasceu com esta proposta. Da mesma "linhagem" podemos citar RightNow, NetSuite e SuccessFactors. Todas elas nasceram com a mesma proposição, de entregar software como um serviço, sem a necessidade de instalação, atualização de versões, manutenção, etc. Alcançaram sucesso e são reconhecidas no mercado como tal.

O Grupo 2 - Novas Adesões

Em uma segunda onda vieram companhias novas, mas que não nasceram com esta filosofia... A Google, um gigante da Internet, se enquadra neste grupo. Começaram e cresceram como uma empresa de busca na Internet. Recentemente passaram a oferecer soluções pela Web, como o GoogleDocs, por exemplo.

O Grupo 3 - Adaptando ou Comprando Portfolios

Por fim, o terceiro grupo de empresas é composto por aquelas mais antigas que buscam de toda forma ocupar algum espaço neste "novo mundo". Estas empresas tem adotado duas linhas... a primeira, adaptar seu portfolio a SaaS. A segunda linha, comprar empresas com ofertas SaaS e integrar em seu portfolio.

No primeiro sub-grupo podemos citar, por exemplo, a SAP, com sua oferta Business by Design, com o objetivo de atingir empresas de até 300 funcionários. A Microsoft também está adotando a mesma linha... sua oferta, batizada de de Software plus Services (S+S) é nitidamente uma tentativa de adaptar seu portfolio ao mundo SaaS. Absolutamente nada de novo, nenhuma revolução. Aliás, como ela mesma diz, é um "modelo híbrido".

No segundo sub-grupo, encontramos alguns peso-pesados como a IBM, por exemplo, que iniciou o movimento comprando empresas (a WebDialogs, por exemplo). A IBM está investindo no lançamento de uma solução 100% SaaS, o IBM BlueHouse, que deve estar disponível em 2009, ainda em data a ser confirmada (4 e 5)

Todos querem entrar...

O fato é que todos querem entrar nesta festa, nesta nova onda, neste novo tema da indústria de TI. Diferentemente das disputas anteriores, neste caso as barreiras de entrada são bem menores, o que permite que empresas pequenas, as vezes de uma ou duas pessoas, possam participar da disputa. A briga promete...

Summary

Can you tell you are a "Native SaaS Provider"? A few can... a few were born with this goal in mind. Salesforce.com, RightNow, NetSuite and SuccessFactors are among them. Those belong to the "Group 1", composed by companies that were born with SaaS on it's DNA.

Others are following, trying to "surf the wave"... On "Group 2" you can find new companies that did not born with SaaS on it's DNA, but sooner discovered this is important and moved on this direction. Google is a good example.

On "Group 3" you can find more traditional companies that are fighting to be part of the "New Kids on the Block". Basicaly they adopt two different ways... either they try to adapt their portfolio, like SAP and Microsoft are doing with "Business by Design" and "Software plus Service" (a hibrid model, as MS said) or they buy companies with a SaaS solution, like IBM with WebDialogs. Some, again line IBM, are also investing to have a full SaaS solution... Bluehouse is on the way.

The fact is that everybody wants to join the party and this is a not a Invitation Only Party. You can join it... if you want... the fight promisses to be good.

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/ti-uma-indstria-temtica.html
(2) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/sofware-as-service.html
(3) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/ibm-e-microsoft-entram-do-os-primeiros.html
(4) http://blogs.computerworld.com/ibm_bluehouse_brings_buzzwords_boggles_brains
(5) http://www-03.ibm.com/press/br/pt/pressrelease/23380.wss

domingo, 5 de outubro de 2008

Assim Falou Zaratrusta 2.0

De Volta ao Passado

Pra começar, vamos voltar 15, 20, 30 mil anos... ou mais. O ser humano tem uma necessidade básica de se relacionar, de criar comunidades, cidades, "instituições sociais". Sempre foi assim, desde os primeiros grupos de hominídeos que se juntavam para se defender, caçar, sobreviver enfim, em um ambiente inóspito, com poucos recursos, pouca comida, poucos amigos... A vida na terra sempre foi difícil, em qualquer época, e foi a capacidade do ser humano de criar comunidades que fez com que a espécie proliferasse... como as formigas, as abelhas, os golfinhos ou qualquer outra espécie que buscou em seus iguais o suporte para a existência, sobrevivência e proliferação.

