segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Feliz 2009! E um balanço do ano que passou...

Chegamos ao final de 2008, um ano difícil onde testemunhamos transformações profundas como a crise financeira mundial e a eleição de Obama como presidente dos EUA, o primeiro negro a assumir a posição. No Brasil, a "marolinha" de nosso líder (!?) vem se transformando em uma onda com impactos ainda incertos em nossas vidas... Vamos ter que aguardar mais alguns meses para ver o que nos é reservado.

De qualquer forma, o final de um ano é um momento de reflexão, de análises de nossas conquistas bem como de nossos fracassos durante o ano que se passou. Com este post fecho este ano e faço um rápido balanço do que fiz e do que ajudei a fazer, ou seja, do valor que agreguei.
  1. Tive minha primeira experiência de carreira internacional. Fui convidado para participar, na IBM, do time da Lotus América Latina. Participei ativamente da execução da estratégia de Lotus para Canais e Pequenas e Médias Empresas na região.
  2. Conheci em detalhes a operação de Canais da IBM para a região, contribuindo para a execução da estratégia de Marketing, Enablement e Incentivos de Canais.
  3. Participei ativamente do processo de gestão de Distribuidores de Software (VADs) para a América Latina, obtendo crescimeto ano a ano de 40%, o maior de todas as regiões do mundo!
  4. Participei do processo de lançamento de um novo produto na região, o Lotus Foundations, planejando, executando e/ou participando de eventos no Brasil, Mexico e Argentina.
  5. Completo 1 ano e meio de "blogueiro" e meu Blog foi mencionado no IBM SWG Notícias.
  6. Orientei como mentor a 3 IBMistas, conversando sobre carreira e os desafios do nosso dia-a-dia.
  7. Por fim, em Dezembro, fui convidado para juntar-me ao time da Branch de Energy e Industrial Pruducts da IBM Brasil, reportando ao Diretor da Unidade e cuidando da gestão dos principais projetos de crescimento (PMO), bem como do desenvolvimento de negócios (BDE).
Quanto ao meu blog, segue a já "tradicional" lista dos Top 10:
  1. Março - TI Uma Indústria Temática:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/ti-uma-indstria-temtica.html
  2. Abril - Viver ou Morar no Rio:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/morar-ou-viver-no-rio.html
  3. Abril - Viver ou Morar no Rio Parte 2:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/morar-ou-viver-no-rio-parte-2.html
  4. Maio - Reputação online:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/05/reputao-online-personal-enterprise.html
  5. Junho - Brincando de Deus:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/06/brincando-de-deus.html
  6. Julho - O Boeing 777. o taxista e o Brasil:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/07/o-boeing-777-o-taxista-e-o-brasil.html
  7. Setembro - Canais - Marketing, Capacitação e Incentivos:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/09/canais-marketing-capacitao-e-incentivos.html
  8. Setembro - In Google we Trust:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/09/in-google-we-trust.html
  9. Novembro - Há vinte anos, cavalos mais rápidos:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/11/h-vinte-anos-cavalos-mais-rpidos.html
  10. Dezembro - Férias, Entretenimento Infantil e Violência:
    http://fgfmendes.blogspot.com/2008/12/frias-entretenimento-infantil-e.html
E o "Voto Popular" vai para... "Viver ou Morar no Rio"... postado em abril, foi o campeão em comentários recebidos levantando polêmica ao discutir a diferença entre Morar e Viver nas cidades do Rio e São Paulo.

É isso! 2008 foi um ano de muito aprendizado, crescimento e com muitos novos desafios. Que venha 2009, com muito otimismo, garra e vontade de crescer, de agregar muito valor!

Que em 2009 possamos, todos, Fazer a Diferença!

Férias, Entretenimento Infantil e Violência

Época de férias e, portanto, mais tempo com as crianças em casa. E mais tempo em casa significa, nos dias de hoje e na maioria das vezes, mais tempo na frente da televisão ou de jogos eletrônicos. A indústria de entretenimento definitivamente descobriu as crianças como público alvo e a quantidade de seriados direcionados para eles é enorme. Até aí, tudo bem... afinal, é natural o aumento na oferta para um público cada vez mais exigente e até mesmo formador de opinião. O problema está na mensagem e na qualidade da programação.

Acompanhei meus filhos durante uma dessas "tardes vazias"... muitos programas especiais na TV e, quase todos, de qualidade bem duvidável. E, pior de tudo, em canais que, teoricamente, deveriam ser reflexo de boa qualidade e de exemplo como a Disney Channel e o Discovery Kids. Estes são canais que, em tese, teriam boa reputação e que deveriam ter programação de alto nível. E olha que não estou nem cobrando conteúdo pedagógico... apenas vocabulário decente, pouca violência e exemplos de respeito ao próximo e, principalmente, aos mais velhos.

Diversas Correntes...

O mais surpreendente é que existem diversas correntes, como quase tudo na vida... temos aqueles que acreditam que este tipo de programação pode causar problemas no processo educacional de crianças com menos de 5 anos. Outra, radicalmente oposta e com base em pesquisas há mais de 50 anos, aposta que o efeito é exatamente o contrário.

Talvez o maior defensor da linha dos "do contra" seja o Professor Alison Schwartz. Em artigo publicado na edição de outubro do Early Childhood Education Journal (1), ele garante que o efeito da violência dos cartoons nas crianças com menos de 5 anos pode não ser tão negativo quanto se espera e sustenta a sua tese por dois motivos: o primeiro, pelo fato das crianças nesta idade não terem um entendimento completo do conteúdo apresentado. O segundo seria uma compreensão sofisticada pelas crianças do que seria certo e errado. Segundo ele, o conteúdo destes programas é tão desconexo da realidade que seria óbvio para estas crianças que se trata de ficção.

Apostando que existe uma relação entre a violência dos cartoons e a formação de adolescentes existe um outro grupo com muitos representantes. Um dos mais notáveis é o Professor John Murray, da Kansas State University. Ele defende que a violência apresentada nestes programas é sim um dos componentes que pode criar adultos agressivos.

Você é a favor ou contra?

Claro que as duas pesquisas tomam por base grandes grupos de crianças mas, ao mesmo tempo, ainda existe muito a ser descoberto com relação ao assunto. Um recente artigo, publicado no Media Awareness Network, "Research on the Effects of Media Violence" (2) fornece uma visão bem ampla das diferentes interpretações que este tema vem recebendo de estudiosos. Na tentativa de melhor entender os potenciais efeitos da violência na formação dos adolescentes até mesmo uma escala de violência foi criada...

Depois de alguma pesquisa e conhecendo melhor os argumentos de cada uma das diferentes linhas, o que fica mais claro é que quem pode fazer toda a diferença são os pais. Uma coisa é certa e acompanhar, vigiar e orientar como o tempo das crianças é gasto faz toda a diferença principalmente com um entretenimento televisivo de qualidade bem questionável...

Saudades da "Liga da Justiça"...

(1) http://www.springerlink.com/content/g28nw6878017k142/?p=62334cf3b2e04c3982e2c62c0ff7ce5a&pi=0
(2) http://www.media-awareness.ca/english/issues/violence/effects_media_violence.cfm

domingo, 14 de dezembro de 2008

"USA" on Sale 4 - Como parar um trem em movimento...

Em março e em julho deste ano, escrevi três posts sobre a crise global e seus impactos na economia norte-americana. O tema destes 3 blogs foi um dos reflexos da crise na sua economia... a compra de empresas norte-americanas por suas concorrentes. Nos primeiros seis meses deste ano, diversas empresas foram compradas e passaram a ser administradas por gestores europeus ou, mais comumente, orientais. O processo foi doloroso, principalmente para o orgulho do povo americano que assistiu a diversos ícones de sua indústria passarem para a administração de outros países.

Chegando ao final do ano vemos agora um novo reflexo... inúmeras empresas começaram a apresentar problemas sérios de caixa devido, principalmente, a redução do volume de dinheiro em circulação. A falta de crédito está levando grandes empresas literalmente para o buraco. GM e Chrysler, por exemplo, estão a poucos passos da concordata.

O Efeito mais nocivo...

E é neste momento que pode aparecer o efeito mais nocivo e cruel da crise: o desemprego. Estima-se que cerca de 3 milhões de americanos possam perder seus empregos caso estas empresas saiam do mercado. Somados aos 500 mil americanos que perderam empregos em novembro, este número é assustador e pode provocar um efeito ainda mais perverso, gerando uma espiral negativa...

Para frear este enorme trem em movimento, o governo americano precisa ser ágil, algo que nos últimos 8 anos só foi quando precisou tomar a decisão de invadir o Iraque em busca de terroristas (e olha que existem questionamentos...). O problema é que mesmo então, a "agilidade" provou-se ineficiente, mal administrada e, principalmente, não atingiu seus objetivos. Os EUA gastaram, e continuam a gastar, uma fortuna no Iraque, sem resultados. Se as lições dos últimos anos não foram devidamente aprendidas, o resultado agora poderá ser bem pior... o governo está titubeando e mesmo dentro do partido de Bush não existe consenso (1). Na última sexta-feira, 12, o vice-presdente Dick Cheney chegou a dizer que o atual governo poderá ser lembrado por gerações da mesma forma que o de Herbert Hoover, trigésimo-primeiro presidente norte-americano e que até hoje é lembrado como o governo que não conseguiu conter a espiral negativa provocada pela crash de Wall Street (2).

