domingo, 10 de agosto de 2008

10 de Agosto de 2008 - 1 Ano de Blog - 1 Balanço

Hoje completa um ano do primeiro post neste blog. Neste período participei ativamente do desenvolvimento do conceito de Redes Sociais... um blog é, talvez, o mais difundido elemento desta nova onda, junto com os Wikis, Dogears e outros mais.

A experiência foi interessante, bastante rica e merece um balanço de primeiro aniversário. Vamos aos principais pontos...
  1. Frequência de posts

    Desde o início nunca me preocupei com a frequência de postagens. A idéia era deixar correr solto, publicando quando houvesse alguma inspiração, algum assunto que , na minha visão, valeria algum registro, alguma discussão

    Aliás, creio que esta seja uma característica bem interessante de um blog, a sua "não regularidade". Publiquei uma média de 5 posts por mês, um por semana, mas não de forma regular. Em alguns meses cheguei a publicar 7 posts, como em maio deste ano. Diferentemente de revistas, jormais e outros representantes do ambiente de publicação de conhecimento das gerações anteriores, blogs, na minha opinião, não tem relação direta com regularidade de publicação.
  2. Tamanho do post

    Outra característica para a qual dediquei algum estudo foi com relação ao tamanho de um post. Pesquisando outros blogs, encontrei de tudo um pouco. Desde posts muito grandes até bem pequenos. Uma das novidades que surgiram durante este período foi o conceito de "microbloging", que foi até assunto deste blog (1).

    Procurei manter o tamanho dos posts de forma a permitir uma leitura rápida, "de uma vez só". Acredito que a idéia de um post é de passar uma idéia, uma opinião, e não de estudar em um alto nível de detalhe algum assunto.
  3. Blogs irmãos

    Com o tempo comecei a conhecer alguns blogs com os quais, de alguma forma, identifiquei alguma similaridade de conteúdo, de pensamento ou de objetivos. Ou com seu autor ou com seu conteúdo... ou com ambos. Passei a incluí-los na sessão de Recomendados.
  4. Visitantes

    Em um ano o blog recebeu a visita de 1133 internautas. Não comecei a contar desde o início e, portanto, este número é meramente uma indicação genérica, sem valor estatístico. Além disso, muitos dos acessos foram meus, para conferir formatação, conteúdo, etc. Acredito que a metade seja de visitantes e o restante seja meu mesmo.

    Um ponto interessante aqui é poucos comentários foram colocados no blog. No entanto, muitas pessoas vieram falar comigo ou até mesmo enviaram emails comentando sobre alguns posts. Não sei o por que deste comportamento mas me serviu de lição. E, desta forma, passei a comentar outros blogs.

    Confesso que espero comentários.
  5. Publicidade do blog

    Com algum tempo de existência, passei a incluir o link para o blog em meus emails, apresentações, etc. O número de visitantes aumentou bastante depois disso. Conclusão meio óbvia, mas publicidade é fundamental. Caso contrário, como imaginar que, no meio da imensidão da Internet, exista um blog???
  6. A escolha dos temas

    Nunca me preocupei em escolher temas pela possível capacidade de atrair visitantes. Tudo correu naturalmente, sem buscar temas especiais. O tema que mais atraiu visitantes foi também o mais polêmico, "Morar ou Viver no Rio" (2 e 3). Os outros mantiveram a média. Me aventurei por um pouco de ficção, questionando a vericidade de tudo o que é publicado na Internet em "Brincando de Deus" (4). E acompanhei o "caso" Microsoft x Yahoo, em vários posts.

    O meu preferido, "TI Uma indústria Temática"... (5)
É isso, um ano e algumas lições depois, sigo com o blog... Definitivamente está sendo uma experiência bem interessante.


(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/06/microbloging-o-que-voc-est-fazendo.html
(2) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/morar-ou-viver-no-rio.html
(3) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/04/morar-ou-viver-no-rio-parte-2.html
(4) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/06/brincando-de-deus.html
(5) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/ti-uma-indstria-temtica.html

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Mercado de Ações - Chegou a hora da Xêpa?

