domingo, 17 de abril de 2011

O Lado Negro das Redes Sociais

Uma entrevista publicada este final de semana no O Globo (1) denuncia o lado negro das Redes Sociais. Ana Beatriz Barbosa (2), psiquiatra e autora do best seller "Mentes Perigosas - o psicopata mora ao lado" relata o que, na visão dela, vem acontencendo cada vez com mais frequência nas redes sociais, o "cyber bullying". E ela vai mais além ao associar este tipo de comportamento com o que aconteceu na escola em Realengo, no Rio de Janeiro (3). A revista Veja da semana também explora o mesmo tema em reportagem de capa.

Já é sabido que o assassino teria sofrido bullying em sua infância e adolescência, na mesma escola em que ele cometeu a chacina. O bullying, por si só, já seria um grave problema. A tese defendida pela psiquiatra é que o assassino, em grande parte devido ao bullying e ao fato de ser esquizofrênico, acabou desenvolvendo um comportamento de isolamento. Este seria um comportamento relativamente comum em pessoas com esta doença.

No entanto, tudo ganhou uma escala muito maior quando ele começou a usar as Redes Sociais. Alí ele teria encontrado "amigos", pessoas que se aproximaram dele para manipular seu comportamento. E o resto da história todos conhecem.

O grave problema é que este tipo de comportamento está acontecendo em uma escala cada vez maior, com a ajuda das redes sociais. Sabemos da capacidade de viralização das redes e sabemos que na maioria das vezes isto é usado de forma a divulgar informações, contribuir para causas e campanhas, obter ajuda e muito mais. No entanto, estas mesmas redes também são usadas para o fazer o mal.

O lado negro das redes sociais é povoado por grupos radicais, por pedófilos, exploradores de mulheres, traficantes de drogas, dentre outros criminosos. Eles usam códigos para se comunicar, para anunciar "oportunidades" para os seus alvos.

Eles conseguem identificar pessoas vulneráveis, por problemas de saúde ou sociais, fazem contato, criam um relacionamento de confiança e, depois de um certo tempo, passam a manipular estas pessoas.

A pergunta que fica é "como identificar estas pessoas?", "como evitá-los?". Este é um grande desafio. Uma rede social como o Facebook, por exemplo, tem uma capacidade de viralização, de mobilização, enorme. Ao mesmo tempo que pode ser usada para o bem, defendendo causas nobres, pode ser usada para o mal.
No fundo, no mundo virtual, continua a valer a velha regra "diga-me com quem andas e te direi quem é". O bullying é um assunto sério, que deve ser tratado como tal. Ele não pode se tolerado e tanto escola quanto família devem assumir seus papéis na luta para evitar que este problema aconteça.

(1) http://tinyurl.com/3qm3rr6
(2) http://www.medicinadocomportamento.com.br/midias_fotografias20.php
(3) http://g1.globo.com/Tragedia-em-Realengo/

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