O pior de tudo é que mesmo passando por tudo o que ainda precisa ser percorrido, para algumas empresas, nem mesmo crédito abundante pode resolver o problema. A Chrysler, por exemplo, segundo analistas, não sobreviverá nem que receba os US$ 7Bi solicitados ao governo americano. Eles não teriam escala de produção para manter a empresa saudável neste novo mercado, que estima uma redução de 10% nas vendas para 2009 (3). Já a GM, recebendo os US$ 18Bi suportaria os efeitos da crise. A Ford, surpreendentemente, disse estar bem obrigado e dispensou, pelo menos por enquanto, um possível empréstimo do governo.

O cenário é complexo... um enorme trem em alta velocidade caminha para um acidente anunciado. A questão agora é "como parar um trem em movimento"?

(1) http://www.nytimes.com/2008/12/13/business/13auto.html?scp=3&sq=chrysler&st=cse
(2) http://query.nytimes.com/search/query?srchst=ref&query=Herbert%20Hoover
(3) http://dealbook.blogs.nytimes.com/2008/12/11/forecaster-says-ford-and-gm-can-survive-chrysler-not-so-much/?scp=2&sq=chrysler&st=cse

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Há Vinte Anos... Cavalos mais rápidos...

Faz pouco menos de vinte anos, mais precisamente era o ano de 1990, e eu trabalhava no Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Havia me formado há pouco tempo e já estava novamente assistindo aulas, desta vez no curso de Mestrado em Ciência da Computação, com especialização em Inteligência Artificial (IA).

Este período da minha vida me traz boas recordações. Era uma vida mais tranquila. Além da ausência dos compromissos financeiros que viria a assumir nos anos seguintes, ainda viviamos muito bem obrigado sem a Internet e, inacreditável, também sem celular. A comunicação era mais “lenta” e seguia protocolos diferentes dos atuais. Um carro enguiçado, por exemplo, nos obrigava a chamar o Touring Club do Brasil, que demorava algo como umas 4 ou 5 horas para chegar ao local... Definitivamente, outros tempos...

Um dos pontos que mais me marcou naquela época foi a chegada dos primeiros (poucos) microcomputadores com disco rígido ao NCE. Foi um acontecimento único e definitivamente abriu novas portas nas pesquisas que condiziamos em IA no NCE e na COPPE. Agora sim, com um disco de 5MB (isso mesmo, cinco megabytes) e um sistema operacional que gerenciava 640k de memória RAM, era possível utilizar softwares muito mais sofisticados e trabalhar com os complexos e sofisticados algorítmos que nossos projetos demandavam.

Vinte anos depois e a impressão que tenho é que vivemos “no futuro”. A disponibilidade da Internet em banda larga cresce rapidamente, os celulares já são os dispositivos mais vendidos do mundo e, em muitos países, já tém um número de usuários maior do que o de linhas fixas. A comunicação segue outros protocolos e mesmo nossos filhos, com menos de 5 anos de idade, já “conversam” com facilidade usando simples programas para “chat on line”, email e comunidades.

Como será o mundo dentro de 20 anos...?

Recentemente li “The Big Switch”, de Nicholas Karr (1). Um escritor controverso porém de uma clareza absolutamente brilhante. Segundo ele, em mais 5 ou 10 anos já teremos a nossa disposição as primeiras interfaces cérebro-máquina. E isso está longe de ser uma opinião somente dele. Os fundadores da Google, Larry Page e Sergey Brin, pensam da mesma forma e, pasmem, já estariam trabalhando na busca a este objetivo...

Abrindo a edição de novembro da Scientific American sou surpreendido pela matéria principal “Jacking into the brain”. As propostas e idéias são literalmente “radicais” e, se chegarmos ao menos perto delas, teramos dado passos muito largos para um mundo completamente novo.

A idéia é complexa para os padrões de hoje e bem desafiadora. Basicamente, seria possível, de alguma forma, mapear os sinais elétricos de nosso cérebro e transformá-los em comandos para o computador. Um dos modelos mais promissores é aquele que se baseia em “implantes neurais”... algo que hoje aparentemente é ficção científica em poucos anos pode se tornar realidade.

Impossível não pensar no “robô” HAL (2), do filme 2001 Uma Odisséia no Espaço, de 1968, dirigido por Stanley Kubrick. O filme foi um marco na ficção científica e apresentava um cenário totalmente insólito e, para a época, algo provavelmente muito distante. O robô, criação humana, aprendeu a pensar e controlava tudo... Será que estamos neste caminho?

Segundo os fundadores da Google, é um futuro bem provável. Conectar computadores aos nossos cérebros pode trazer enormes benefícios para a humanidade. Primeiramente, os benefícios médicos, para aqueles que sofrem de doenças degenerativas e que não conseguem nem mesmo se comunicar. Esta tecnologia abriria inúmeras portas para eles. Depois, para todos nós... neste momento é quase que impossível imaginar todos os benefícios que poderiamos ter...

A Inovação abre caminhos a cada dia, caminhos completamente novos e desconhecidos, que nos levarão para lugares que não podemos imaginar hoje. Henry Ford, certa vez, foi questionado em uma entrevista se havia feito uma pesquisa com seus potenciais clientes sobre o interesse em carros... sua resposta? “Se tivesse perguntado a eles muito provavelmente me teriam dito que queriam apenas cavalos mais rápidos”.

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/09/big-switch-from-edison-to-google.html
(2) Por coincidência ou não ou nome HAL é formado pelas letras imediatamente anteriores, no alfabeto, as que compoem a sigla da IBM .

sábado, 1 de novembro de 2008

SaaS - Lotus Bluehouse - Parte 1

A definição mais comum para Software as s Service (SaaS) aponta para um modelo de utilização de software onde o mesmo está hospedado em um computador em um lugar qualquer e suas funcionalidades são "entregues" ou "consumidas" pelo usuário final no formato de um serviço, através da Internet. Um leitura comum para esta definição é a de que você "paga por aquilo que consome". Definitivamente não é uma definição completa, ao deixar de fora uma série de pontos importantes.

Dentre os pontos mais significativos temos, por exemplo,:
  1. O usuário final deixa de se preocupar com a aquisição e manutenção da infraestrutura de hardware para suportar o software
  2. O usuário final deixa de se preocupar com a manutenção das versões do software
  3. O cliente passa a utilizar seu orçamento de TI de forma diferenciada, fazendo investimentos em projetos mais ligados ao objetivo final da empresa
  4. O cliente final pode ratear os custos do uso do serviço de forma mais efetiva, da mesma forma que se rateia uma conta de luz ou de água por diversas unidades ou departamentos da empresa
Porém, de todos estes pontos, o mais revolucionário não está no cliente final, e nem na Internet. Acredito que o componente mais importante deste novo modelo está na outra ponta, nas empresas que hoje desenvolvem software e naquelas que vão entrar para o clube. Estas empresas tem o desafio e a missão de oferecer novas soluções que possam ser consumidas por seus clientes.

O modelo é tão revolucionário que todas as empresas estão investindo fortunas em pesquisa e desenvolvimento. O objetivo de todas é ter suas soluções oferecidas neste novo modelo o mais rapidamente possível. Como vimos anteriormente (1), no entanto, muitas empresas estão simplesmente adaptando suas soluções para este novo modelo.

Lotus Bluehouse

Neste cenário, a IBM vem se destacando. No início do ano, na Lotusphere 2008, anunciou o Lotus Bluehouse (2) como a sua plataforma para oferecer software como serviços, principalmente aqueles relacionados com colaboração e redes sociais(2) que, notadamente vem migrando para o ambiente web a passos largos. É um movimento forte para se posicionar neste novo segmento de mercado, onde já estão a Google, a Microsoft e outras mais.

A grande diferença do Bluehouse para as ofertas hoje disponíveis destas empresas é o fato de ter sido construido desde o início para ser oferecido como um serviço. Como dissemos anteriormente (1), poucas empresas podem dizer que efetitamente oferecem uma solução nativa para SaaS. A IBM é uma delas e o Bluehouse vem para ocupar este espaço.

O Lotus Blouhouse é uma solução para mensageria, comunicação, colaboração, compartilhamento de arquivos, web conference e redes sociais. O projeto é ambicioso, começa com um punhado de serviços já bastante interessantes e promete crescer absurdamente nos próximos anos. Espera-se integração com telefonia convencional, VoIP, ERPs, alta mobilidade, independência de plataforma, suporte a padrões abertos e muito mais.

Se entregar tudo o que promete pode revolucionar o mundo de sofware como o conhecemos hoje, principalmente, é claro, o mundo do desktop, dependente de alguns poucos fornecedores, extremamente vulnerável e com pouca ou nenhuma mobilidade.

No próximo post, uma análise mais detalhada do Lotus Bluehouse.

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/10/are-you-native-saas-company.html
(2) http://www.eweek.com/c/a/Messaging-and-Collaboration/IBM-is-Closer-to-Building-Bluehouse-to-Compete-With-Cisco-Google-Microsoft/

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Are you a "Native SaaS Provider"?

Já discuti em outro post o fato da TI ser uma "Indústria Temática" (1). E um dos temas da moda, apontado como forte tendência para os próximos anos, é a onda do Software as a Service (SaaS), também já discutido aqui em (2 e 3). Todos os principais fornecedores querem "surfar" esta onda, ser reconhecidos pelo mercado como empresas de vanguarda. No entanto, poucos podem realmente ser considerados como "Fornecedores Nativos de SaaS"... muitas são empresas tradicionais que tentam adequar seu portfolio de soluções a esta onda. Observando o mercado é possível encontrar empresas em estágios diferentes, com propostas distintas... Basicamente podemos classificar os competidores em 3 grupos distintos.

O Grupo 1 - Nativos SaaS

Salesforce.com é um fornecedor nativo de SaaS... nasceu com esta proposta. Da mesma "linhagem" podemos citar RightNow, NetSuite e SuccessFactors. Todas elas nasceram com a mesma proposição, de entregar software como um serviço, sem a necessidade de instalação, atualização de versões, manutenção, etc. Alcançaram sucesso e são reconhecidas no mercado como tal.