A crise por que passa o mercado internacional vem tendo impacto muito forte no valor das ações negociadas em bolsas de valores do mundo todo. Os principais índices de mercado apresentaram este ano uma desvalorização muito grande. Ações das principais companhias viram seus preços cair vertiginosamente, muitas delas em mais de 50% em poucos meses como, por exemplo, as ações do Citigroup, que foram de US$ 50,00 para US$ 20,00, e outras empresas do setor financeiro. Será que chegamos ao fundo do poço? Será que está na "hora da xêpa"?

É difícil dizer... mesmo os analistas mais experiêntes divergem em relação a este ponto. Enquanto muitos apontam para uma crise ainda em sua metade, com expectativa de um aprofundamento da recessão norte-americana no segundo semestre, outros encontram sinais de melhoria e de confiança do consumidor. Como se comportar em um momento como este? Ao mesmo tempo que a crise é real, a oportunidade também o é... nunca os valores das ações estiveram tão baixos... afinal, será que está na hora de comprar?

Um bom indicador de que pode ser uma boa hora para comprar ações vem das próprias empresas que as emitiram... A IBM, em fevereiro deste ano, anunciou que iria recomprar US$ 15 Bilhões de sua ações (1). A Microsoft foi ainda mais agressiva e anunciou semana passada que recompraria até US$ 20 Bilhões em ações... (2)

Outras empresas, como a Prudential Financial Inc, grande instituição financeira americana, também estão ampliando suas carteiras de ações (3)

Por que "recomprar ações"?

"Stock Buybacks" é um dos mecanismos que uma empresa tem para, de alguma forma, dar mais valor aos investidores. Os mais conhecidos são, é claro, brigar pelo aumento do valor das ações e pagar mais dividendos. No entanto, quando uma empresa recompra ações do mercado acontece um fenômeno interessante... como ficam menos ações disponíveis, quem as possui passa a ter maior "valor relativo".

Muitas empresas recompram suas ações quando entendem que seu valor esta depreciado por algum motivo alheio a sua performance. Entendem, neste cenário, que este é o melhor investimento a ser feito com seu caixa disponível.

Além disso, ao recomprar ações, uma empresa tem alguns dos seus indicadores financeiros alterados e, em alguns casos, de forma positiva (1).

Conclusão

A recompra de ações, usualmente, indica uma leitura de que seu valor está baixo. Pode, portanto, como vimos, contribuir para melhorar métricas internas ou, até mesmo, como um bom investimento para médio ou longo prazos. Existem limites para a recompra de ações definidos em lei. Afinal, para uma empresa de capital aberto não faz muito sentido ser dona de todas as ações...

O fato é que, aparentemente, a hora da Xêpa, se já não chegou, está chegando rapidamente... e investir nas ações corretas pode ser um dos melhores investimentos para os próximos meses.

(1) http://www.reuters.com/finance/stocks/keyDevelopments?rpc=66&ticker=IBM&timestamp=20080226155200
(2) http://www.reuters.com/finance/stocks/keyDevelopments?rpc=66&ticker=IBM&timestamp=20080226155200
(3) http://www.mffais.com/newsarticles/2008-08-08/2447973-124333.html
(4) http://www.investopedia.com/articles/02/041702.asp

sábado, 26 de julho de 2008

"USA" On Sale 3 - A geração que vendeu os EUA

A revista Exame desta semana (30 de julho) publica uma matéria com o título "Um Império em Liquidação". Ela fala sobre o atual momento do mercado internacional em que o dólar fraco tem permitido que empresas de outros países comprem empresas americanas. Nos dias 18 e 20 de março deste ano publiquei dois posts exatamente sobre este assunto (1) e (2).

A reportagem volta aos anos 80, época em que, por outros motivos, empresas japonesas invadiram o mercado norte-americano, principalmente com seus carros muito mais baratos do que os carrões beberrões produzidos por suas irmãs americanas. Agora os motivos são outros. Basicamente dois... a desvalorização do dólar e a valorização das commodities, muito em função do aumento mundial da demanda por estes produtos.

O movimento é real e, aparentemente, estamos assistindo a apenas seu início, uma vez que nada no horizonte de curto prazo indique uma reversão nestas duas tendências. A queda do dólar continua a passo firme no mundo todo. No Brasil já igualamos o valor de 1998, isso sem levar em consideração a inflação do período, o que poderia representar um retrocesso ainda maior. Não se vê, também, alteração na demanda por commodities. O crescimento da China, apenas para citar o maior comprador de commodities, não para.