Portanto, "redes sociais" são um conceito tão antigo quanto a humanidade ou como a vida na Terra. Não vejo motivo para entender uma "rede social" como uma invenção do século XXI. "Redes Sociais" são "instituições sociais" e tem a idade da vida na terra... ou mais, quem sabe...

De Volta ao Futuro

Voltamos ao século XXI... Computadores já se conectam há mais de 40 anos formando redes mundiais que permitem o compartilhamento de recursos, a soma de capacidade computacional, a construção de uma nova sociedade com um poder nunca antes imaginado. O ser humano continua a se unir em "instituições sociais", com fazia há milhares de anos atrás. Será que nada mudou?

Sim, alguma coisa mudou. Claro que sim. Antes as comunidades tomavam como base sinais de fumaça, sons de tambores ou sinais luminosos. Hoje as comunidades tomam como base sinais elétricos, ópticos, todos aqueles que, de alguma forma, contribuem para a formação da Grande Rede, da Internet. Nossa, como progredimos... será?

Continuamos, como a milhares de anos, a formar comunidades com base em "sinais externos" ao nosso corpo. Ainda não conseguimos montar uma "rede social interna", com base em sinais de nosso cérebro e em nossos pensamentos mais íntimos. Continuamos a depender de instrumentos externos para nos comunicar, para montar nossas comunidades.

Social Networks 5.0

Em algum momento nos próximos 5, 10 ou 20 anos, no entanto, chegaremos a um estágio nunca antes imaginado. Chegaremos a um ponto em que será possível nos comunicar, nos conectar, de forma totalmente transparente. Não dependeremos de entidades externas para nos comunicar, para formar nossas comunidades.

Será mais ou menos como foi "2001, uma Odisséia no Espaço" para toda uma geração, uma quebra de paradígma, uma mudança tão radical quanto a evolução. Como disse Nietzsche, em seu livro "Assim falou Zaratrusta", de 1885 (1), "o novo homem estará para o homem atual da mesma forma que o homem atual está para o macaco"... Ele chamou este novo homem, em sua visão, de o "Super Homem", de "Além Homem".


É preciso olhar para frente sem olhar para trás. Somente desta forma conseguiremos quebrar os paradigmas que nos prendem à "redes sociais" antigas possibilitando construir novas formas de conexão, não baseadas na conexão de equipamentos, sejam eles quais forem... fogueiras, espelhos, tambores ou a Internet. A conexão entre seres humanos, efetivamente criando uma "Next Social Network" só vai ser possível quando conseguirmos pensar como "Super Homens", literalmente nos livrando das amarras que nos prendem a um modelo mental ultrapassado.

Será que queremos?

Summary

The "Humam being" always looked for "communities"... to survive, to fight, to reproduce. "Social Network" is a concept as old as life on Earth and applies to ants, bees, dolphins and many other animals. They were the basics for their survival, for our survival. All of this Social Institutions grew based on smoke signs, drum sounds or light signs... Our society, the Internet one, grew based on electrical signs.

To think in a really different "Social Network" is a real challenge. To acchieve this new level it is fundamental to break the links to the old conecpts, to make new conections. Like Nietzsche said in his book "Thus spoke Zarathustra", 1885, this new men should stand to the actual one just as the actual one stands for the apes.

The Next Social Network will come from a new kind of men, the one that thinks in a new fashion. This new wave will connect people directly to people, without using external "signs". This is the challenge.

Do we really want it?