O Grupo 2 - Novas Adesões

Em uma segunda onda vieram companhias novas, mas que não nasceram com esta filosofia... A Google, um gigante da Internet, se enquadra neste grupo. Começaram e cresceram como uma empresa de busca na Internet. Recentemente passaram a oferecer soluções pela Web, como o GoogleDocs, por exemplo.

O Grupo 3 - Adaptando ou Comprando Portfolios

Por fim, o terceiro grupo de empresas é composto por aquelas mais antigas que buscam de toda forma ocupar algum espaço neste "novo mundo". Estas empresas tem adotado duas linhas... a primeira, adaptar seu portfolio a SaaS. A segunda linha, comprar empresas com ofertas SaaS e integrar em seu portfolio.

No primeiro sub-grupo podemos citar, por exemplo, a SAP, com sua oferta Business by Design, com o objetivo de atingir empresas de até 300 funcionários. A Microsoft também está adotando a mesma linha... sua oferta, batizada de de Software plus Services (S+S) é nitidamente uma tentativa de adaptar seu portfolio ao mundo SaaS. Absolutamente nada de novo, nenhuma revolução. Aliás, como ela mesma diz, é um "modelo híbrido".

No segundo sub-grupo, encontramos alguns peso-pesados como a IBM, por exemplo, que iniciou o movimento comprando empresas (a WebDialogs, por exemplo). A IBM está investindo no lançamento de uma solução 100% SaaS, o IBM BlueHouse, que deve estar disponível em 2009, ainda em data a ser confirmada (4 e 5)

Todos querem entrar...

O fato é que todos querem entrar nesta festa, nesta nova onda, neste novo tema da indústria de TI. Diferentemente das disputas anteriores, neste caso as barreiras de entrada são bem menores, o que permite que empresas pequenas, as vezes de uma ou duas pessoas, possam participar da disputa. A briga promete...

Summary

Can you tell you are a "Native SaaS Provider"? A few can... a few were born with this goal in mind. Salesforce.com, RightNow, NetSuite and SuccessFactors are among them. Those belong to the "Group 1", composed by companies that were born with SaaS on it's DNA.

Others are following, trying to "surf the wave"... On "Group 2" you can find new companies that did not born with SaaS on it's DNA, but sooner discovered this is important and moved on this direction. Google is a good example.

On "Group 3" you can find more traditional companies that are fighting to be part of the "New Kids on the Block". Basicaly they adopt two different ways... either they try to adapt their portfolio, like SAP and Microsoft are doing with "Business by Design" and "Software plus Service" (a hibrid model, as MS said) or they buy companies with a SaaS solution, like IBM with WebDialogs. Some, again line IBM, are also investing to have a full SaaS solution... Bluehouse is on the way.

The fact is that everybody wants to join the party and this is a not a Invitation Only Party. You can join it... if you want... the fight promisses to be good.

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/ti-uma-indstria-temtica.html
(2) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/sofware-as-service.html
(3) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/ibm-e-microsoft-entram-do-os-primeiros.html
(4) http://blogs.computerworld.com/ibm_bluehouse_brings_buzzwords_boggles_brains
(5) http://www-03.ibm.com/press/br/pt/pressrelease/23380.wss

domingo, 5 de outubro de 2008

Assim Falou Zaratrusta 2.0

De Volta ao Passado

Pra começar, vamos voltar 15, 20, 30 mil anos... ou mais. O ser humano tem uma necessidade básica de se relacionar, de criar comunidades, cidades, "instituições sociais". Sempre foi assim, desde os primeiros grupos de hominídeos que se juntavam para se defender, caçar, sobreviver enfim, em um ambiente inóspito, com poucos recursos, pouca comida, poucos amigos... A vida na terra sempre foi difícil, em qualquer época, e foi a capacidade do ser humano de criar comunidades que fez com que a espécie proliferasse... como as formigas, as abelhas, os golfinhos ou qualquer outra espécie que buscou em seus iguais o suporte para a existência, sobrevivência e proliferação.

Portanto, "redes sociais" são um conceito tão antigo quanto a humanidade ou como a vida na Terra. Não vejo motivo para entender uma "rede social" como uma invenção do século XXI. "Redes Sociais" são "instituições sociais" e tem a idade da vida na terra... ou mais, quem sabe...

De Volta ao Futuro

Voltamos ao século XXI... Computadores já se conectam há mais de 40 anos formando redes mundiais que permitem o compartilhamento de recursos, a soma de capacidade computacional, a construção de uma nova sociedade com um poder nunca antes imaginado. O ser humano continua a se unir em "instituições sociais", com fazia há milhares de anos atrás. Será que nada mudou?

Sim, alguma coisa mudou. Claro que sim. Antes as comunidades tomavam como base sinais de fumaça, sons de tambores ou sinais luminosos. Hoje as comunidades tomam como base sinais elétricos, ópticos, todos aqueles que, de alguma forma, contribuem para a formação da Grande Rede, da Internet. Nossa, como progredimos... será?

Continuamos, como a milhares de anos, a formar comunidades com base em "sinais externos" ao nosso corpo. Ainda não conseguimos montar uma "rede social interna", com base em sinais de nosso cérebro e em nossos pensamentos mais íntimos. Continuamos a depender de instrumentos externos para nos comunicar, para montar nossas comunidades.

Social Networks 5.0

Em algum momento nos próximos 5, 10 ou 20 anos, no entanto, chegaremos a um estágio nunca antes imaginado. Chegaremos a um ponto em que será possível nos comunicar, nos conectar, de forma totalmente transparente. Não dependeremos de entidades externas para nos comunicar, para formar nossas comunidades.

Será mais ou menos como foi "2001, uma Odisséia no Espaço" para toda uma geração, uma quebra de paradígma, uma mudança tão radical quanto a evolução. Como disse Nietzsche, em seu livro "Assim falou Zaratrusta", de 1885 (1), "o novo homem estará para o homem atual da mesma forma que o homem atual está para o macaco"... Ele chamou este novo homem, em sua visão, de o "Super Homem", de "Além Homem".


É preciso olhar para frente sem olhar para trás. Somente desta forma conseguiremos quebrar os paradigmas que nos prendem à "redes sociais" antigas possibilitando construir novas formas de conexão, não baseadas na conexão de equipamentos, sejam eles quais forem... fogueiras, espelhos, tambores ou a Internet. A conexão entre seres humanos, efetivamente criando uma "Next Social Network" só vai ser possível quando conseguirmos pensar como "Super Homens", literalmente nos livrando das amarras que nos prendem a um modelo mental ultrapassado.

Será que queremos?

Summary

The "Humam being" always looked for "communities"... to survive, to fight, to reproduce. "Social Network" is a concept as old as life on Earth and applies to ants, bees, dolphins and many other animals. They were the basics for their survival, for our survival. All of this Social Institutions grew based on smoke signs, drum sounds or light signs... Our society, the Internet one, grew based on electrical signs.

To think in a really different "Social Network" is a real challenge. To acchieve this new level it is fundamental to break the links to the old conecpts, to make new conections. Like Nietzsche said in his book "Thus spoke Zarathustra", 1885, this new men should stand to the actual one just as the actual one stands for the apes.

The Next Social Network will come from a new kind of men, the one that thinks in a new fashion. This new wave will connect people directly to people, without using external "signs". This is the challenge.

Do we really want it?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

The Big Switch - From Edison to Google


Recentemente recebi a recomendação de um amigo com relação ao livro "The Big Switch - Rewiring the World, From Edison to Google". O autor, Nicholas Carr, é velho conhecido do mundo de TI devido a um artigo que ele escreveu para a Harvard Business Review em Maio de 2003, com o título de "IT Doesn't Matter", posteriormente transformado em livro... livro este bastante polêmico entre o pessoal de TI de todo o mundo. Naquele trabalho, ele questionou profundamente o papel da Tecnologia da informação no mundo de negócios atual, colocando-a muito mais como uma commodity do que algo com "valor agregado". Ou seja, nitroglicerina pura... Altos executivos de grandes empresas de TI manifestaram-se radicalmente contra o trabalho.

Cinco anos depois ele ataca novamente, desta vez com um trabalho que procura analisar uma das mais profundas transformações pela qual a indútria de TI vem passando... a de transformação em "utility". E, para colocar esta transformação em perspectiva, ele volta ao século XIX e acompanha desde o início um processo semelhante pelo qual passou o setor de energia elétrica. Era comum, naquela época, que empresas que necessitassem de energia elétrica tivessem sua própria "usina"... fosse ela eólica, hidroelétrica, com base no carvão ou outra fonte qualquer.

O livro foi muito bem recebido pela crítica especializada. É leitura recomendada para qualquer um interessado em entender melhor, mesmo que seja por uma perspectiva peculiar, as transformações pelas quais a indústria de TI vem passando e como pode vir a ser seu futuro... futuro este, na visão do autor, não muito distante... São analisadas implicações em nossas vidas, na sociedade, na cultura e, é claro, no mundo da Tecnologia da Informação.

Summary

Nicholas Carr strikes back with his new book, "The Big Switch - Rewiring the World, From Edison to Google", again visiting the IT industry and trying to analyze this big transformation it is going through, changing from its traditional business model into the Utility Industry one. He anticipates some of the changes we can expect to see in the next years, putting everything in a historical perspective, comparing all the changes with the ones the electricity industry went through. Companies like Google, Salesforce.com and others are analyzed in this context like "new players" in a "new IT landscape".

Highly Interesting...