O último grande exemplo deste processo foi a compra, pela Belgo-Brasileira InBev, da tradicional cervejaria americana Anheuser Bush por $ 52 Bilhões, um valor surpreendente para uma cervejaria e que dá bem uma noção do que é esse business.

Interessante notar que, conforme citado pela reportagem, atualmente na lista das 500 maiores empresas mundiais da revista Fortune, aparecem apenas 153 empresas americanas, a pior participação em uma decada. Enquanto isso, surgem empresas de países que tinham participação pífia a menos de 10 anos, como Índia ( com 7 empresas), Rússia (5), México (5) e Brasil (5).

Por fim, a matéria argumenta que as aquisições feitas até agora tem sido em setores que de alguma forma demandam pouca inovação e desenvolvimento tecnológico. Seriam empresas prontas para um choque de administração, com cortes e aumento de eficiência.

Não estou tão certo disso... é fato que frigoríficos e cervejarias são empresas em setores bem estabelecidos e com poucas mudanças em processos de produção. No entanto, por debaixo dos panos, sem aparecer na mídia nem fazer muito barulho, muitos investidores estrangeiros estão comprando empresas de outras áreas, seja diretamente ou indiretamente, via bolsa de valores.

É cedo para qualquer previsão, mas seguramente estamos testemunhando uma mudança na composição do cenário de negócios internacional. Mudança esta que poderá marcar uma geração norte-americana como aquela que "vendeu os EUA".

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/on-sale.html
(2) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/03/usa-on-sale-2.html

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Social Networks 3 - A Visão do Cliente

Este é o terceiro e último post de uma série que tem o objetivo de analisar por diversas óticas o tema "Social Networks". Este post aborda a visão de um cliente da tecnologia. O primeiro foi publicado em 7 de maio (1) e falou sobre a Visão do Leigo. O segundo, publicado em 25 de maio, analisou o tema sob a ótica de um fornecedor (2).

Este post demandou mais tempo e uma pesquisa mais elaborada. A visão do cliente não é única, tem uma dependência forte da dinâmica da indústria a que pertence e ainda depende do gráu de amadurecimento da empresa. Vamos a alguns dos principais findings.

Não existe uma Visão Única

Minha primeira conclusão é que não existe uma resposta única para esta pergunta... clientes pensam de forma diferente com relação a este assunto. Para a maioria com quem conversei, a idéia é interessante mas não é prioritária. Está na lista dos projetos para os próximos 24 meses, mas não entre os principais projetos. Na prática isso é um "tiro de misericórdia"... sem prioridade, somente com muita força política um projeto destes decolaria. Ou seja, vai ficar na lista de espera por um bom tempo para boa parte das empresas.

Dois executivos com quem conversei, no entanto, me disseram que é um projeto que está sendo estudado com bastante cuidado e que, muito provavelmente, vai entrar em uma primeira fase ainda este ano. Será uma fase de avaliação, com um público limitado, com participação direta do time de Recursos Humanos.

A idéia, nestes casos, é que o novo ambiente vai permitir uma maior integração entre funcionários de localidades diferentes. Uma das duas empresas, que gerencia um dos maiores call centers do Brasil, tem uma grande quantidade de jovens em seu quadro funcional e, segundo este executivo, existe uma demanda muito grande por ambientes como o Orkut, por exemplo. Neste caso, um ambiente de Social Network corporativo poderia ter fácil aceitação e contribuir para uma maior produtividade.

Segundo Rupert Murdoch, CEO da News Corporation, toda a nova geração que está chegando ao mercado de trabalho já vem "contaminada" com as novas tendências de tecnologia. E cobram isso no seu ambiente de trabalho de forma tão natural como nós, um dia, cobramos algo simples como um aparelho de telefone ou de FAX. Não encontrar estes recursos tem impacto negativo em sua produtividade e na satisfação de trabalhar para uma empresa.

A Visão do Cliente está relacionada com a indústria a que pertence

Algumas indústrias são mais dinâmicas do que outras. A indústria de telecomunicações, por exemplo, é muito mais dinâmica do que a de exploração de petróleo. Ao ser mais dinâmica, ela demanda movimentos mais rápidos, à frente dos seus concorrentes. Indústrias assim entendem que podem ter um benefício muito grande em ter acesso rápido a conhecimento, em ter acesso diferenciado a especialistas. Compartilhar conhecimento no tempo necessário pode fazer grande diferença para estas empresas e significar um novo contrato, um novo projeto, mais lucro em seu balanço.

