sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A máquina de FAX, o correio eletrônico e as redes sociais

Final de ano é sempre uma época propícia para aquela limpeza geral. Os armários são esvaziados, roupas antigas são doadas e é aberto espaço para a nova moda que cisma em bater à nossa porta e faz, automaticamente, com que achemos nossas roupas antiquadas e velhas. Faz parte. São os ciclos da vida. Semana passada, conversava sobre isso com um amigo quando ele comentou que havia feito uma limpeza geral no Facebook e na sua caixa postal. Segundo ele, eliminou quase 200 "amigos" do FB, muitos com quem não mantinha contato à séculos, outros pois seguiram caminhos completamente distintos na vida. Com relação a sua caixa postal, não somente eliminou uma infinidade de emails antigos, muitos dos quais nem haviam sido lidos, como fez um balanço do ano que passou. Ele recebeu e enviou quase 10 mil emails em 2013, uma quantidade "de respeito". Considerando todos os 365 dias do ano, foram aproximadamente 27 emails por dia (não estamos falando do spam, que foi filtrado pelo seu firewall e sistemas de antivírus). Na hora me veio a cabeça que, no meu caso, recebo ou envio provavelmente algo muito próximo a 50 ou 60 emails a cada dia. E já foi pior. Há alguns anos eram mais de 100 por dia. O que mudou? 


No final da década de 80, quando comecei minha vida profissional, os principais instrumentos de comunicação eram o já "antigo" telefone e o FAX. Era comum passar um bom tempo em ligações telefônicas com clientes e parceiros. E a máquina de FAX era um dos principais instrumentos de trabalho. Tinha espaço privilegiado no escritório e seu uso era controlado pelas assistentes e secretárias. Me lembro claramente que, quando o final do ano se aproximava, recebiamos uma infinidade de transmissões via FAX, com ordens de compra de clientes, que eram impressos com uma qualidade que muitas vezes deixava bastante a desejar. Quase ao mesmo tempo, recebiamos uma ligação do emitente do FAX para saber se haviamos recebido e se o mesmo estava legível!

Logo no início da década de 90, surgiu o email (nos anos 80 ele já era usado, mas ainda de forma bem limitada, muitas vezes mais no meio acadêmico do que no corporativo. Na UFRJ eu usava um sistema chamado BitNet para me comunicar com outros estudantes). Ele ocupou seu espaço aos poucos. Começou, no caso da IBM, como uma ferramenta do mainframe. Usavamos o email através de terminais 3270, enormes e brancos, também conhecidos como "cabeça de dinossáuro". Parece que foi ontem. Escreviamos e liamos emails em telas monocromáticos, com fundo preto e letras verdes. Logo depois, com a proliferação das redes locais, surgiram ferramentas mais modernas, com interface colorida. Em alguns casos era possível até mesmo enviar um email com texto colorido, em negrito ou sublinhado. Era o máximo!

Chegando na segunda metade dos anos 90 vimos um avanço significativo na qualidade e na funcionalidade das ferramentas de email. Imagens agora eram enviadas, a cores, incorporadas em um email. O FAX ainda era muito utilizado mas já dava mostras de que estava perdendo espaço para o correio eletrônico. Quando demos por nós, ele já não ocupava um espaço privilegiado em nosso andar. Algumas máquinas foram até mesmo aposentadas e sucateadas. O email já era uma ferramenta largamente utilizada tanto no mundo acadêmico quanto no corporativo. Já havia, além disso, invadido nossos lares.

Caminhando um pouco mais na linha do tempo, logo no princípio deste século vimos a chegada das ferramentas para comunicação instantânea, também conhecida como chat. Foi uma grande novidade! Agora era possível conversar online com uma pessoa, mesmo que ela estivesse ao telefone. O Chat ganhou rapidamente o mundo corporativo e, em muitos casos, era mais usado do que o telefone. Afinal, em vez de enviar um email para um grupo de pessoas para convidar para almoçar, era muito mais fácil e rápido convidá-las pela nova ferramenta. Naquele tempo, não havia mais uma máquina de FAX no meu andar e as poucas que estavam disponíveis ficavam sem trabalho por tanto tempo, que eram até desligadas.

Finalmente chegamos a metade da primeira década deste século, quando as redes sociais surgiram e sairam do mundo acadêmico. A novidade rapidamente conquistou espaço e entrou em nossas vidas sem pedir licença. Em poucos anos alcançou mais de 1 bilhão de usuários em todo o mundo (sem contar com outro bilhão na China, que usam tecnologias semelhantes). Pessoas se comunicavam agora utilizando uma interface moderna, dinâmica e rápida. A informação era pubicada e compartilhada instantaneamente com dezenas, centenas ou milhares de outros usuários. Um fato vivenciado na China chegava ao Brasil em questão de segundos.

Atualmente, em meu dia-a-dia, utilizo diversas tecnologias para me comunicar: telefone, correio eletrônico, mensageria instantânea (chat), redes sociais abertas e a rede social corporativa da IBM. Quando analiso este novo ambiente de trabalho, vejo que temos a nossa disposição, uma bela quantidade de ferramentas para comunicação. Há alguns anos, tinhamos poucas opções, o que fazia com que concentrassemos nossas atividades, por exemplo, no correio eletrônico. Isso explica por que trocavamos tantos emails. Era como se tivessemos, em nossa "caixa de ferramentas", somente um martelo e uma chave de fenda. Obviamente, tinhamos que nos virar com elas, mesmo que o uso não fosse o mais adequado. Muitas empresas, hoje, ainda tem uma caixa de ferramentas somente com um martelo e uma chave de fenda. Claro que se comunicam, mas meu ponto é que ter a sua disposição as ferramentas adequadas podem fazer com que seu trabalho seja muito mais produtivo e com um resultado de melhor qualidade. Talvez isso explique o motivo pelo qual meu amigo utiliza tanto o correio eletrônico.

Quanto a mim, grande parte do meu trabalho é feito, atualmente, dentro da Intranet Social da IBM. Trata-se da maior rede social corporativa do mundo, com mais de 500 mil usuários. É um ambiente extremamente rico para colaboração, com o qual me comunico, troco informações, compartilho arquivos, escrevo meu blog, realizo conferências, registro os passos de projetos, registro reuniões internas e externas e muito mais. A grande vantagem é que em um ambiente único e integrado consigo fazer tudo o que preciso para meu trabalho, sem ter que lançar mão de diversas ferramentas distintas.

Não recebo mais os 100 emails por dia que recebia faz poucos anos. Gerenciar a caixa postal é uma terefa mais simples do que era. Meu trabalho é muito mais rico e simplificado pois tenho as ferramentas adequadas. Com o IBM Connections consigo ser mais produtivo, organizado, efetivo e ágil. Além disso, compartilho informações com meu time, tanto no Brasil quanto no exterior, contribuindo para a criação da Inteligência Coletiva da IBM.

Quanto ao FAX, bem, a última vez que vi uma máquina de FAX foi em um depósito, encostada em um canto da sala. Aliás, ainda é possível enviar um FAX! As impressoras multifuncionais incorporaram as funções dos digitalizadores (scanners) e das máquinas de FAX. Mas faz tempo que não recebo um...


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