Mais detalhes/More details...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Isto não é certo/This is not correct

SEM COMENTÁRIOS

Não há necessidade de ver o vídeo, é violento demais. Mas por favor assine a petição clicando no link abaixo e faça chegar esta mensagem a todos que considere sensíveis a esta causa.


segunda-feira, 22 de setembro de 2008

"In Google we Trust"


Os tempos mudaram, a tecnologia mudou, as pessoas mudaram. No entanto, alguns alicerces de nossa civilização, como a fé, continuam de pé, mais fortes do que nunca. Neste novo mundo, uma das empresas mais onipresentes é a Google... Ela está em todo lugar em que olhamos, em cada computador, em cada domicílio e, em breve, em muitos celulares. É onipresente... Tão onipresente a ponto de surgirem diversas discussões comparando a Google com Deus...

Nos últimos anos, inúmeras reportagens abordaram este tema... O New York Times publicou uma materia em 2003 com este mesmo título (1). Em 2006, Douglas Coupland lançou um novo livro, "JPod" onde, em alguns momentos, ele compara a empresa com Deus novamente (ver entrevista do autor em 2).

Diversos Blogs também discutiram o assunto. O controvertido escritor Nicholas Carr, autor do famoso livro "Does IT Matter?" onde ele questiona duramente o papel da área de Tecnologia da Informação nos dias de hoje, foi um pouco mais longe e questionou se a Google era Deus ou o Diabo! (3). A lista é longa...

O mais incrível é que existe até mesmo uma Igreja do Google... A Igreja, que tem o nome de "The Church of Google", defende que o Google é o mais próximo que a humanidade já chegou "de um Deus". E relaciona 9 razões para suportar a sua linha... (4). Um destes pontos mostra, por exemplo, que o termo Google é mais pesquisado do que "God", "Jesus", "Allah", "Buddha", "Christianity", "Islam", "Buddhism" e "Judaism", combinados!
The Church of Google - Googlism - Proof Google is God!
A onda questionando o papel da Google neste novo mundo chegou até mesmo à Igreja Presbiteriana... vejam o quadro de anúncios da Igreja abaixo! Trata-se da Igreja de Banff, no Canadá, foto tirada pelo meu amigo Djalma, em viagem à Costa Oeste do Canadá.

Não resta dúvida de que esta é uma discussão polêmica, muito polêmica... até mesmo, talvez, descabida. Mas não se pode ignorar o tema. Nas décadas de sessenta e setenta o homem cansou de pensar que poderia criar robos "quase humanos". Nas décadas de oitenta e noventa vieram os estudos de Inteligência Artificial e a possibilidade de se criar um computador que "pensasse" exatamente como um ser humano, mas muito mais rápido e com menos chances de erro. Nos dias de hoje os estudos com relação a uso de embriões para criação de novos seres são discussões polêmicas...

Tecnologia e Religião, de alguma forma, sempre andaram em caminhos paralelos, assim como Razão e Fé, Prova e Dogma. Em alguns momentos, no entanto, eles "se tocam", e o resultado, normalmente, em vez de "uma resposta definitiva", são mais "perguntas sem resposta"...

Summary

The question that goes around is if Google is God or not! Although it may look like a silly question, more and more is written and discussed on this theme. If you "Google it" you will find millions of links that discuss it. And we are talking about "big fishes" like New York Times, Publishing 2.0, Nicholas Carr and others.

It is also incredible to find some religious links here, like "The Church of Google"! And some answers from more traditional religions, like the St Paul church, in Banff, Canada. After all, Google is Omnipresent... it is "Omnigoogle"...

Throughout history, man have always tried to Play God... during the seventies the idea was to build a robot that could mimic the humans... during the eighties and nineties, Artificial Intelligence came to provide computers with human intelligence. Nowadays we are playing with stem cells to "create" new beings...

The point here is that Religion and Technology, somehow, always walk together, in parallel lines... sometimes they touch one another. And the results, instead of one “answer”, are more "questions with no answer".

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

To post in English or not?

To post in English or not? To post in Portuguese or not? To post in Spanish or nor? Tough question that came to my mind one of this days... For sure, posting in English makes it easier for more people to read the posts... Probably it will make it possible to share my thoughts with more people and to collaborate more. The problem is that English is not my native language and may rise some issues regarding the way I write and what I write... 

That said, and after discussing with some colleagues, I decided to include a small summary in English for each post. My goal is to share the idea behind a post and make it possible for more people to understand what I am talking about.

In advance, I apologize for my English. Any comments as well as corrections will be more than welcome. I ask you please to tell me whenever I did a mistake. It will be a valuable contribution.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A Era do Browser 2.0

Faz pouco tempo, assisti a uma apresentação de um executivo da Google. Ele disse adotar o "Modelo da Macarronada" para desenvolvimento de novos produtos. Obviamente ninguem entendeu o que ele queria dizer e, logo em seguida, ele explicou... "é como cozinhar macarrão... para ver se está bom, pega-se um pouco e joga-se na parede. Se colar, está bom...". Como não sou especialista em cozinha, confesso que fiquei surpreso em conhecer esta apurada técnica gastronômica... mas entendi a mensagem.

O ponto dele é o seguinte... A idéia é que todos na empresa podem "inovar". Se vai dar certo ou não, se vai "colar" ou não, é outra história. O exemplo que ele deu foi o do "Google Mars". A idéia parecia brilhante (?) e por isso foi colocado em "beta" público... mas não deu certo... O problema é que é comum se ter interesse em buscar um endereço... mas na terra! e não em Marte. Não deu certo, ou seja, pelo Modelo da Macarronada, não colou, e foi retirado de "produção".

Google Chrome

Agora eles vem com um novo navegador, o Chrome. Aparentemente, ele é realmente muito mais rápido do que o Internet Explorer e o Firefox. E, principalmente, Inovador em muitos aspectos. Neste momento, o Chrome é o browser mais bem posicionado nesta nova fronteira da Web 2.0. Não pretendo fazer, aqui, mais uma avaliação sobre o produto.

Meu ponto é outro... Creio que, muito mais do que o lançamento de um novo produto, estamos assistindo a mais um sinal da derrocada do Desktop como o conhecemos... do final da época das aplicações de Desktop... da confirmação que estamos assistindo ao início de uma época onde software vai, cada vez mais, ser entregue como serviço (Software as a Service)... atraves de browsers como o Chrone!

A Era do Gelo

Assim como a Era do Gelo foi um divisor na história do Planeta Terra, os navegadores (browsers) serão divisores na história recente da TI. Entre o lançamento do primeiro browser e o dia de hoje se passaram quase 20 anos... A entrada da Google neste segmento só vem a confirmar que este modelo está realmente mudando e atingindo um nível de maturidade sem precedentes.

A entrega de software pela Internet passa pelo browser e, quem tiver a melhor ferramenta vai dominar este mercado... Aliás, neste segmento, é notável o declínio do Internet Explorer... para quem já teve quase 100% de domínio de mercado, aparecer hoje com 60% é muito pouco...

Uma nova era está iniciando no mundo de TI, a Era do Browser. Não do browser como o conhecemos e que usamos para navegar ou ler emails, mas do browser como uma plataforma para entregar aplicações. O Chrome está se posicionando como "o" browser para o mundo da Web 2.0, diferentemente do Internet Explorer e do Firefox. Ele chega ao mercado em um momento crítico, onde diversas empresas vem fazendo um esforço para se posicionar no mundo de SaaS. Além das já tradicionais, como a Salesforce, a IBM e outras mais vem investindo fortunas no desenvolvimento deste modelo de entrega de software. A IBM já tem ofertas de software neste formato, como o Sametime Unyte, e tem em seu roadmap o lançamento do BlueHouse para o início de 2009. Tudo para ser entregue via browsers.

Convergindo

Além de servir de canal para a entrega dos serviços de um software, a proposta do Chrome é de se transformar no "unificador" das mais diversas plataformas, sejam microcomputadores, telefones celulares ou aparelhos de televisão. Ele vai ter um papel fundamental neste nova fase, representando a Convergência das mais diversas plataformas hoje disponíveis.

Seguramente, nos próximos anos assistiremos a uma avalanche de novas soluções sendo entregues pela Internet, utilizando como plataforma de entrega os browsers.

A Google, um ícone nos últimos 10 anos na história de TI, busca se posicionar nesta nova era, ao lado de outros pesos pesados... a MS, que já está neste terreno há muitos anos, que se cuide...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Canais - Marketing, Capacitação e Incentivos

O modelo de vendas de produtos via Canais é amplamente utilizado. Em qualquer segmento, usualmente o fabricante lança mão de uma Rede de Parceiros de Negócios para fazer com que seus produtos cheguem ao cliente final. Sejam automóveis, tênis, refrigerantes ou, para o caso específico deste post, software.

A Indústria de Software utiliza este modelo, com algumas variantes. Em alguns casos o modelo tem dois níveis (two layers) em outros somente um. No caso de dois layers, o primeiro corresponde ao Distribuidor de Valor Agregado (VAD - Value Added Distributor) e o segundo corresponde ao Parceiro de Negócios (BP - Business Partner).

Seja qual for o modelo utilizado, em primeiro lugar é fundamental garantir que tenhamos a cobertura regional adequada. Por exemplo, se queremos que nosso produto seja comercializado na região sudeste do Brasil, precisamos ter Parceiros de Negócio nesta região. Sem a cobertura adequada, qualquer estratégia de venda via canais vai literalmente por água abaixo.

Uma vez que tenhamos a cobertura regional desejada, devemos dedicar especial atenção a 3 pontos, que são os 3 Pilares necessários para garantir um modelo eficiênte. São eles: Marketing, Capacitação e Incentivos. A seguir vamos abordar cada um destes pilares.