Uma forma de medir o benefício que uma empresa poderia ter com uma solução como estas seria a colocar em uma escala que mediria o quanto a indústria em que está é mais ou menos dinâmica. Por exemplo, relaciono abaixo algumas indústrias, das mais dinâmicas para as menos.

Telecomunicações
Mídia
Automobilística
Agroindústria
Siderúrgica
Petroquímica

Além deste "quesito", um outro ponto também relacionado com a indústria a que pertence diz respeito a quanto ela é dependente de "Informação e Inovação". Setores que dependem mais de "informação e Inovação" são mais sensíveis a mecanismos que possam de alguma forma acelerar o acesso às mesmas. E Redes Sociais podem ajudar muito nesta questão.

Algumas empresa, como empresas de produto de consumo, são muito dependentes de informação e inovação. O ciclo de lançamento de novos produtos destas empresas é muito curto. São feitos altos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento, constantemente. Redes Sociais, dentre outros benefícios, facilitam a criação de Comunidades, a troca de conhecimentos e, consequentemente, a Inovação.

Qual seu nível de maturidade?

Um último ponto me chamou a atenção nesta pesquisa. Algumas empresas estão mais preparadas que outras para adotar Redes Sociais. É como se fosse possível criar "escala" que medisse a maturidade de uma empresa para a adoção de uma Rede Social. Empresas de uma mesma Indústria podem estar em níveis de maturidade diferente.

O Nível de Maturidade de uma empresa pode ser medido levando-se em consideração diversos aspectos como, por exemplo, tempo de existência, tamanho da empresa, distribuição geográfica e concorrência. Quanto mais amadurecida nos aspectos acima, mais prontas estão para usufruir dos benefícios da implementação de uma Rede social.

Conclusão

É inevitável... mas ainda vai tomar um tempo. As Redes Sociais vão estar presentes em absolutamente todas empresas, de qualquer porte. Provavelmente em 2 ou 3 anos as empresas mais amadurecidas já contarão com uma Rede deste tipo.

Dentre os fornecedores que mais se destacam, hoje, com uma solução corporativa completa, está a IBM. Ok, sou suspeito, mas é verdade, é inegável que a IBM hoje tenha uma solução que está a frente da concorrência. Existem diversos outros fornecedores que oferecem componentes de uma Rede Social, mas nenhuma oferece a solução completa, de ponta a ponta. Alguns oferecem uma solução para Blog, outra para Gerenciamento de Perfis, outra para Wikis, etc.

(1) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/05/social-networks-1-uma-viso-leiga.html
(2) http://fgfmendes.blogspot.com/2008/05/social-networks-2-viso-do-fornecedor.html

terça-feira, 22 de julho de 2008

Wii, Xbox e PS3 - Gamers e Redes Sociais?

Uma guerra bem interessante está rolando entre os três principais fornecedores de console para jogos eletrônicos. Aliás, duas guerras... A primeira, pela liderança em vendas e a segunda, ainda mais importante, para ser a plataforma de escolha como solução completa de entretenimento familiar, ocupando lugar de destaque nas salas das nossas residências...

A guerra pela liderança em vendas:

A guerra pela liderança em vendas vem esquentando bastante e, no mês de junho, pela primeira vez o Wii assumiu a liderança em vendas no mercado norte-americano. Somente no mês passado foram vendidas 666 mil unidades da console contra 405 mil de PlayStation e 219 mil de Xbox... Ou seja, uma venda de consoles superior a 1.2 milhão de unidades, gerando uma renda total de $ 1.69 bilhão de dólares no mês de junho somente (um crescimento de 53% ano a ano). Para se ter uma idéia melhor do tamanho deste business, somente em vídeo games foram vendidos $ 872.6 milhões, um crescimento de 61% ano a ano.

Desde que chegou ao mercado (novembro de 2006), já foram vendidas mais de 11 milhões de unidades da console de Wii. O Xbox, da Microsoft, superou a marca dos 10 milhões de unidades enquanto o PlayStation da Sony ficou com 4.8 milhões.