Marketing

Por que você compra um tênis da Nike? Seguramente a opinião de amigos ajudou em muito... No entanto, um dos principais motivadores da compra é o fato de você conhecer a marca... de alguma forma ela está registrada em seu cérebro... Indo um pouco mais longe, se você compra da marca Nike, e não da Adidas, é por que a marca Nike está "mais registrada" em seu cérebro do que a marca Adidas. A isso se dá o nome de "mindshare" e é um dos principais objetivos das campanhas de marketing... (ok, estou simplificando, mas no fundo é exatamente isso).

Para que o público em geral compre um determinado produto, antes de mais nada é fundamental saber que este produto existe, que está disponível em uma loja ou revenda próxima, para quê o produto serve e quanto custa, por exemplo.

Com software acontece exatamente o mesmo. Fundamental que tenhamos campanhas de marketing bem direcionadas e nos veículos corretos para garantir que o público alvo de uma determinada solução de software saiba de sua existência, tenha interesse despertado e possa, eventualmente, comprá-lo.

Tipicamente, a missão de definir a estratégia de marketing de um determinado software e de executá-la é do produtor, do desenvolvedor. 

Existem diversas formas de executar uma estratégia de marketing. Anúncios em jornais e revistas especializadas, em sites que tratam de assuntos relacionados ou participando de eventos são algumas das formas mais comuns. Em alguns casos, a execução de uma determinada campanha é tocada 100% pela empresa produtora. Em outras ocasiões as campanhas são tocadas em conjunto, em iniciativas conhecidas como co-marketing.

Seja qual for o modelo utilizado, uma campanha de marketing bem elaborada e executada é fundamental para que tenhamos mindshare de nosso produto e, consequentemente, para que haja interesse no mercado.

Capacitação

Suponha que tenhamos feito uma excelente campanha de marketing e que como resultado principal, nosso produto já tenha levantado interesse em milhares de consumidores. Suponha, também, que estes consumidores ávidos por nossos produtos tenham procurado pelas nossas revendas. E agora?

Caso nossos Parceiros de Negócio não estejam devidamente instruídos em como vender o produto, teremos um problema sério! Imagine que seu Parceiro de Negócios nem conheça o seu produto... como ele vai vendê-lo??? Seguramente, com muita dificuldade, se é que vai conseguir vender alguma coisa...

Capacitação é, portanto, o segundo pilar fundamental para que uma operação de vendas via Canais funcione devidamente. Novamente é responsabilidade do desenvolvedor do produto definir o formato e o conteúdo de treinamentos. Cabe a ele definir agendas, necessidades e prioridades, sempre alinhado com a estratégia de marketing que ele mesmo desenvolveu. Por exemplo, se a estratégia de marketing, neste momento, privilegia determinada funcionalidade do produto, os Parceiros tem que conhecê-la bem... se a estratégia beneficia determinada região, fundamental que os parceiros da região estejam devidamente capacitados.

É importante, também, que o Parceiro de Negócios utilize a solução de software que vende. Por absurdo e mau comparando, seria o mesmo que um vendedor de Nike estar calçando um tênis da Adidas. Ou que um vendedor de assinaturas da Vivo, utilize uma linha da TIM... As chances deste tipo de comportamento criar confusão em potenciais clientes é grande.

Incentivos

Por último, uma vez que tenhamos uma Estratégia de Marketing definida e em execução e que tenhamos Parceiros de Negócio devidamente capacitados para vender nosso software, o último pilar é o "empurrão que falta"... ou seja, Incentivos... 

E não estou falando somente de incentivos financeiros. Existem diversos tipos diferentes de incentivos, que podem ser usados em momentos distintos com igual eficácia.

Tipicamente podemos oferecer "vales" que podem ser convertidos em produtos no mercado, viagens, entradas para eventos, para congressos, placas comemorativas, enfim, uma infinidade de opções.

O objetivo do incentivo deve ser claramente definido. Depois disso, precisa ser efetivamente comunicado aos Parceiros de Negócio. Neste ponto cabe uma avaliação bem cuidadosa da forma da comunicação. Alguns formatos não são adequados para determinadas situações. Por exemplo, enviar uma mensagem por email não garante que a mensagem vai chegar ao "vendedor", ao alvo do incentivo, e pode simplesmente não gerar efeito algum.

Conclusão

Dado que tenhamos uma rede de Parceiros de Negócio bem estruturada, é absolutamente fundamental que tenhamos os três pilares aqui discutidos para garantir que ela funcione adequadamente.

Marketing, Capacitação e Incentivos são os três componentes básicos desta estrutura de vendas.

domingo, 10 de agosto de 2008

10 de Agosto de 2008 - 1 Ano de Blog - 1 Balanço

Hoje completa um ano do primeiro post neste blog. Neste período participei ativamente do desenvolvimento do conceito de Redes Sociais... um blog é, talvez, o mais difundido elemento desta nova onda, junto com os Wikis, Dogears e outros mais.

A experiência foi interessante, bastante rica e merece um balanço de primeiro aniversário. Vamos aos principais pontos...
  1. Frequência de posts

    Desde o início nunca me preocupei com a frequência de postagens. A idéia era deixar correr solto, publicando quando houvesse alguma inspiração, algum assunto que , na minha visão, valeria algum registro, alguma discussão

    Aliás, creio que esta seja uma característica bem interessante de um blog, a sua "não regularidade". Publiquei uma média de 5 posts por mês, um por semana, mas não de forma regular. Em alguns meses cheguei a publicar 7 posts, como em maio deste ano. Diferentemente de revistas, jormais e outros representantes do ambiente de publicação de conhecimento das gerações anteriores, blogs, na minha opinião, não tem relação direta com regularidade de publicação.
  2. Tamanho do post

    Outra característica para a qual dediquei algum estudo foi com relação ao tamanho de um post. Pesquisando outros blogs, encontrei de tudo um pouco. Desde posts muito grandes até bem pequenos. Uma das novidades que surgiram durante este período foi o conceito de "microbloging", que foi até assunto deste blog (1).

    Procurei manter o tamanho dos posts de forma a permitir uma leitura rápida, "de uma vez só". Acredito que a idéia de um post é de passar uma idéia, uma opinião, e não de estudar em um alto nível de detalhe algum assunto.
  3. Blogs irmãos

    Com o tempo comecei a conhecer alguns blogs com os quais, de alguma forma, identifiquei alguma similaridade de conteúdo, de pensamento ou de objetivos. Ou com seu autor ou com seu conteúdo... ou com ambos. Passei a incluí-los na sessão de Recomendados.
  4. Visitantes

    Em um ano o blog recebeu a visita de 1133 internautas. Não comecei a contar desde o início e, portanto, este número é meramente uma indicação genérica, sem valor estatístico. Além disso, muitos dos acessos foram meus, para conferir formatação, conteúdo, etc. Acredito que a metade seja de visitantes e o restante seja meu mesmo.

    Um ponto interessante aqui é poucos comentários foram colocados no blog. No entanto, muitas pessoas vieram falar comigo ou até mesmo enviaram emails comentando sobre alguns posts. Não sei o por que deste comportamento mas me serviu de lição. E, desta forma, passei a comentar outros blogs.

    Confesso que espero comentários.
  5. Publicidade do blog

    Com algum tempo de existência, passei a incluir o link para o blog em meus emails, apresentações, etc. O número de visitantes aumentou bastante depois disso. Conclusão meio óbvia, mas publicidade é fundamental. Caso contrário, como imaginar que, no meio da imensidão da Internet, exista um blog???
  6. A escolha dos temas

    Nunca me preocupei em escolher temas pela possível capacidade de atrair visitantes. Tudo correu naturalmente, sem buscar temas especiais. O tema que mais atraiu visitantes foi também o mais polêmico, "Morar ou Viver no Rio" (2 e 3). Os outros mantiveram a média. Me aventurei por um pouco de ficção, questionando a vericidade de tudo o que é publicado na Internet em "Brincando de Deus" (4). E acompanhei o "caso" Microsoft x Yahoo, em vários posts.

    O meu preferido, "TI Uma indústria Temática"... (5)
É isso, um ano e algumas lições depois, sigo com o blog... Definitivamente está sendo uma experiência bem interessante.


(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/06/microbloging-o-que-voc-est-fazendo.html
(2) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/morar-ou-viver-no-rio.html
(3) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/morar-ou-viver-no-rio-parte-2.html
(4) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/06/brincando-de-deus.html
(5) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/ti-uma-indstria-temtica.html

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Mercado de Ações - Chegou a hora da Xêpa?

A crise por que passa o mercado internacional vem tendo impacto muito forte no valor das ações negociadas em bolsas de valores do mundo todo. Os principais índices de mercado apresentaram este ano uma desvalorização muito grande. Ações das principais companhias viram seus preços cair vertiginosamente, muitas delas em mais de 50% em poucos meses como, por exemplo, as ações do Citigroup, que foram de US$ 50,00 para US$ 20,00, e outras empresas do setor financeiro. Será que chegamos ao fundo do poço? Será que está na "hora da xêpa"?

É difícil dizer... mesmo os analistas mais experiêntes divergem em relação a este ponto. Enquanto muitos apontam para uma crise ainda em sua metade, com expectativa de um aprofundamento da recessão norte-americana no segundo semestre, outros encontram sinais de melhoria e de confiança do consumidor. Como se comportar em um momento como este? Ao mesmo tempo que a crise é real, a oportunidade também o é... nunca os valores das ações estiveram tão baixos... afinal, será que está na hora de comprar?

Um bom indicador de que pode ser uma boa hora para comprar ações vem das próprias empresas que as emitiram... A IBM, em fevereiro deste ano, anunciou que iria recomprar US$ 15 Bilhões de sua ações (1). A Microsoft foi ainda mais agressiva e anunciou semana passada que recompraria até US$ 20 Bilhões em ações... (2)

Outras empresas, como a Prudential Financial Inc, grande instituição financeira americana, também estão ampliando suas carteiras de ações (3)

Por que "recomprar ações"?

"Stock Buybacks" é um dos mecanismos que uma empresa tem para, de alguma forma, dar mais valor aos investidores. Os mais conhecidos são, é claro, brigar pelo aumento do valor das ações e pagar mais dividendos. No entanto, quando uma empresa recompra ações do mercado acontece um fenômeno interessante... como ficam menos ações disponíveis, quem as possui passa a ter maior "valor relativo".

Muitas empresas recompram suas ações quando entendem que seu valor esta depreciado por algum motivo alheio a sua performance. Entendem, neste cenário, que este é o melhor investimento a ser feito com seu caixa disponível.

Além disso, ao recomprar ações, uma empresa tem alguns dos seus indicadores financeiros alterados e, em alguns casos, de forma positiva (1).

Conclusão

A recompra de ações, usualmente, indica uma leitura de que seu valor está baixo. Pode, portanto, como vimos, contribuir para melhorar métricas internas ou, até mesmo, como um bom investimento para médio ou longo prazos. Existem limites para a recompra de ações definidos em lei. Afinal, para uma empresa de capital aberto não faz muito sentido ser dona de todas as ações...

O fato é que, aparentemente, a hora da Xêpa, se já não chegou, está chegando rapidamente... e investir nas ações corretas pode ser um dos melhores investimentos para os próximos meses.

(1) http://www.reuters.com/finance/stocks/keyDevelopments?rpc=66&ticker=IBM&timestamp=20080226155200
(2) http://www.reuters.com/finance/stocks/keyDevelopments?rpc=66&ticker=IBM&timestamp=20080226155200
(3) http://www.mffais.com/newsarticles/2008-08-08/2447973-124333.html
(4) http://www.investopedia.com/articles/02/041702.asp

sábado, 26 de julho de 2008

"USA" On Sale 3 - A geração que vendeu os EUA

A revista Exame desta semana (30 de julho) publica uma matéria com o título "Um Império em Liquidação". Ela fala sobre o atual momento do mercado internacional em que o dólar fraco tem permitido que empresas de outros países comprem empresas americanas. Nos dias 18 e 20 de março deste ano publiquei dois posts exatamente sobre este assunto (1) e (2).

A reportagem volta aos anos 80, época em que, por outros motivos, empresas japonesas invadiram o mercado norte-americano, principalmente com seus carros muito mais baratos do que os carrões beberrões produzidos por suas irmãs americanas. Agora os motivos são outros. Basicamente dois... a desvalorização do dólar e a valorização das commodities, muito em função do aumento mundial da demanda por estes produtos.

O movimento é real e, aparentemente, estamos assistindo a apenas seu início, uma vez que nada no horizonte de curto prazo indique uma reversão nestas duas tendências. A queda do dólar continua a passo firme no mundo todo. No Brasil já igualamos o valor de 1998, isso sem levar em consideração a inflação do período, o que poderia representar um retrocesso ainda maior. Não se vê, também, alteração na demanda por commodities. O crescimento da China, apenas para citar o maior comprador de commodities, não para.

O último grande exemplo deste processo foi a compra, pela Belgo-Brasileira InBev, da tradicional cervejaria americana Anheuser Bush por $ 52 Bilhões, um valor surpreendente para uma cervejaria e que dá bem uma noção do que é esse business.

Interessante notar que, conforme citado pela reportagem, atualmente na lista das 500 maiores empresas mundiais da revista Fortune, aparecem apenas 153 empresas americanas, a pior participação em uma decada. Enquanto isso, surgem empresas de países que tinham participação pífia a menos de 10 anos, como Índia ( com 7 empresas), Rússia (5), México (5) e Brasil (5).

Por fim, a matéria argumenta que as aquisições feitas até agora tem sido em setores que de alguma forma demandam pouca inovação e desenvolvimento tecnológico. Seriam empresas prontas para um choque de administração, com cortes e aumento de eficiência.

Não estou tão certo disso... é fato que frigoríficos e cervejarias são empresas em setores bem estabelecidos e com poucas mudanças em processos de produção. No entanto, por debaixo dos panos, sem aparecer na mídia nem fazer muito barulho, muitos investidores estrangeiros estão comprando empresas de outras áreas, seja diretamente ou indiretamente, via bolsa de valores.

É cedo para qualquer previsão, mas seguramente estamos testemunhando uma mudança na composição do cenário de negócios internacional. Mudança esta que poderá marcar uma geração norte-americana como aquela que "vendeu os EUA".

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/on-sale.html
(2) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/usa-on-sale-2.html

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Social Networks 3 - A Visão do Cliente

Este é o terceiro e último post de uma série que tem o objetivo de analisar por diversas óticas o tema "Social Networks". Este post aborda a visão de um cliente da tecnologia. O primeiro foi publicado em 7 de maio (1) e falou sobre a Visão do Leigo. O segundo, publicado em 25 de maio, analisou o tema sob a ótica de um fornecedor (2).

Este post demandou mais tempo e uma pesquisa mais elaborada. A visão do cliente não é única, tem uma dependência forte da dinâmica da indústria a que pertence e ainda depende do gráu de amadurecimento da empresa. Vamos a alguns dos principais findings.

Não existe uma Visão Única

Minha primeira conclusão é que não existe uma resposta única para esta pergunta... clientes pensam de forma diferente com relação a este assunto. Para a maioria com quem conversei, a idéia é interessante mas não é prioritária. Está na lista dos projetos para os próximos 24 meses, mas não entre os principais projetos. Na prática isso é um "tiro de misericórdia"... sem prioridade, somente com muita força política um projeto destes decolaria. Ou seja, vai ficar na lista de espera por um bom tempo para boa parte das empresas.

Dois executivos com quem conversei, no entanto, me disseram que é um projeto que está sendo estudado com bastante cuidado e que, muito provavelmente, vai entrar em uma primeira fase ainda este ano. Será uma fase de avaliação, com um público limitado, com participação direta do time de Recursos Humanos.

A idéia, nestes casos, é que o novo ambiente vai permitir uma maior integração entre funcionários de localidades diferentes. Uma das duas empresas, que gerencia um dos maiores call centers do Brasil, tem uma grande quantidade de jovens em seu quadro funcional e, segundo este executivo, existe uma demanda muito grande por ambientes como o Orkut, por exemplo. Neste caso, um ambiente de Social Network corporativo poderia ter fácil aceitação e contribuir para uma maior produtividade.

Segundo Rupert Murdoch, CEO da News Corporation, toda a nova geração que está chegando ao mercado de trabalho já vem "contaminada" com as novas tendências de tecnologia. E cobram isso no seu ambiente de trabalho de forma tão natural como nós, um dia, cobramos algo simples como um aparelho de telefone ou de FAX. Não encontrar estes recursos tem impacto negativo em sua produtividade e na satisfação de trabalhar para uma empresa.

A Visão do Cliente está relacionada com a indústria a que pertence

Algumas indústrias são mais dinâmicas do que outras. A indústria de telecomunicações, por exemplo, é muito mais dinâmica do que a de exploração de petróleo. Ao ser mais dinâmica, ela demanda movimentos mais rápidos, à frente dos seus concorrentes. Indústrias assim entendem que podem ter um benefício muito grande em ter acesso rápido a conhecimento, em ter acesso diferenciado a especialistas. Compartilhar conhecimento no tempo necessário pode fazer grande diferença para estas empresas e significar um novo contrato, um novo projeto, mais lucro em seu balanço.

Uma forma de medir o benefício que uma empresa poderia ter com uma solução como estas seria a colocar em uma escala que mediria o quanto a indústria em que está é mais ou menos dinâmica. Por exemplo, relaciono abaixo algumas indústrias, das mais dinâmicas para as menos.

Telecomunicações
Mídia
Automobilística
Agroindústria
Siderúrgica
Petroquímica

Além deste "quesito", um outro ponto também relacionado com a indústria a que pertence diz respeito a quanto ela é dependente de "Informação e Inovação". Setores que dependem mais de "informação e Inovação" são mais sensíveis a mecanismos que possam de alguma forma acelerar o acesso às mesmas. E Redes Sociais podem ajudar muito nesta questão.

Algumas empresa, como empresas de produto de consumo, são muito dependentes de informação e inovação. O ciclo de lançamento de novos produtos destas empresas é muito curto. São feitos altos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento, constantemente. Redes Sociais, dentre outros benefícios, facilitam a criação de Comunidades, a troca de conhecimentos e, consequentemente, a Inovação.

Qual seu nível de maturidade?

Um último ponto me chamou a atenção nesta pesquisa. Algumas empresas estão mais preparadas que outras para adotar Redes Sociais. É como se fosse possível criar "escala" que medisse a maturidade de uma empresa para a adoção de uma Rede Social. Empresas de uma mesma Indústria podem estar em níveis de maturidade diferente.

O Nível de Maturidade de uma empresa pode ser medido levando-se em consideração diversos aspectos como, por exemplo, tempo de existência, tamanho da empresa, distribuição geográfica e concorrência. Quanto mais amadurecida nos aspectos acima, mais prontas estão para usufruir dos benefícios da implementação de uma Rede social.

Conclusão

É inevitável... mas ainda vai tomar um tempo. As Redes Sociais vão estar presentes em absolutamente todas empresas, de qualquer porte. Provavelmente em 2 ou 3 anos as empresas mais amadurecidas já contarão com uma Rede deste tipo.