O interessante é que em menos de dois anos a console da Wii atingiu a liderança nos Estados Unidos. Dentre os principais motivos, o seu preço, que é bem melhor do que o do PlayStation, e a sua oferta de jogos, que tem conquistado novos consumidores da "terceira idade". Além disso, a console tem sido usada de forma diferenciada em consultórios de fisioterapia. Para esta finalidade, a console oferece uma boa lista de jogos.

A guerra pela nossa sala

A segunda guerra que rola neste exato momento é pela conquista de espaço em nossas salas... e, para esta guerra, um "novo" ingrediente entrou em cartaz na E3 video game conference, realizada na semana passada em Los Angeles... Comunidades.

Todos os players estão posicionando suas consoles muito mais como um instrumento para construir Comunidades do que uma console de jogos... Ou seja, novamente estamos aqui falando da importância das comunidades em uma nova geração de consumidores (4).

É sabido o valor que uma comunidade pode ter de pressionar por padrões e, neste caso, se um dos três fornecedores conseguir um lugar de destaque pode simplesmente vencer a guerra e deixar para os outros dois lugares secundários nas residências, o que poderia simplesmente inviabilizar o seu business.

Sony, Nintendo e Microsoft percorrem o mesmo objetivo e o motivo é simples. Como estas consoles permitem que se jogue um jogo qualquer pela Internet, é óbvio que quem conseguir mais usuários vai dominar o mercado... proliferando como um vírus... Os três estão criando Comunidades on-line para entretenimento, com avatars, chat, competições, etc.

É natural que as comunidades criadas em torno destas consoles vão, em algum momento, constituir as Redes Sociais, seja com base em Orkut, Facebook ou qualquer outra plataforma. Neste caso, seria a convergência de comunidades de gamers com as já famosas Redes Sociais. Esta convergência já está em sua fase inicial e pode-se esperar que, durante 2009, este processo se acentue bastante.

Alguns comentários finais...
  1. Os jogos para a console do Wii assumiram 6 posições na lista dos 10 mais vendidos em junho.
  2. A Microsoft baixou em $ 50 dólares o preço da sua console (2)
  3. A Microsoft criou o seu serviço para comunidades, o XBox Live
  4. A Sony baixou em $ 100 dólares (3)
  5. A Sony anunciou o seu serviço para os próximos meses, o Playstation Home
  6. A Nintendo anunciou que vai estar integrando uma série de novas funcionalidades na sua console
Como toda guerra deste tipo, o principal beneficiado é o consumidor... Para o próximo Natal esta guerra promete esquentar mais ainda... vamos aguardar...

(1) http://www.themoneytimes.com/articles/20080718/nintendos_wii_outshines_microsofts_xbox_360_in_the_united_states-id-1029772.html
(2) http://www.nytimes.com/2008/07/12/business/12bizbriefs-NOPRICECUTSP_BRF.html?scp=1&sq=playstation&st=cse
(3) http://www.nytimes.com/2007/07/09/business/09sony.html?scp=3&sq=playstation&st=cse
(4) http://bits.blogs.nytimes.com/2008/07/21/its-not-a-game-console-its-a-community/index.html?scp=2&sq=nintendo&st=cse

sexta-feira, 4 de julho de 2008

O Boeing 777, o Taxista e o Brasil

O Boeing 777

O Boeing 777 é um dos mais modernos aviões a jato em operação. Seu projeto iniciou em 1990 e ele foi o primeiro avião a jato com projeto 100% digital, usando computação gráfica tri-dimensional. Para se ter uma idéia melhor do que isso significa, em projetos convencionais o "erro" de alinhamento entre as partes de um jato, antes do 777, era de até meia polegada... com a tecnologia empregada no projeto dele, o erro não passou de 0,023 de uma polegada (1). Praticamente irrisório, mas pode-se bem imaginar as perdas e o potencial estrago que erros deste tipo podem ter em um projeto destes. Um dos principais reconhecimentos dados ao projeto e a inovação do mesmo foi do Computerworld Smithsonian Awards, que deu o prêmio maior na categoria de Manufatura. Mais detalhes e outros reconhecimentos da indústria em (2).

Pilotar um jato destes requer muito treinamento... Para obter uma licença de piloto privado uma pessoa comum tem que frequentar uma escola de vôo e acumular algo entre 50 a 60 horas de vôo. Com mais 250 horas e algumas provas, pode-se obter uma licença de piloto comercial. Para poder sentar-se como co-piloto em uma aeronave comercial, são necessários mais 1.500 horas de vôo. Para assumir o comando de um 777 são necessárias milhares de horas e muito treinamento.