Dentre os fornecedores que mais se destacam, hoje, com uma solução corporativa completa, está a IBM. Ok, sou suspeito, mas é verdade, é inegável que a IBM hoje tenha uma solução que está a frente da concorrência. Existem diversos outros fornecedores que oferecem componentes de uma Rede Social, mas nenhuma oferece a solução completa, de ponta a ponta. Alguns oferecem uma solução para Blog, outra para Gerenciamento de Perfis, outra para Wikis, etc.

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/05/social-networks-1-uma-viso-leiga.html
(2) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/05/social-networks-2-viso-do-fornecedor.html

terça-feira, 22 de julho de 2008

Wii, Xbox e PS3 - Gamers e Redes Sociais?

Uma guerra bem interessante está rolando entre os três principais fornecedores de console para jogos eletrônicos. Aliás, duas guerras... A primeira, pela liderança em vendas e a segunda, ainda mais importante, para ser a plataforma de escolha como solução completa de entretenimento familiar, ocupando lugar de destaque nas salas das nossas residências...

A guerra pela liderança em vendas:

A guerra pela liderança em vendas vem esquentando bastante e, no mês de junho, pela primeira vez o Wii assumiu a liderança em vendas no mercado norte-americano. Somente no mês passado foram vendidas 666 mil unidades da console contra 405 mil de PlayStation e 219 mil de Xbox... Ou seja, uma venda de consoles superior a 1.2 milhão de unidades, gerando uma renda total de $ 1.69 bilhão de dólares no mês de junho somente (um crescimento de 53% ano a ano). Para se ter uma idéia melhor do tamanho deste business, somente em vídeo games foram vendidos $ 872.6 milhões, um crescimento de 61% ano a ano.

Desde que chegou ao mercado (novembro de 2006), já foram vendidas mais de 11 milhões de unidades da console de Wii. O Xbox, da Microsoft, superou a marca dos 10 milhões de unidades enquanto o PlayStation da Sony ficou com 4.8 milhões.

O interessante é que em menos de dois anos a console da Wii atingiu a liderança nos Estados Unidos. Dentre os principais motivos, o seu preço, que é bem melhor do que o do PlayStation, e a sua oferta de jogos, que tem conquistado novos consumidores da "terceira idade". Além disso, a console tem sido usada de forma diferenciada em consultórios de fisioterapia. Para esta finalidade, a console oferece uma boa lista de jogos.

A guerra pela nossa sala

A segunda guerra que rola neste exato momento é pela conquista de espaço em nossas salas... e, para esta guerra, um "novo" ingrediente entrou em cartaz na E3 video game conference, realizada na semana passada em Los Angeles... Comunidades.

Todos os players estão posicionando suas consoles muito mais como um instrumento para construir Comunidades do que uma console de jogos... Ou seja, novamente estamos aqui falando da importância das comunidades em uma nova geração de consumidores (4).

É sabido o valor que uma comunidade pode ter de pressionar por padrões e, neste caso, se um dos três fornecedores conseguir um lugar de destaque pode simplesmente vencer a guerra e deixar para os outros dois lugares secundários nas residências, o que poderia simplesmente inviabilizar o seu business.

Sony, Nintendo e Microsoft percorrem o mesmo objetivo e o motivo é simples. Como estas consoles permitem que se jogue um jogo qualquer pela Internet, é óbvio que quem conseguir mais usuários vai dominar o mercado... proliferando como um vírus... Os três estão criando Comunidades on-line para entretenimento, com avatars, chat, competições, etc.

É natural que as comunidades criadas em torno destas consoles vão, em algum momento, constituir as Redes Sociais, seja com base em Orkut, Facebook ou qualquer outra plataforma. Neste caso, seria a convergência de comunidades de gamers com as já famosas Redes Sociais. Esta convergência já está em sua fase inicial e pode-se esperar que, durante 2009, este processo se acentue bastante.

Alguns comentários finais...
  1. Os jogos para a console do Wii assumiram 6 posições na lista dos 10 mais vendidos em junho.
  2. A Microsoft baixou em $ 50 dólares o preço da sua console (2)
  3. A Microsoft criou o seu serviço para comunidades, o XBox Live
  4. A Sony baixou em $ 100 dólares (3)
  5. A Sony anunciou o seu serviço para os próximos meses, o Playstation Home
  6. A Nintendo anunciou que vai estar integrando uma série de novas funcionalidades na sua console
Como toda guerra deste tipo, o principal beneficiado é o consumidor... Para o próximo Natal esta guerra promete esquentar mais ainda... vamos aguardar...

(1) http://www.themoneytimes.com/articles/20080718/nintendos_wii_outshines_microsofts_xbox_360_in_the_united_states-id-1029772.html
(2) http://www.nytimes.com/2008/07/12/business/12bizbriefs-NOPRICECUTSP_BRF.html?scp=1&sq=playstation&st=cse
(3) http://www.nytimes.com/2007/07/09/business/09sony.html?scp=3&sq=playstation&st=cse
(4) http://bits.blogs.nytimes.com/2008/07/21/its-not-a-game-console-its-a-community/index.html?scp=2&sq=nintendo&st=cse

sexta-feira, 4 de julho de 2008

O Boeing 777, o Taxista e o Brasil

O Boeing 777

O Boeing 777 é um dos mais modernos aviões a jato em operação. Seu projeto iniciou em 1990 e ele foi o primeiro avião a jato com projeto 100% digital, usando computação gráfica tri-dimensional. Para se ter uma idéia melhor do que isso significa, em projetos convencionais o "erro" de alinhamento entre as partes de um jato, antes do 777, era de até meia polegada... com a tecnologia empregada no projeto dele, o erro não passou de 0,023 de uma polegada (1). Praticamente irrisório, mas pode-se bem imaginar as perdas e o potencial estrago que erros deste tipo podem ter em um projeto destes. Um dos principais reconhecimentos dados ao projeto e a inovação do mesmo foi do Computerworld Smithsonian Awards, que deu o prêmio maior na categoria de Manufatura. Mais detalhes e outros reconhecimentos da indústria em (2).

Pilotar um jato destes requer muito treinamento... Para obter uma licença de piloto privado uma pessoa comum tem que frequentar uma escola de vôo e acumular algo entre 50 a 60 horas de vôo. Com mais 250 horas e algumas provas, pode-se obter uma licença de piloto comercial. Para poder sentar-se como co-piloto em uma aeronave comercial, são necessários mais 1.500 horas de vôo. Para assumir o comando de um 777 são necessárias milhares de horas e muito treinamento.

No comando de um 777, pilotando um jato com 115.300 libras de empuxo, tem que ter, além de um longo treinamento, muita experiência. Treinamento e Experiência, junto com bastante saúde, são os três pilares para se ter um bom piloto.

Com "céu de brigadeiro" um piloto pode colocar o jato em Piloto Automático, minimizando erros e riscos desnecessários. No entanto, em condições meteorológicas adversas, ele tem que pilotar de verdade... e, aí, Treinamento, Experiência e Saúde fazem toda a diferença.

O Táxi

Mas por que esse papo sobre o 777? Acontece que hoje estava em um táxi e o motorista começou a falar sobre política... disse que o Lula vai bem mas que está preocupado com a inflação, que a gasolina vai subir, que o gas vai subir, que o arroz e o feijão vão custar mais caro, etc... Daí eu tentei explicar a ele que dirigir um país é um pouco como pilotar um 777... não basta ter boa vontade... não basta ter um bom co-piloto... em condições de "céu de brigadeiro" um piloto razoável não faz grande estrago. Já em outras situações...

O Brasil passou os últimos anos bem, graças a um cenário internacional estável e sem crises. O aumento do preço do barril de petróleo nos últimos meses, a crise das subprimes americanas no final do ano passado e a volta da inflação em vários países tem provocado uma crise mundial sem precedentes. Não estamos mais voando em "céu de brigadeiro" e, agora, Treinamento, Experiência em gestão e Saúde fazem diferença... ele entendeu! Entendeu até quando eu disse que não eu não estou falando somente em "experiência de vida"... isso, qualquer um com 40 ou 50 anos tem... estou falando de experiência em gestão... e isso o Lula não tem...

Vejam o Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, por exemplo. Ele tem bastante Formação, muita Experiência, e Saúde... Lembrem-se que ele foi Presidente mundial do Bank Boston... Por isso está fazendo um belo trabalho...

Selecionar um cidadão para ser Presidente de uma Nação como o Brasil deveria ser um processo onde as pessoas levassem em consideração esses pontos... Afinal, com essa crise toda rolando lá fora, o piloto pode fazer um bom estrago se não tiver frequentado a escola de aviação...

Experiência, Treinamento e Saúde...

(1) http://www.boeing.com/commercial/777family/compute/index.html
(2) http://www.boeing.com/commercial/777family/pf/pf_awards.html

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Quanto vale a Yahoo! depois que vários execs saíram?

Essa é a pergunta que não quer calar... Um dos pontos mais discutidos pela mídia especializada na época em que a MS fez a primeira oferta de compra da Yahoo! foi a difícil tarefa da MS de manter as "cabeças pensantes" da Yahoo! dentro de casa. Pois eis que poucos meses depois assistimos a uma fuga de profissionais de todos os níveis na empresa, sejam executivos ou técnicos. E, neste cenário, como discutido no post anterior, o que acontece com o efetivo valor da Yahoo!? Até que ponto a empresa está perdendo valor ao peder profissionais para o mercado? Até que ponto ela está perdendo valor para a MS?

Fato: executivos e técnicos estão abandonando a empresa em um rítmo acelerado (1).

Fato: conhecimento está saindo da Yahoo!

E isso é grave. Parte significativa do valor da Yahoo! está no conhecimento que estes profissionais tem. A MS continua interessada na Yahoo! e, segundo o mercado, está para fazer uma nova oferta de compra da empresa (2). É claro que existem outros ítens de interesse para a MS como os anunciantes, a tecnologia em sí e a fatia de mercado que a Yahoo! tem hoje. Tudo isso tem valor para a MS.

No entanto, a perda de valor da Yahoo! com relação a perda de profissionais é significativa. Não existe hoje no mercado uma regra de cálculo para este valor. Vamos ter que aguardar uma eventual nova oferta da MS para analisar o impacto que este movimento vai ter, se é que vai ter algum.

(1) http://www.tmcnet.com/usubmit/2008/06/19/3508195.htm
(2) http://www.eweek.com/c/a/Enterprise-Apps/Microsoft-to-Circle-Back-for-Yahoo/

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Yahoo! - O último que sair que apague a luz...

Um movimento significativo de pedidos de afastamento da Yahoo! vem acontecendo nos últimos meses e se intensificou bastante depois que a empresa rejeitou a aquisição pela MS. Movimento esperado? Aparentemente não. O fato é que diversos altos executivos já se afastarem e muitos outros estão pedindo demissão da empresa (1, 2 e 3).

O principal impacto deste movimento é que as "cabeças pensantes" da Yahoo! estão, pouco a pouco, indo embora e levando junto muito conhecimento... conhecimento este que, na prática, reflete o valor da empresa... dependendo da intensidade desta onda de afastamentos, o valor real da empresa pode cair muito.

Nos últimos meses, depois de ter se mantido a duras penas por volta dos US$ 30, as ações da Yahoo! cairam novamente para valores próximos aos US$ 20,00. E podem cair ainda mais... (4)

Interessante notar a relação deste assunto com a questão de Social Networks. Um dos pontos apresentados como vantagem das Redes Sociais é exatamente a Gestão de Conhecimento, (5) ou seja, a capacidade de uma empresa de conhecer seus pontos fortes e fracos e de "manter" o conhecimento na empresa, independente das pessoas.

(1) http://blog.wired.com/business/2008/06/flickr-founders.html
(2) http://battellemedia.com/archives/004502.php
(3) http://www.businessweek.com/ap/financialnews/D91CNDPO0.htm
(4) http://finance.google.com/finance?chdnp=1&chdd=1&chds=1&chdv=1&chvs=maximized&chdeh=0&chdet=1213837717562&chddm=1173&q=NASDAQ:YHOO&
(5) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/05/social-networks-2-viso-do-fornecedor.html

Microbloging = O que você está fazendo agora?

O assunto Redes Sociais está mesmo aquecido e não param de aparecer novidades.

A novidade da hora chama-se Microbloging e vem inundando os telefones celulares e computadores nos Estados Unidos e Japão. A idéia é simples... imagine-se respondendo a pergunta "o que vocês está fazendo agora?"... responda em, no máximo, 140 caracteres, publique sua resposta e você já está participando. Outras pessoas, que decidiram te "seguir", vão ser informadas por SMS e ficam sabendo instantaneamente o que você está fazendo... são os Seguidores (followers). Da mesma forma, você também pode escolher seguir alguem e ser um "seguidor". Exagerado?

Não... aparentemente não tem nenhum exagero nesta nova onda. É claro que, a primeira vista, não parece fazer muito sentido você ficar por aí teclando em um celular ou no computador e informando o que você está fazendo naquele momento. Mas, pensando com mais calma, pode fazer algum sentido, por exemplo, para monitorar o trânsito em uma cidade, para ser informado de programas "quentes" que estão acontecendo naquele momento e milhares de outras coisas.

O site que lançou esta febre se chama Twitter (1). Infelizmente o serviço, no Brasil, ainda não está integrado com as operadoras de telefonia o que nos impede de receber mensagens em nossos celulares.

(1) www.twitter.com

domingo, 15 de junho de 2008

A Geração "CTRL+C CTRL+V"

Quando eu era criança e tinha que fazer uma pesquisa para a escola, o caminho mais natural era buscar o assunto em uma enciclopédia como a Conhecer, a Barsa, ou em alguma outra obra de referência. Pois lá se vão 30 anos e o mundo mudou muito. Com a Internet, as pesquisas escolares dos nossos filhos ficaram muito mais dinâmicas, mais ricas em informação e qualidade, mais vibrantes e, consequentemente, mais efetiva no processo de educação. Certo? Não necessariamente...

A avalanche de informação que encontramos na Internet é realmente um fator novo e que pode tornar qualquer trabalho escolar muito mais rico e atualizado do que em nossa época. No entanto, um recurso, uma "facilidade" deste novo mundo pode ter um impacto muito ruim no processo educacional de nossos filhos... Nunca foi tão fácil "copiar" um texto E "colar" em um trabalho.

Em nossa época, o uso das máquinas de "Xerox" era duramente criticado (e ainda o é), por permitir a qualquer um copiar obras inteiras ou trechos de obras sem proteger os direitos autorais. Mas não iam muito além disso... via de regra, nós tinhamos que estudar seu conteúdo e dar um tratamento diferenciado para apresentar o conteúdo em nossas escolas. Não dava pra simplesmente copiar E colar... dava só pra copiar...

Hoje o mundo está diferente... copiar conteúdo digital da Internet e colar o mesmo em trabalhos escolares é tão fácil que até minha filha de 10 anos sabe fazer. O problema é que isto é tão fácil que normalmente eles consideram o trabalho concluído e ponto final... ou seja, já tem o que apresentar, está certo (tem uma boa chance (1)) e bem escrito (em alguns casos). Mas será que o conteúdo foi estudado, analisado e entendido?

Se nada fizermos, vamos assistir ao surgimento de uma nova geração, que está acostumada a pegar coisas prontas, a copiar material alheio e, pior, não vamos incentivá-los a pensar, a criar, a inovar. E, definitivamente, não é o que queremos. Se nada fizermos vamos testemunhar o nascimento da "Geração CTRL+C CTRL+V" (de copiar e colar, copy and paste, comandos comuns em qualquer editor de textos ou planilha eletrônica).

Como pais e educadores temos uma missão muito importante que é a de orientar nossos filhos, a de mostrar os caminhos corretos. "Copiar e Colar" é simples e rápido mas causa um enorme prejuízo à formação de nossos filhos... A única forma que conheço para criarmos pessoas melhores, com maior capacidade de crítica e de inovação, é mostrarmos o caminho, estudar junto com eles. A Internet está aí para ser usada, como a máquina de Xerox um dia foi tão útil para nós, mas não pode nos tolir, limitar nossa capacidade de criação.

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/06/brincando-de-deus.html

Da Idéia à Ação - Ética, Direito e Cidadania, de Ruben Quaresma

Os tempos atuais são complexos e repletos de conflitos. Enfrentamos diariamente Novas Batalhas e contamos com Velhos Juízes para julgá-las (1). Diversas situações nos colocam frente a questões que envolvem conceitos de Ética, Direito e Cidadania. Conceitos estes que, são questionados e julgados diariamente.

Vivemos em uma sociedade em que muito se fala e pouco se faz.

Uma luz brilhou no final do túnel (e não é um trem vindo em nossa direção) com o lançamento, sexta-feira, 13 de junho (sim, sexta-feira, 13) do livro "Ética, Direito e Cidadania", de Ruben de Azevedo Quaresma. A obra, da editora Juruá (2) (3), aborda como estes temas fazem parte do nosso dia-a-dia, levantando questões históricas, comportamentais, religiosas, morais, sociais, políticas, bem como tributárias e jurídicas.

Não li o livro ainda. Estou seguro de que se trata de uma excelente obra. No entanto, o mais importante, na minha opinião, é ver que em nossa sociedade encontramos Brasileiros com letra maiúscula que lutam, à sua forma, por um Brasil melhor, mais justo e que inspire respeito para todos. Enfim, lutam por uma Nação.

A proposta do livro é ambiciosa. Mais do que isso, a proposta de Ação é ambiciosa. A busca do autor em despertar este sentimento em entidades como a Polícia Federal, a OAB e outras instituições merece respeito.

Fundamental que esta obra esteja inserida dentro de um Plano, dentro de um conjunto de ações pela renascimento do nosso Brasil, independente de quais sejam nossos líderes políticos. O Brasil, como qualquer nação que quer e precisa crescer, tem que ter um Plano de longo prazo e as questões abordadas na obra devem ser pilares deste plano, pilares para um Brasil melhor.

É no mínimo interessante ver um "representante da era pré-Internet" escrever um livro tão atual. E é incrível a jovialidade e atualidade do autor pois, pelo que conheci de Ruben Quaresma, a única pista de que ele é um "representante do mundo pré-Internet" são seus cabelos brancos... absolutamente mais nada... afinal, trabalhar ativamente, escrever um livro e ainda encontrar tempo para correr de 8 a 10 quilometros algumas vezes por semana não é para qualquer jovem... Estamos testemunhando a luta de um juíz do "velho mundo" por um futuro melhor para nosso país. Mais do que isso, estamos constatando uma vez mais que esta é uma luta de todos... cada um lutando da forma que pode.

Como disse Ruben, em seu livro, "É muita transformação. Acelerada, profunda, assustadora. Que está aí mesmo, a exigir posturas, transparências e atitudes".

Obrigado, Ruben, por nos fazer pensar! Que esta obra também nos inspire a Agir...

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/05/viacom-x-google-uma-nova-batalha-com.html
(2) www.jurua.com.br
(3) Para adquirir o livro http://www.jurua.com.br/shop_item.asp?id=20690