No comando de um 777, pilotando um jato com 115.300 libras de empuxo, tem que ter, além de um longo treinamento, muita experiência. Treinamento e Experiência, junto com bastante saúde, são os três pilares para se ter um bom piloto.

Com "céu de brigadeiro" um piloto pode colocar o jato em Piloto Automático, minimizando erros e riscos desnecessários. No entanto, em condições meteorológicas adversas, ele tem que pilotar de verdade... e, aí, Treinamento, Experiência e Saúde fazem toda a diferença.

O Táxi

Mas por que esse papo sobre o 777? Acontece que hoje estava em um táxi e o motorista começou a falar sobre política... disse que o Lula vai bem mas que está preocupado com a inflação, que a gasolina vai subir, que o gas vai subir, que o arroz e o feijão vão custar mais caro, etc... Daí eu tentei explicar a ele que dirigir um país é um pouco como pilotar um 777... não basta ter boa vontade... não basta ter um bom co-piloto... em condições de "céu de brigadeiro" um piloto razoável não faz grande estrago. Já em outras situações...

O Brasil passou os últimos anos bem, graças a um cenário internacional estável e sem crises. O aumento do preço do barril de petróleo nos últimos meses, a crise das subprimes americanas no final do ano passado e a volta da inflação em vários países tem provocado uma crise mundial sem precedentes. Não estamos mais voando em "céu de brigadeiro" e, agora, Treinamento, Experiência em gestão e Saúde fazem diferença... ele entendeu! Entendeu até quando eu disse que não eu não estou falando somente em "experiência de vida"... isso, qualquer um com 40 ou 50 anos tem... estou falando de experiência em gestão... e isso o Lula não tem...

Vejam o Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, por exemplo. Ele tem bastante Formação, muita Experiência, e Saúde... Lembrem-se que ele foi Presidente mundial do Bank Boston... Por isso está fazendo um belo trabalho...

Selecionar um cidadão para ser Presidente de uma Nação como o Brasil deveria ser um processo onde as pessoas levassem em consideração esses pontos... Afinal, com essa crise toda rolando lá fora, o piloto pode fazer um bom estrago se não tiver frequentado a escola de aviação...

Experiência, Treinamento e Saúde...

(1) http://www.boeing.com/commercial/777family/compute/index.html
(2) http://www.boeing.com/commercial/777family/pf/pf_awards.html

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Quanto vale a Yahoo! depois que vários execs saíram?

Essa é a pergunta que não quer calar... Um dos pontos mais discutidos pela mídia especializada na época em que a MS fez a primeira oferta de compra da Yahoo! foi a difícil tarefa da MS de manter as "cabeças pensantes" da Yahoo! dentro de casa. Pois eis que poucos meses depois assistimos a uma fuga de profissionais de todos os níveis na empresa, sejam executivos ou técnicos. E, neste cenário, como discutido no post anterior, o que acontece com o efetivo valor da Yahoo!? Até que ponto a empresa está perdendo valor ao peder profissionais para o mercado? Até que ponto ela está perdendo valor para a MS?

Fato: executivos e técnicos estão abandonando a empresa em um rítmo acelerado (1).

Fato: conhecimento está saindo da Yahoo!

E isso é grave. Parte significativa do valor da Yahoo! está no conhecimento que estes profissionais tem. A MS continua interessada na Yahoo! e, segundo o mercado, está para fazer uma nova oferta de compra da empresa (2). É claro que existem outros ítens de interesse para a MS como os anunciantes, a tecnologia em sí e a fatia de mercado que a Yahoo! tem hoje. Tudo isso tem valor para a MS.

No entanto, a perda de valor da Yahoo! com relação a perda de profissionais é significativa. Não existe hoje no mercado uma regra de cálculo para este valor. Vamos ter que aguardar uma eventual nova oferta da MS para analisar o impacto que este movimento vai ter, se é que vai ter algum.

(1) http://www.tmcnet.com/usubmit/2008/06/19/3508195.htm
(2) http://www.eweek.com/c/a/Enterprise-Apps/Microsoft-to-Circle-Back-for-Yahoo/